O
Anfitrião os Espera
Descrita por Ricardo Costa e Ivan Lira.
Baseada no jogo mestrado por Ivan Lira.
Personagens principais da aventura:
Os
Humanos: Magnus de Helm [Marckarius Millithor]; Sigel
O'Blound (Limiekki) [Dariel Millithor]. Os Elfos: Mikhail
Velian [Narcélia Millithor]; Kariel Elkandor [Karelist
Millithor]. O Halfling: Bingo Playamundo [Quertus Millithor].
Participação Especial: Storm
Mão Argêntea [Ki'Willis Millithor].
O
Anfitrião os Espera
Dois
Caminhos
A
Comitiva da Fé e seu aliado Non descansavam, sentados em um
comprido banco de madeira do santuário. Estavam bastante tensos
e cada segundo em que aguardavam a recuperação de Limiekki
custava a passar. Queriam terminar logo com aquela missão
e deixar aquela cidade arruinada. Havia algum silêncio, quando
repentinamente, Limiekki levantou do banco onde descansava
de sua exaustão mágica.
“Uau!
Minhas forças voltaram novamente!”, exclamou o mateiro, esticando
os músculos.
“Excelente!
Podemos então continuar! Como faremos? Subimos a escada ou
o levitador?”, perguntou Non.
“Vamos
nos separar. Precisamos descobrir logo o que viemos procurar.
Sugiro formarmos dois grupos: um para o levitador e outro
para a escada. Manteremos contato através da magia de comunicação”,
planejou Mikhail.
Os aventureiros concordaram
com a estratégia. Havia riscos na divisão, mas era a maneira
mais rápida de explorar o lugar e temia-se a chegada de reforços,
apesar do contingente dos Aercelts estar bastante reduzido,
devido às batalhas que a Casa drow enfrentava fora do castelo
contra os escravos rebeldes. Após alguns acertos, decidiu-se
que pela escada subiriam Bingo, Mikhail, Limiekki e Non. O
grupo que seguiria pelo levitador seria formado por Kariel,
Arthos e Magnus.
O
Arquimago Se Pronuncia
O
quarteto de exploradores subiu os últimos degraus da escada
em espiral, saindo em uma área de circulação, que fornecia
acesso para vários cômodos. Próximo à escada, havia duas portas
e um corredor levava para as outras áreas do sétimo nível
do castelo. Pisaram cuidadosamente. Aparentemente, não existiam
inimigos ou armadilhas. Bingo aproximou-se de uma das portas
e encostou o ouvido na folha de madeira, tentando perceber
algum ruído que indicassem a presença de perigo. Como não
ouviu nada, sacou suas ferramentas e a destrancou. Os quatro
encontraram um luxuoso quarto, onde haviam armários, estantes
com livros e cristais decorativos, uma bela cama com dossel,
um cabideiro, um baú e uma escrivaninha.
Fizeram
uma rápida revista, sem que nada extraordinário fosse encontrado.
Mas o baú tomou especialmente a atenção de Bingo. O halfling
em pele de drow ajoelhou e pôs-se a examinar a tranca da arca.
“Tenha
cuidado. Pode haver uma armadilha!”, advertiu Mikhail.
“Ou algo perigoso escondido aí dentro!”, completou Limiekki.
“Hummm... não tem armadilha e quanto ao conteúdo ser perigoso...
só abrindo pra ver!”, disse Bingo, com um leve sorriso, enfiando
um arame curvo no buraco da fechadura.
O
pequeno conseguiu abrir o baú, e nele havia um robe de mago
e uma pequena caixa de madeira ornamentada com ouro. Bingo
a tomou e examinou, também encantado com a beleza do artesanato.
“Quer
abrir?”, disse mostrando a caixinha para Mikhail. “Não percebi
nenhum mecanismo ou tranca!”
Mikhail
tomou o item das mãos do amigo e abriu. Encontrou duas varinhas,
de madeira negra, provavelmente mágicas, o que ele não soube
precisar. Guardou-as novamente na caixa e em sua bolsa, a
fim de mostrar, mais tarde, ao mago Kariel.
O
grupo, satisfeito com a exploração do dormitório, partiu para
a outra porta, que não estava trancada. Ao moverem a folha
de madeira e bronze, encontraram um cômodo grande, com uma
mesa redonda de pedra ao centro e cadeiras em volta. Em uma
das paredes, uma estante com vários pergaminhos e, em outra,
havia pendurado um quadro negro de pedra, com inscrições feitas
em giz branco. Parecia uma sala de reuniões e, pela desarrumação
das cadeiras e documentos espalhados pela mesa, deveria ter
sido desocupada às pressas. Os aventureiros observaram por
alguns instantes as anotações do quadro.
“Parecem
informações táticas, sobre deslocamento de soldados!”, comentou
Limiekki, que em tempos passados, havia sido um militar de
Forte Zenthil.
“Certamente se trata de uma sala de guerra!”, complementou
Non.
