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Histórias
 

O Destino Final dos Millithor

Descrita por Ricardo Costa e Ivan Lira.
Baseada no jogo mestrado por Ivan Lira.

Personagens principais da aventura:

Os Humanos: Magnus de Helm; Sirius Lusbel; Sigel O'Blound (Limiekki). Os Elfos: Mikhail Velian; Kariel Elkandor. O Halfling: Bingo Playamundo.

O Destino Final dos Millithor

Duelos Decisivos

      Estavam na grande sala circular no complexo de cavernas do Monte da Adaga. Era um espaço trabalhado pelas mãos de um arquiteto, e não pela natureza. O formato regular e arredondado, o belo piso em rocha negra, semelhante ao granito, a escada em metal e pedra, e a sacada esculpida de onde se mostravam os drows eram prova disso.

      Cinco era o número de drows, sendo que um deles permaneceu nas sombras ocultando sua presença. Um deles estava trajado de forma elegante com um couro muito bem costurado, uma capa de tecido de grande qualidade e de origem exótica, no braço esquerdo um broquel, na cintura repousava um bonito sabre e para completar ele tinha um chapéu. Havia outro de massa corporal maior, seus músculos roçavam na sua cota de malha. As outras duas eram mulheres, ambas eram sacerdotisas de Lolth e trajavam cota de malha. Uma delas tinha um lindo cabelo solto enquanto a outra tinha uma beleza mais recatada.

      Mas nada daquilo importava muito agora, para os aventureiros da Comitiva da Fé. Só tinham olhos para os oponentes e os seus corações batiam rápido, no ruído de um galope ligeiro. Mikhail olhava especialmente a sacerdotisa, que conjurava um encanto, movimentando as mãos e pronunciando determinadas palavras. De prestar atenção, identificou o sortilégio e percebeu o elfo dourado a intenção da clériga da perversa deusa Lolth. Queria lançar sobre Sirius um feitiço que o faria ficar imóvel, e assim, retirá-lo do combate, permitindo que seus asseclas tomassem vantagem na luta. Mikhail, como forma de contra atacar, então preparou uma prece capaz de cessar a energia mística e lançou sobre a drow. O efeito do encanto divino anulou o feitiço da Matrona, frustrando o seu intento. A sacerdotisa, que chamava-se Narcelia da casa drow Millithor, enfureceu-se com o fracasso e gritou para os dois guerreiros que estavam com ela:

      “Torrellan, Marckarius! Destruam estes intrusos!”

      Um deles começou a descer uma das escadas, as duas mulheres permaneceram lá. O drow esguio, de chapéu e capa, sacou o sabre e se dirigiu para a beira da sacada. O outro, um guerreiro musculoso portando uma espada e um escudo, rumou pela escadaria da direita e foi de encontro à Magnus de Helm. Os demais membros da Comitiva, distantes demais para um combate corpo a corpo, aguardavam o momento correto para avançar ou procuravam tirar vantagem da distância.

      Neste última categoria, estava o mago Kariel. Apesar do elfo possuir treinamento em combate, e de fato, por algum tempo, ter se valido mais da espada do que um grimório, era verdadeiramente um mago e magos não costumam estar na linha de frente. Seus fantásticos sortilégios eram sua valia e armas mais eficazes. Pois então, Kariel preparou-se para um encanto. Pretendia invocar uma rama de energia e eletrocutar alguns adversários. Porém, não contava o jovem príncipe de Kand com uma traiçoeira lâmina vinda da escuridão. Um outro drow, que estava invisível por algum sortilégio mágico, o golpeou por trás. O ferimento não foi fatal, mas a dor repentina interrompeu a concentração do arcano, que errou a recitação das palavras, desperdiçando o ritual de conjuração e consequentemente, o encanto que estava a preparar. Mas havia uma pequena ironia. Sem que o drow percebesse, estava Bingo oculto atrás dele, e avançou o pequeno furtivamente e o inimigo provou de seu próprio veneno, porém não podia esperar que fosse tão amargo. Bingo aplicou-lhe um golpe com sua pequena espada, executado com precisão, em um espaço descoberto pela armadura. O sangue que derramou ao chão pela primeira vez naquela era drow. Kariel virou-se e viu Bingo e o oponente que tentava se refazer do golpe do pequeno. Sacou sua espada preparou-se para o combate franco. Atacou o inimigo que se defendeu, porém o pequeno, não tardou em dar outros golpes de sucesso e o infeliz elfo das trevas, de nome Dariel Millithor, tombou, primeira vítima do combate.