O
drow da Casa D’Vaer estava correto. Após um exame, os companheiros
verificaram que as anotações eram os planos que os Aercelts
possuíam para enfrentar os escravos, além de algumas informações
sobre a casa Oorthagos. Foi possível saber que a casa Aercelt
contava com um número de soldados que se equiparava ao pequeno
exército liderado pelos gigantes do fogo, ao qual combatiam
neste momento. Talvez tamanho equilíbrio, explicasse porquê
o castelo estava relativamente desguarnecido. Precisavam de
todo os drows disponíveis para vencer as batalhas que se desenrolavam.
Após
alguns minutos, deixaram a sala, rumo a área de circulação
externa. Caminharam por um pequeno corredor que os levou a
uma bifurcação: um outro corredor à esquerda com uma porta
ao fundo e outra, mais próxima na parede direita. Decidiram
pelo acesso mais imediato. Bingo testou a fechadura e, como
estava trancada, mais uma vez usou sua perícia. A folha de
madeira negra como a noite foi afastada, revelando uma sala
quadrangular e vazia. Havia neste novo cômodo uma porta dupla,
aparentemente de aço, na parede oposta à entrada e uma outra,
do mesmo material, do lado esquerdo, na mesma parede onde
estava a porta que acabavam de destrancar. Os aventureiros
aproximaram-se e foram até o centro da sala, para observá-la
melhor.
Algo
começou a se formar no ar, tomando a frente da porta metálica.
Era uma imagem que surgia aos poucos. Puderam ver um rosto,
de um drow de idade avançada e olhos penetrantes.
“Quem
são os invasores de meus domínios?”
“Sou Nárcelia, dos Milithor!”, falou Mikhail, respondendo
com o codinome de seu disfarce.
“Não são bem-vindos. Retornem se quiserem viver!”
“Não até encontrarmos o que viemos buscar!”, respondeu ao
comentário o clérigo de Mystra.
“São os recém-chegados, suponho! Espero que sejam sensatos
e retornem ou serão aniquilados. Não têm idéia do poder que
enfrentarão. Somente chegaram neste nível do castelo pelos
simples fato de meus melhores guerreiros estarem em batalha
neste momento”, disse a imagem do drow, que possuía uma voz
grave e sinistra.
“Não retornaremos. Iremos até você, seja lá quem for!”, bradou
Limiekki, com destemor.
“Pois bem... estarei preparado!”, sentenciou o misterioso
drow, enquanto sua imagem desvanecia e desaparecia.
Os aventureiros fizeram
uma pequena pausa e em seguida comentaram.
“Humm...
deve ser este o Welveryn Mallakar...”, disse Bingo.
“Sim. É o mago que lidera a Casa Aercelt!”, confirmou Non.
“Humpft!”, exclamou Limiekki. “Quero ver ele lançar algum
sortilégio quando eu atravessar a mão dele com uma de minhas
flechas”.
“Não nos resta muita escolha. Vamos abrir a porta!”, disse
Mikhail, com seriedade, olhando para Bingo.
“Devíamos esperar os outros?! Certamente será muito perigoso
o caminho até Mallakar!”, colocou Non.
“Está certo... vamos abrir então a outra porta que resta enquanto
os aguardamos!”, falou Mikhail.
Segundos
depois, Bingo estava testando a tranca. Ouviu-se o ‘clique’
da fechadura se abrindo. Non, Limiekki e Mikhail prepararam-se,
armas em punho, quando o pequeno abriu a porta. Deram de cara
com dois drows, que olharam para eles com surpresa.
O
Levitador
Kariel,
Arthos e Magnus entraram no pequeno cômodo, onde se encontrava
o levitador encantado. O transporte mágico, aos olhos de qualquer
observador, era um apenas um poço circular que emanava uma
luz amarela pulsante. Kariel, com a voz tranqüila, orientou
seus amigos a não temerem por uma queda e a abrirem suas mentes,
deixando a magia os impulsionarem. O arcano foi primeiro,
para demonstrar. Pisou no vazio do buraco do poço e desejou
subir. Suavemente foi erguendo-se, como uma pena soprada pelo
vento e desapareceu pelo orifício circular no teto, que acompanhava
a circunferência do poço. Em seguida, Arthos, que já foi um
utilizador de magia, ergueu-se no ar e por último, Magnus.
Em poucos minutos estavam os três na nova sala, tão pequena
e vazia de móveis e de pessoas quanto a do andar inferior,
porém nela havia duas portas.
Kariel
tocou o seu elmo mais uma vez e desapareceu, enquanto Arthos
tentava recordar suas antigas habilidades na abertura de fechaduras.
Demorou seguramente muito mais tempo do que Bingo levaria,
mas conseguiu destrancar uma das portas. Abriu-a com cuidado.
Era
um quarto ricamente mobiliado, muito semelhante ao que seus
companheiros que subiram as escadas em espiral haviam encontrado.