      Sirius retirou seu arco das costas e três flechas de sua aljava. Pretendia acertar uma das sacerdotisas, que dera a ordem de ataque para os guerreiros. Acreditava que um líder eliminado sempre abalava, de alguma forma, a moral dos comandados e por isto fez a escolha de seu alvo. Rápido, colocou a flecha e fez o disparo, e em seguida outro e mais um. Porém, poderia dizer um crente da Deusa da Sorte, Tymora não lhe sorriu. Seja pela penumbra, falta de precisão ou mesmo azar, todos os três projéteis se perderam, passando a alguns centímetros do corpo da drow. O pobre Limiekli teve o mesmo destino que o companheiro. Atirou os projéteis e mais três flechas na outra sacerdotisa que não atingiram o alvo. Esta, chamada Carcelen Milithor, fez uma pequena oração a Deusa Aranha e aumentou suas capacidades de combate com um encanto.

      Marckarius, o forte guerreiro e Senhor das Armas da casa Millithor, já havia descido todos os degraus negros e estava frente a Magnus, com a espada em punho. Seus olhos, de pupilas vermelhas, fitavam os do paladino, com ódio e decisão.

      “Não sei como fez para retornar, mas devolverei sua alma para Kelemvor, seu Deus da Morte!”, ameaçou.
      “Aquela foi a minha vez de morrer, hoje será a sua!”, devolveu o paladino na mesma moeda.

      O drow tomou a iniciativa. Executou uma finta, fingiu um ataque, testando a velocidade de reação do paladino. Em seguida, golpeou. A lâmina, de um aço estranhamente azulado, arranhou o peito do humano. A armadura de Magnus o protegeu, mas este sentiu a dor e o impacto do golpe. Algo mais havia naquela espada, pois seu toque provocou um frio intenso, cujo efeito só não fora prejudicial graças a proteção que Hadryllis lhe conferia. Logo depois veio o revide. Com a guarda aberta pelo movimento feito ao golpear, Marckarius recebeu Hadryllis. Também foi protegido pela sua cota de malha, mas sentiu dor idêntica a que havia infligido ao paladino. Este combate seguiu equilibrado.

      Do outro lado, o drow chamado Torrellan decidiu demonstrar sua agilidade. Deu um salto da beira da sacada, executando uma difícil e impressionante proeza física: um salto mortal. Caiu de pé, pouco a frente de Arthos e próximo de Sirius. Arthos o encarou, esperando pela iniciativa do oponente, mas o mesmo não fez seu amigo. Sirius, procurando com a lâmina o sucesso que não conseguiu com as flechas, avançou, mas foi detido, não por um movimento do adversário, mas por um gesto do braço do próprio companheiro.

      “Sirius... deixe-me lutar sozinho contra ele.”, pediu Arthos.
      “Não seja tolo! Vamos derrotar logo estes drows!”
      “Espero que entenda. É uma questão de honra.”
      “O que é isto!?”, disse Torrellan sorrindo. “Estão sedentos para morrer? Que venham os dois!”, desafiou.

      Mas somente Arthos assumiu a postura de combate, ficando Sirius recuado, respeitando a vontade do amigo. Sabe ele que o drow em questão já havia derrotado Arthos, tempos atrás, por isso compreendeu o confronto. Arthos então apontou o seu sabre para Torrellan e avançou. O drow defendeu o golpe com sua arma, mas um outro ataque veloz arranhou seu flanco esquerdo.