Fizeram uma rápida varredura, mas não acharam nada de valioso,
útil ou mágico. Havia uma porta dupla do lado oposto à entrada.
Seria o próximo caminho que os aventureiros explorariam. Como
não havia nenhum ruído que indicasse presença de inimigos,
Arthos abriu a porta, que estava destrancada. Encontraram
outra biblioteca. Existiam estantes nas paredes, mesas e cadeiras
para leitura. Outras duas portas deixavam o lugar.
“Estranho
ver outra biblioteca no mesmo lugar. Certamente os drows têm
costumes muito diferente dos elfos. Não costumamos escrever
tantos livros e ter tantas bibliotecas em Kand. Transmitimos
boa parte dos nossos conhecimentos oralmente, através das
histórias, poesias e músicas”, comentou Kariel, recordando-se
de seu distante reino, enquanto observava a grande estante
de pedra.
“Talvez eles não tenham muito interesse em compartilhar conhecimentos,
Kariel. Numa sociedade como a deles, talvez escrevam livros
justamente para guardá-los, preservando o conhecimento, mas
evitando a disseminação de informações para pessoas não autorizadas!”,
disse Magnus, em uma hipótese bastante plausível.
“Bem... vamos ver se achamos algo de útil neste lugar!”, falou
Arthos, já retirando uns livros da prateleira e jogando-os
na mesa.
Olharam
por alguns minutos os volumes, mas não havia nada que valesse
perder tempo naquele momento com a leitura. Havia livros
sobre estratégia de guerra, anatomia de monstros, construção
de castelos e algo chamado ‘a arte da dissimulação’. Decidiram
deixar os livros de lado e prosseguir, voltando à atenção
para as duas portas. Uma era feita de madeira comum e a outra
possuía folhas duplas, totalmente feitas em metal, semelhante
à encontrada anteriormente no quinto nível e que não haviam
conseguido abrir.
Porém,
enquanto se preparavam para forçá-la, ouviu-se um ‘clique’,
e as duas folhas repentinamente se abriram. Os três aventureiros
se encontravam agora de frente com quatro drows. O alívio
percorreu seus corações quando perceberam tratar-se de seus
amigos, dos quais haviam se separado minutos antes.
“São
vocês!”, exclamou Mikhail. “Onde está Karelist?”
“Estou aqui, mesmo que não possa me ver!”, respondeu o mago
invisível.
“Vocês não sabem o que encontramos!”, aproximou-se Bingo agitado.
“Na frente daquela porta de aço apareceu uma cabeça gigante
que disse pra gente retornar e depois desapareceu!”, continuou
o halfling disfarçado de drow, que gesticulou com as mãos
para demonstrar o tamanho da ilusão que havia visto momentos
atrás.
“Welveryn Mallakar!”, disse Non.
“Devemos
estar chegando perto. Estávamos aguardando encontrá-los para
continuar a exploração”, continuou Mikhail.
“Bem...Vamos até a porta, então!”, disse Arthos, já dirigindo-se
para a porta dupla de aço do novo cômodo, seguido dos demais
colegas.
Momentos
de Tensão
A
tranca do portão metálico era realmente difícil e exigiu muitos
minutos e esforços repetidos de Bingo, Arthos e Non. Felizmente,
o pequeno conseguiu finalmente destrancar e a porta foi aberta.
Era um corredor muito extenso e reto.
“Amigos...
pelo que vi do lado de fora acho que este corredor deve ser
aquela passarela o que liga uma torre a outra do castelo.”,
comentou Limiekki.
“Vamos à frente, logo...”, disse Arthos, se adiantando.
“Espere... Vamos ver antes se existem...”
A
fala de Bingo foi cortada por um estalo forte sob uma pedra,
que acabava de ser pisada por Arthos. Logo em seguida, de
uma abertura no teto, desceu uma parede que bloqueou a porta
de onde haviam acabado de entrar. Para desespero dos aventureiros
o muro de pedra, que bloqueava todo o caminho, começava a
se arrastar na direção da outra extremidade do corredor.
“Uma
armadilha!”, gritou Arthos.
“Esse troço vai esmagar a gente!”, berrou também Bingo.
“Para o lado oposto!”, comandou Magnus.
Os
heróis da Comitiva agora tentavam desesperadamente abrir a
nova porta. Bingo, que tomou a dianteira para a tarefa, encontrou
no piso e desarmou o mecanismo de uma outra armadilha, ligada
a nova passagem. O som do pesado muro de pedra atritando-se
com o solo e se aproximando cada vez mais os oprimia e fazia
as mãos do pequeno tremerem, enquanto tentava abrir a fechadura.
“Vamos
com isso!”, apressava Limiekki, enquanto olhava o muro vir
em sua direção.
“Estou tentando! Estou tentando! Essa tranca é muito forte!”,
disse Bingo, aflito.
“Espere... deixe tentar pela força!”, falou Magnus.
O
paladino tentou uma, duas, três vezes. A parede já estava
a poucos metros dos desafortunados heróis. O vigoroso guerreiro
tomou fôlego para uma quarta tentativa, mas desta vez obteve
uma ajuda. Mikhail executou uma prece que lhe concedeu maior
força física. O clérigo havia guardado este recurso, evitando
o utilizar na presença de Non, mas não havia escolha. O drow
percebeu o que aconteceu, porém guardou para si as impressões.
Magnus jogou-se contra a porta pela quarta vez e, finalmente
a tranca arrebentou e os seis entraram desesperadamente no
novo cômodo, momentos antes da do muro de pedra os alcançarem.
A parede encostou até a porta e depois recuou novamente, indo
para sua posição oculta no teto do início do corredor.
Os
infiltrados sentaram-se ao chão por alguns minutos, refazendo-se
do susto e observaram a nova sala em semicirculo.
“Ufa!”,
suspirou Limiekki. “Da próxima vez, tenha mais cuidado!”,
disse olhando para Arthos.
No
centro da sala havia um levitador mágico, que não exibia a
mágica emanação amarela dos outros. Na parede que definia
o diâmetro da torre onde acabavam de entrar, havia, no lado
esquerdo, uma escada que descia. No direito, uma porta. Aos
poucos, os aventureiros refizeram-se e voltaram à exploração.
Arthos chegou à beira do levitador, que agora parecia apenas
um poço para um andar inferior. Bingo já estava na próxima
porta, a da direita, e aos poucos, seus outros colegas se
aproximaram dele.
O
pequeno abriu a porta e um outro dormitório luxuoso, com belos
móveis e máscaras púrpuras penduradas na parede, foi descoberto.
Os exploradores investigaram os armários e gavetas, mas detiveram-se
em um baú trancado. Como outros, ele foi aberto por Bingo.
Havia moedas em prata e em ouro, além de gemas preciosas,
recolhidas para a bolsa do halfling. Neste quarto havia outra
porta, que Arthos descobriu estar destrancada. O novo cômodo
era quase idêntico ao primeiro, só que um pouco menor, e o
espadachim nele entrou. Procurando, encontrou em uma das vestes
no armário, uma pequena chave e a utilizou em um novo baú,
que descansava no chão, ao lado da cama de madeira negra.
Abriu a tranca e descobriu mais moedas, além de um tomo religioso,
em honra do deus Vhaeraun. Arthos guardou as preciosidades
em sua bolsa e folheou o livro. Parecia contar a história
da raça dos drows. Levou também o pequeno volume consigo,
para uma posterior análise do professor Danicus. Como não
havia portas neste cômodo, retornou ao encontro dos seus companheiros.
“O
próximo cômodo também é um dormitório. Encontrei peças de
ouro e prata e um livro em um baú. De lá não partem novas
saídas!”, informou Arthos.
“Também achei algumas jóias e moedas!”, completou Bingo.
“Mas não viemos por conta das riquezas”, disse Magnus. “Temos
que nos adiantar. Se não há mais portas, a escada para o nível
inferior desta torre é o nosso próximo destino!”.
Arthos
e Bingo fizeram um repentino silêncio e, logo depois, os aventureiros
seguiram para a escada. O halfling disfarçado de drow procurou
por armadilhas, mas aparentemente não haviam perigos escondidos
nos degraus. Os sete desceram até que uma parede com uma porta
surgir, bloqueando o caminho. Bingo verificou a fechadura,
mas foi desnecessário. A tranca estava aberta. Chegaram a
uma área ampla, que ocupava a maior parte da área circular
daquele andar da torre. Havia uma parede reta que dividia
o cômodo e nela, duas portasde madeira. Uma outra passagem,
uma porta dupla metálica, do lado oposto, na parede
que formava o semicírculo, se apresentava à frente.
Depois
de se espalharem na sala, os invasores se dividiram: parte
tentava abrir uma das portas simples de madeira, e outra a
dupla e metálica. Arthos conseguiu destrancar a primeira e
adentrou em uma espécie de arsenal, com muitas espadas e armaduras
leves, todas de metal escuro e muito justas, ao estilo drow.
Segundo sondagem de Kariel, não havia nenhum artefato mágico
entre elas. A porta ao lado, que ainda esperava uma investigação,
não era nada mais do que um outro acesso ao arsenal. Como
já estavam armados o suficiente, os heróis abandonaram a sala
e foram em direção à porta dupla, onde Bingo ainda se desdobrava
para abrir a difícil tranca.
Quando
o pequeno conseguiu, revelou-se um corredor, menos extenso
do que a traiçoeira passagem anterior, cuja armadilha mortal
quase os matara. Desta vez, Arthos foi mais cuidadoso e Non
e Bingo procuraram atenciosamente por uma eventual armadilha.