      Do alto da sacada, a sacerdotisa Narcelia, viu o combate se desenvolver e um de seus aliados morrer entre Kariel e Bingo. Lançou então um outro feitiço. Desta vez, Mikhail não pôde impedi-la. O encanto, gerado de uma oração à deusa Lolth, abateu-se sobre o mago elfo e o pequeno. Os dois imediatamente perderam a capacidade de raciocinar. Ficaram de pé, estáticos, e suas bocas balbuciavam palavras incompreensíveis e incoerentes. Estavam fora de combate.

      Naquele momento, Torrellan buscava revidar o golpe recebido por Arthos. Tentou acertá-lo no peito e o espadachim esquivou-se. Tentou feri-lo no pescoço, mas o sabre de Arthos aparou o golpe. Torrellan então afastou-se um passo e deu um leve sorriso.

      “Nada mal!”, disse. Olhou também para a roupa e a arma do homem que combatia, muito similares às suas. Trajes finos, um chapéu e um sabre. Se não fosse pelas cores e diferenças raciais, seriam muito parecidos. “É... você tem um estilo semelhante ao meu, mas não gosto de imitadores!”, disse, pouco antes de avançar novamente com o sabre em riste. Tentou uma estocada no peito, Arthos defendeu-se. Em seguida fez algo mais aprimorado. Deu um forte e rápido golpe no punho do sabre do herói. Obteve sucesso. A arma caiu das mãos do espadachim no chão de pedra. Torrellan sorriu.

      “Pode pegar seu sabre!”, disse com ironia.
      “Já que é assim!”, disse Arthos, abaixando-se rapidamente, apanhando sua arma.

      Enquanto esta cena se desenrolava, Marckarius e Magnus trocavam seus golpes. Ao contrário do que acontecia com Arthos, as investidas eram menos graciosas e mais poderosas e ambos os lados já estavam bastante feridos. As armaduras que usavam exibiam marcas e havia sangue dos dois em seus trajes. Os músculos desenvolvidos dos guerreiros, vez ou outra, davam sinais de cansaço ao erguer suas espadas. Os próximos golpes seria decisivos. Marckarius respirou profundamente e colocou toda sua força em uma investida no flanco esquerdo de Magnus. O paladino, felizmente, conseguiu defender, brandindo sua espada na direção da arma do drow. Em um rápido, movimento, aproveitou-se da guarda aberta e colocou um ataque no peito de Marckarius. Se estivesse a cota de malha que usava em perfeito estado, talvez o golpe pudesse ser absorvido, mas a armadura estava danificada pelo choque do aço e a lâmina penetrou. Estando seu peito descoberto Magnus não teve clemência ao atravessar o coração de Marckarius que largou sua espada, caiu de joelhos, e tombou morto. Magnus agradeceu em silêncio ao seu deus Helm, pois se o combate durasse mais tempo, poderia ter sido ele o derrotado, tais eram seus ferimentos naquele momento.

      Mikhail percebeu o estado de Magnus ao aproximar do companheiro. O clérigo de Mystra então gesticulou e rezou uma rápida prece, liberando um de seus encantos divinos. Após isto, a graça da Deusa da Magia afetou todos os da Comitiva, fechando boa parte de seus ferimentos.

      Sirius, que havia deixado o combate de honra de Arthos, avançou em direção a uma das sacerdotisas subindo rapidamente as escadas. Limiekki voltou a disparar setas tentando atingir a outra. Disparou várias flechas sendo que algumas tiveram êxito. Carcelen havia sido finalmente ferida, com duas flechas espetadas na altura do ombro. Porém não ficou assim por muito tempo. Narcelia, percebendo que sua irmã estava ferida, arrancou as flechas de seu corpo e lançou um encanto curativo. Em seguida, em revide, pronunciou algumas palavras incompreensíveis para os ouvidos dos homens e apontou para Sirius. O guerreiro então ficou firme e parado, tal qual uma estátua.

      Limiekki decidiu então abdicar do arco e subir até a sacada. Poderia ter uma chance melhor em um combate corpo a corpo e não queria ficar ali, para ser alvo de algum outro sortilégio nefasto. Correu e no caminho passou bem perto de Kariel e de Bingo, que continuavam confusos, falando coisas incompreensíveis. Limiekki viu o estado dos companheiros, e então parou rapidamente. Segurou nos ombros do elfo e o sacudiu.

      “Kariel? O que está acontecendo com você!? Acorde!”

      O elfo, porém, não reconheceu o amigo, nem recobrou o raciocínio. Apenas empurrou o companheiro e usou sua espada para atacá-lo. O golpe rápido atingiu de raspão o braço do ranger, que conseguiu esquivar-se evitando um dano maior. Limiekki, por alguns instantes, não sabia o que fazer. Fugir, arriscando dar oportunidade para outra investida, ou atacar o amigo e feri-lo? Preferiu dar-lhe um chute, com a intenção de afastá-lo. Kariel desequilibrou-se e caiu ao chão. O empurrão e a queda fizeram algum efeito. Ele balançou a cabeça, como para reencontrar o a sanidade de sua mente, levantou-se e em seguida perguntou ao amigo.

      “Limiekki? O que aconteceu?”
      “Não sei... você estava aí parado, falando. Até me atacou! Acho que estava encantado. Veja... como Bingo, atrás de você!”, disse apontando para o pequeno.
      “Humm... como você me libertou do encanto?”
      “Bem... desculpe, mas tive que lhe dar um chute!”, disse, um tanto sem graça.

      Kariel virou-se para trás e deu um chute em Bingo também. O pequeno também caiu e também se ergueu, saindo do transe. Olharam então para frente, para a sacada. Além das duas drows, viram surgir das sombras de uma entrada ao fundo um outro elfo das trevas que até então só observava o combate, em um robe negro e prata. Era um mago e logo que deixou a escuridão que lhe servia da camuflagem foi imediatamente executando um feitiço. Após os gestos e palavras arcanas, surgiu em suas mãos uma esfera flamejante, que deixou suas mãos e caiu em meio aos heróis, em uma explosão de fogo. O feitiço causou ferimentos no já combalido Magnus, e em Mikhail, Limiekki e Kariel. O mago da Comitiva, mesmo ferido, manteve sua concentração e buscou o revide. Sabia que alguns de seus amigos, principalmente Magnus e Mikhail, não sobreviveriam a outro ataque como este. Fez o elfo os mesmos gestos e pronunciou as mesmas palavras que o inimigo e das suas mãos também partiu uma esfera de fogo, que explodiu na sacada. Ao contrário dos aventureiros, a explosão de fogo fez tombar, sem vida, o mago drow, que chamava-se Karelist Millithor.

A Origem dos Millithor

      Lendas antigas revelam que há muitos milênios atrás o panteão élfico vivia tranqüilo até que Araushnee, a consorte de Corellon Larethian, líder do Seldarine, o traiu na tentativa de compartilhar a morada celeste com espíritos malignos. Corellon não teve clemência e expulsou sua ex-amante e alguns outros que compartilharam de seus ideais. Assim nasceu Lolth e o panteão drow. Outros milhares de verões depois, durante as sangrentas Guerras da Coroa, muitos elfos que eram devotos de Lolth foram banidos para o Subterrâneo ao qual assim transformaram-se em drows.

      Menzoberranzan é considerada a cidade mais famosa da raça drow. Há um pouco mais de um século atrás fora feita uma reunião entre as casas da cidade para discutir um plano concebido pelos Baenre. O objetivo era retornar e dominar a superfície. A antiga matrona da casa Baenre fez um discurso e apresentou o estratagema. Muitos concordaram com o intento e outros acharam-no perigoso. De qualquer forma, Ki’Willis, matrona da casa Millithor, estava remoída por uma dúvida, ela não sabia quanto tempo a sua casa poderia agüentar até sucumbir ante as outras. Nos ditames da sociedade drow regida por Lolth era comum a busca incessante pelo poder fazendo com que houvesse sempre uma disputa entre as casas e entre os próprios drows para saber quem eram os melhores. Ki’Willis, respeitando este aspecto cultural, pronunciou a todos se oferecendo para executar o plano numa missão avançada. Como os Millithor eram a vigésima primeira casa de Menzoberranzan ela teria de aproveitar uma oportunidade dessa para ser melhor em outro local, e a superfície era uma boa escolha.