E assim foram avançando, até chegarem à porta de metal que
selava o corredor. Esta também foi aberta, revelando um pequeno
aposento de formato triangular e uma porta dupla metálica
seguinte. A ante-sala, apesar de diminuta, era decorada luxuosamente:
havia no chão um tapete cinzento com padrões lembrando teias
e um quadro de moldura bizarra, onde era exibida uma pintura
retratando o deus Vhaeraun. Não havendo nada de mais interessante,
os heróis investigaram a porta para o novo aposento.
As
folhas de metal verde-escuro se abriram, sem que fossem necessárias
as habilidades de Bingo. Revelou-se um cômodo retangular,
mais um espaço de circulação, com três novas portas e uma
escada em espiral que descia.
O
grupo começou, então, a explorar os novos caminhos. Kariel,
ainda invisível, desceu os degraus da escada de pedra negra
marmórea. O mago encontrou ao final da decida, uma sala circular,
cujas paredes eram rodeadas por pequenas e estreitas janelas,
de onde se podia ver o entorno do castelo. Estavam a cerca
de vinte e cinco metros de altura do solo, pelo que pode aferir.
Em seguida, subiu novamente os degraus, e resolveu aguardar
os amigos terminarem suas investigações.
Bingo
e Limiekki encaminharam-se até uma porta no fundo da sala,
que estava destrancada. Era um tipo de depósito, onde eram
guardados itens de ritual do clero de Vhaeraun. Havia estátuas,
máscaras, mantos e livros litúrgicos, mas nada que considerassem
relevante.
A
segunda porta, bem próxima da escada de pedra, foi aberta
por Magnus e Arthos, que também conhecia um pouco do ofício
de arrombador. Era outro dormitório luxuoso, mobiliado como
os demais, porém, ao invés de baús, encontraram uma pequena
mesa circular onde repousava, em um suporte de madeira, uma
esfera feita de cristal, o que atraiu a atenção dos exploradores.
“O
que é isto?”, perguntou Magnus ao amigo.
“Suponho o que seja, mas Kariel deve ter certeza!”, respondeu
o espadachim.
Arthos
então pôs o corpo para fora do quarto e chamou o amigo. Recebeu
do mago ainda invisível uma reposta bem mais próxima do que
imaginava.
“Estou
a um metro de você, amigo. Gritou bem ao lado de minhas orelhas!”
“Hum... desculpe... como ia saber? Quero que veja uma coisa!”
Arthos
entrou novamente no quarto e mostrou a esfera semitransparente.
“Isto
não é uma daquelas bolas de cristal mágicas usadas pelos advinhos?”,
perguntou.
Kariel
concentrou-se e estendeu a mão espalmada na direção do artefato.
“Certamente.
Sinto que existe nela a magia adequada”, respondeu o mago.
“Não devemos levá-la conosco?”, quis saber Arthos.
“Podemos
fazê-lo, mas não aconselho. É um item frágil e se o destruirmos
acidentalmente em um combate, podemos liberar uma energia
perigosa. É melhor deixá-la aqui e, caso haja a oportunidade,
pegá-la depois”, recomendou o elfo Escolhido de Mystra.
A
terceira porta foi aberta por Non e Mikhail. Era um pequeno
santuário, com bancos longos e um altar de pedra, onde uma
imagem de Vhaerun estava depositada. Havia uma escada curva,
que subia rumo a um próximo andar. Reuniram-se, após a exploração,
na área de circulação e comentaram suas descobertas. Só havia
um caminho a seguir, o da escada ascendente, e assim caminharam
para a sala do pequeno santuário.
Os
Maiores Desafios
Os
aventureiros subiam os últimos degraus da nova escada. Antes
que pusessem os pés no novo aposento, visualizaram na sala
uma estranha armadura montada de pé, ao lado de uma porta,
o que despertou algumas lembranças desagradáveis.
“Aquela
armadura... aquilo não me cheira bem!”, disse, desconfiado,
Limiekki.
“Pode
ser um daqueles seres animados... um golem, se não me engano”,
colocou Arthos.
“Mas
não temos outro caminho. Teremos que enfrentá-lo”, comentou
Mikhail.
“Os
golens são muito resistentes à magia. Não poderei ajudá-los
muito”, falou Kariel, invisível, “... mas vou à frente para
verificar se realmente trata-se de um golem. Se ele se movimentar,
devem atacar com suas armas!”
Os
companheiros ficaram no último degrau da escada, quando Kariel
deu os primeiros passos na sala. Logo após o elfo começar
a se mover, o estranho ser de armadura ergueu o braço esquerdo,
e de suas mãos formou-se e partiu uma esfera flamejante que
explodiu, bem em frente da escada, causando graves ferimentos
nos heróis que lá estavam e em Kariel, que não estava suficientemente
afastado do raio de alcance do encanto. Mesmo com suas armaduras
e proteções, os aventureiros sofreram muitas queimaduras.
Non, que estava mais ferido que os demais, não suportou as
injúrias e caiu desacordado em um grito.
Não
havia tempo para lamentações. A criatura poderia invocar novo
encanto. Arthos, Limiekki e Magnus correram até o monstro,
com suas armas em punho. Golpearam o constructo, que pouco
se movia, atingindo-o selvagemente. O guardião daquela porta
fez, de repente, um movimento brusco, com seus braços feitos
de metal e madeira. Aplicou, simultaneamente, socos que atingiram
Arthos e Limiekki, que foram afastados do combate pelo impacto
do golpe. Em seguida, juntou as mãos, gesto que fez crer que
outro encanto nefasto seria conjurado. Foi quando o vigoroso
Magnus aplicou um golpe poderoso sobre o seu braço esquerdo.
O ataque fissurou uma das juntas de madeira e fez partir e
cair o braço. Pouco depois todo o conjunto começou a desmoronar,
e o constructo fez-se em pedaços.
“Vocês
estão bem?”, perguntou o paladino a Arthos e Limiekki, que
haviam sido atingidos pela armadura encantada.
“Agora
que você destruiu aquela coisa, me sinto bem melhor!”, respondeu
Arthos, massageando com a mão o topo de sua cabeça.
“Karelist...
e você? Está ferido!”, questionou Magnus para seu amigo Kariel.
“Um
pouco, mas posso continuar sem grandes problemas!”, respondeu
o elfo, ainda invisível.
Aproximaram-se
de Mikhail, que ainda permanecia no último degrau da escada.
O elfo clérigo de Mystra, estava agachado, e despejava de
seu cantil, um pouco de água na face do drow aliado. Non abriu
os olhos, sentindo ainda muitas dores.
“Está
muito ferido. Acha que pode continuar?”, perguntou o clérigo
disfarçado de sacerdotisa drow.
“Sim,
enquanto tiver forças para andar e erguer a rapieira!”, respondeu
o esguio guerreiro da Casa D’Vaer, erguendo-se do degrau com
dificuldade.
“Espero
que encontremos logo este Welveryn Mallakar senão... não irá
sobrar muito de nós para lutar!”, comentou Limiekki.
Depois
de poucos minutos estavam na porta dupla de metal esverdeado
e trabalhado artisticamente em forma de teias de aranha. Bingo
já estava a postos para abrir a nova fechadura, quando algo
aconteceu com Magnus. O guerreiro paralisou seus movimentos
e seus olhos, abertos e imóveis, pareciam perdidos em um horizonte
imaginário.
“Magnus
de Helm!”, uma voz grave ecoou na mente do paladino. “Sou
Hadryllis, a sua espada consagrada pelo Deus Guardião. Um
demônio acaba de ser convocado das profundezas para um local
muito próximo de onde nos encontramos. É a sua e a minha missão
eliminá-lo. Como prova de valor, deve executar esta tarefa
sozinho! Cumpra esta missão e atenda dos desígnios de Helm”.
Foram
trinta longos segundos. Quando o paladino deixou o transe,
os seus companheiros o olhavam, preocupados.
“O
que houve? Algum feitiço foi jogado em você?”, perguntou Bingo,
olhando para o amigo.
“Não.
Hadryllis falou comigo. Disse-me que um demônio foi invocado
nas proximidades e que devo combatê-lo sozinho. Por favor,
espero que deixem cumprir minha missão.”
“Bem...
claro... mas tenha cuidado, então!”, disse Mikhail.
“Se
este demônio foi conjurado nas proximidades, então é bem possível
que encontremos Welveryn Mallakar. Somente um mago de alto
conhecimento pode executar tal façanha. Estejam preparados!”,
advertiu o invisível arcano Kariel.
Bingo
enfiou a pequena haste de metal no buraco da fechadura, observados
pelos seus colegas. Mikhail executou algumas preces divinas.
O clérigo não escondeu mais os seus encantos de Non. Apesar
do disfarce de sacerdotisa sem poderes de Lolth, urgia a necessidade
de sobreviver aos desafios e isto pesou mais em sua avaliação.
Seus encantos curaram uma pequena parte dos ferimentos dos
seus companheiros e também o concedeu uma proteção especial
contra sortilégios.
A
haste de metal cumpriu o seu papel, e a tranca estava aberta.
Coube ao paladino Magnus empurrar as folhas de metal. Ao abrir
as portas, um cheiro nauseabundo de podridão e enxofre penetrou
nas narinas dos companheiros. Mas o incômodo não foi suficiente
para tirar-lhes a atenção do que viam. Na sala ampla, havia
um demônio de dois metros e meio de altura. Era um ser humanóide,
de couro cinzento, de mãos grandes e uma cabeça chata como
a de um sapo, cuja boca comportava dentes pontiagudos. Era
ladeado por dois constructos, como o que os aventureiros haviam
vencido minutos antes. Uma parede feita de uma energia pulsante
e semitransparente dividia o cômodo e, atrás dela, três ogros
empurravam rumo a um corredor estreito, um pedestal negro
e acima dele, um arco de pedra, com inscrições rúnicas. Com
eles, um velho mago drow, que virou-se para observar os intrusos.
Seu nome era Welveryn Mallakar. Ele trajava um robe escuro
com detalhes que pareciam teias, e carregava em uma das mãos
um bordão com o qual gesticulava para realizar seus feitiços.
Seu último ato antes do grupo chegar foi conjurar uma magia
que o deu a capacidade de voar, conferindo assim uma melhor
posição no combate.
Os
aventureiros, diante do que viram, em seus íntimos, duvidaram
que conseguissem viver para cumprir a missão a que foram incumbidos.
Mas, como não havia mais recuo ou alternativa, isso não importava.
Teriam que lutar o melhor que pudessem para vencer, ou, na
pior das hipóteses, morrer com dignidade. Avançaram contra
os inimigos, de armas nas mãos. Porém, foi o demônio do Abismo
quem primeiro atacou. Gritou, com uma voz gutural e medonha,
palavras amaldiçoadas. O efeito fez-se sentir nos músculos
dos heróis. Seus braços e pernas enfraqueceram, como se houvesse
feito alguma proeza física. Non, o drow da Casa Aercelt, já
muito fraco, tornou-se imóvel. Um poderoso feitiço havia paralisado
todo seu corpo. Ainda assim, partiram os guerreiros para o
combate.
O
luta teve início. Arthos aproximou-se de um dos constructos
de armadura e o golpeou com força na parte inferior do tronco.
A lâmina abriu uma fenda no dorso criatura, que além do aço,
parecia ter o seu interior feito de madeira. O monstro se
moveu em um gesto rápido e mecânico, virando o braço grosso
e desproporcional para atingir o espadachim, que agachou,
evitando o choque. Limiekki e Bingo enfrentavam outro oponente
do mesmo tipo, mas os aventureiros eram dois e eram rápidos.
Haviam atingido a armadura animada várias vezes, porém não
conseguiram evitar um golpe, aplicado simultaneamente nos
dois com os pesados braços do constructo. Limiekki e Bingo
desequilibraram-se, mas conseguiram se refazer para o combate.
Mikhail usou um encanto para tentar eliminar a parede de energia
translúcida, mas não conseguiu seu intento.
Magnus,
conforme a espada sagrada o orientara, combatia a criatura
do Abismo. O paladino, mesmo com suas forças drenadas pela
maldição que agia sobre si, erguia sua espada e desferia potentes
golpes. Recebeu em troca, ataques ferozes com as garras afiadas
do oponente. O couro escuro da medonha cria do inferno era
grosso e também fétido. Um óleo de odor repugnante saia dos
poros do monstro e preenchia o ar. Magnus lutava contra si
mesmo, para não perder o controle e sucumbir às náuseas. Kariel
conjurou um encanto que fez seu corpo levitar. Logo depois
o mago da Comitiva usou a parede para tomar impulso e assim
alcançar o muro de energia, pois como dádiva de Mystra ele
era imune à aquele sortilégio. Seu intento teve sucesso, mas
despertou a atenção de Welveryn Mallakar que imediatamente
lançou sobre ele um sortilégio, tentando dispersar
os efeitos mágicos que agiam sobre ele. Welveryn não foi feliz
em seu propósito. Kariel, ainda com o impulso que tomara
antes, conseguiu se aproximar do arquimago drow e tentou segurá-lo.
Ambos se digladiaram e o drow se libertou lançando um novo
feitiço. Da ponta do seu bordão ele projetou uma rajada de
vento congelante que fez Kariel afastar-se dele.
Arthos
ainda tinha dificuldades para destruir o constructo, o espadachim
estava habituado a enfrentar oponentes vivos e que tivessem
pontos vitais em seus corpos. E seu sabre encantado não era
o instrumento mais adequado para quebrar a matéria
de que era feita a criatura. No entanto o ex-elfo era obstinado,
ele se movimentou com graça e agilidade escapando dos golpes
mortais do constructo e, vez ou outra, conseguia atingir as
partes mais frágeis dele. Bingo e Limiekki por sua vez empregavam
a mesma tática. O ranger devoto da deusa Mielikki mantinha
o constructo ocupado trocando golpes com ele, enquanto Bingo
ficava livre para explorar as fraquezas do adversário. Seus
golpes, embora fracos, minavam a resistência do oponente.
O paladino de Helm estava num embate mais pessoal: era seu
dever eliminar aquela besta do Abismo. O ser anfíbio, percebendo
o símbolo que o paladino ostentava, disse em zombaria:
“Você
é fraco! Sua divindade nada poderá fazer quando meus dentes
alcançarem sua carne!”
Magnus,
em meio aos golpes, respondeu:
“Um
discípulo de Helm não se abate com meras ameaças”, completando
com um golpe de Hadryllis na couraça do monstro fazendo-o
recuar.
O
embate entre os arcanos continuou quando o elfo disparou suas
esferas de energia. Estas encontraram uma parede azul que
se fez presente logo à frente do drow. Ele contra-atacou com
um feitiço mortal que visava desintegrar o corpo de Kariel.
Mais uma vez as dádivas de Mystra tiveram êxito ao proteger
o seu dileto, livrando-o facilmente da ameaça. O mago da Comitiva
queria terminar logo o confronto, então disparou uma poderosa
magia de suas mãos. Projetou um feixe com ramas de relâmpagos
em direção a Mallakar. Porém o drow era muito ardiloso e precavido.
Havia conjurado sobre si um encanto que rebatia as magias
que vinham em sua direção. Assim a magia de Kariel retornou
e ele recebeu todo o impacto. O dileto de Mystra foi afligido
pelas ramas elétricas e caiu desfalecido.
Naquele
momento o constructo, que guerreava com Limiekki e Bingo,
despedaçou-se após vários e rápidos golpes dos dois. Limiekki,
Bingo e Mikhail uniram-se a Arthos no combate ao constructo
restante e juntos conseguiram derrotá-lo. Magnus ainda lutava
contra o tanar’ri. Havia feito vários cortes no demônio. Sentia
que, contra aquele tipo de criatura, sua bela espada encantada,
penetrava mais fundo e mais forte, quase que por vontade própria.
O paladino, cansado, ferido e nauseado, finalmente conseguiu
eliminar o habitante do Abismo. Cravou sua lâmina sagrada
no tórax da criatura, fazendo-a gritar e cair.
Arthos,
vendo que os ogros que empurravam o pedestal já tinham se
distanciado bastante, correu atrás deles junto com Bingo.
Welveryn havia derrotado Kariel a poucos segundos e percebeu
que seus defensores haviam sido derrotados. Ainda voando,
ele lançou uma esfera incandescente que explodiu ao solo ferindo
Magnus, Mikhail e Limiekki. Este último caiu e ficou inconsciente.
O paladino arremessou uma maça a qual também portava visando
acertar Welveryn. O mago esquivou-se facilmente do projétil
improvisado.
“Isso
é tudo!? Deviam ter escutado meu aviso. Agora vou eliminar
o que restou de vocês!”, disse o velho mago.
“Não... ainda posso fazer isto!”, disse
Mikhail, apontando-lhe o Destruidor de Tempestades, seu martelo
encantado.
Do
martelo partiu um raio de luz fulgurante, que iluminou completamente
a sala, incomodando os olhos dos companheiros da Comitiva,
cujo disfarce mágico lhes conferia uma fraqueza semelhante
de inadaptação para a luz. O feixe luminoso atingiu o corpo
do arquimago, quase o fazendo desaparecer em meio ao clarão.
Welveryn Mallakar gritou. A luminosidade intensa queimou sua
pele e cegou-lhe os olhos. Mikhail ainda sustentava o raio,
quando o arcano drow conseguiu sair do seu alcance, visivelmente
desnorteado e ferido. A única coisa que fez foi gesticular
e invocar um encanto, que o fez desaparecer.
“Esta
foi por pouco!”, suspirou Limiekki ao acordar.
“Se
não funcionasse, creio que estaríamos mortos!”, disse Mikhail,
em um suspiro de alívio.
“E
Karelist!?”, perguntou o ranger pelo amigo mago.
Magnus
estava próximo ao arcano da Comitiva e o examinava.
“Ele
está vivo, mas está morrendo!”, disse o paladino.
Magnus
então direcionou suas duas mãos espalmadas na direção de Kariel,
fechou os olhos e fez uma prece ao seu deus Helm. Foi possível
observar uma leve luminescência azulada nas regiões mais atingidas
do corpo do elfo, mas ainda assim o mago não abriu os olhos.
Mikhail então usou uma de suas orações curativas. O novo encanto
fechou algumas das feridas do elfo e o fez recobrar a consciência
e uma pequena parte de seu vigor.
“O
que aconteceu? Onde estar Mallakar!?”, perguntou Kariel, um
pouco desnorteado.
“Ele
foi bastante ferido, mas conseguiu fugir através de um feitiço!”,
informou Mikhail.
Naquele
momento Arthos e Bingo voltaram informando que eliminaram
facilmente os ogros.
“Temos
que destruir o arco de pedra do portal e procurá-lo. O maldito
deve estar com a jóia que o aciona!”, disse Magnus, resoluto.
“Sim.
Mas temos que descansar um pouco. Ainda tenho alguns poucos
encantos curativos suficientes apenas para aliviar os ferimentos
de alguns dos mais atingidos. Precisamos ter cuidado. Estamos
muito enfraquecidos!”, instruiu Mikhail.
Então
a Comitiva sentou no chão e descansou por alguns minutos.
Non ainda estava inconsciente devido ao fetiço nocivo do demônio.
Alguns receberam o poder de cura de Mikhail, que apenas amenizou
a dor que sentiam, tal era o estado dos heróis. Acreditavam,
porém, que o pior havia passado. Só não sabiam que o destino
lhes ofertaria outros desafios que nem sequer imaginavam.
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