      Visando obter a localização na região das Terras dos Vales, Ki’Willis se ofereceu para executar o plano da criação de portais dos quais os drows usariam para um deslocamento em massa. Portanto os Millithor pegaram tudo que puderam levar e deixaram Menzoberranzan na promessa de preparar parte do esquema para as outras casas da cidade. Assim aconteceu o deslocamento dos Millithor para o subterrâneo dos Vales.

      De tempos em tempos eles puderam enviar mensagens aos seus semelhantes de Menzoberranzan. Um grande relatório fora feito para ser entregue, e ironicamente ele foi levado por uma embarcação de um humano chamado Norde Laife e entre seus tripulantes estavam algumas pessoas que posteriormente fariam parte de um grupo de aventureiros chamado Comitiva da Fé. Eles foram a Menzoberranzan, mas apenas fizeram uma tentativa frustrante de ameaçar a casa dos Del’Armgo. Anos depois deste evento um grupo formado por alguns heróis, entre eles um que já tinha ido a Menzoberranzan, descobriu uma base avançada de drows abaixo do Vale das Sombras. Eles enfrentaram Torrellan que se mostrou um oponente formidável, porém os drows foram rechaçados e o lugar foi inundado por um lençol subterrâneo do Rio Ashaba. Não sabiam os heróis mas a verdadeira base da casa Millithor se encontrava no Monte da Adaga, localizado um pouco ao norte de Cachoeiras da Adaga. Mais alguns anos se passaram até que os mesmos heróis retornaram para um ajuste final de contas.

Que Sucumba a Casa Drow

      Narcelia percebeu que aqueles invasores eram mais poderosos do que havia avaliado e que, com três de seus aliados mortos, a melhor alternativa seria recuar. Deu então a ordem, no idioma drow. Sua irmã encaminhou-se ao um corredor atrás da sacada, seguida por ela, que antes de correr. Torrellan, também percebendo a superioridade de seus inimigos, de forma surpreendente, conjurou um feitiço sobre si que o fez ficar invisível. O drow espadachim abandonou a luta com Arthos e correu em direção a rota de fuga. Os heróis correram atrás dos inimigos. Mikhail atrasou-se um pouco. Ficou para lançar um encanto que eliminou a paralisia de Sirius.

      Arthos foi na frente, seguido de Magnus, Limiekki, Kariel e Bingo. Passaram pelo corredor estreito, iluminado por archotes com o mesmo fogo púrpura que havia em todo aquele complexo, e chegaram em outra câmara, ligeiramente maior. Haviam nela três escadarias: uma a frente, outra a esquerda e uma a direita. Após cada escada, havia uma passagem aberta em forma de arco. Na escada a frente estavam as drows fugitivas, só que naquele momento elas tinham uma nova aliada para o combate, era nada mais nada menos que a Matrona da Casa Millithor, a drow de nome Ki’Willis. Ela trajava uma roupa sacerdotal que era permeado por jóias presas por tecidos que se assemelhavam a teias de aranha. Seus longos cabelos chegavam até a sua fina cintura. As três estavam conjurando encantos voltadas para os heróis.

      Arthos, que estava bem a frente, corria para tentar alcançar as drows. Pretendia o espadachim atingir alguma delas. Se acertasse com sua lâmina aquelas sacerdotisas, talvez conseguisse fazer com que perdessem a concentração e errassem o feitiço. Porém, não houve tempo para tanto. O primeiro encanto acabou indo na direção dele, que acabou paralisado, tal qual Sirius, há alguns minutos atrás. Em se falando em Sirius, foi este guerreiro o próximo alvo, porém algo falhou na conjuração e o combatente não chegou a ser afetado. O terceiro encanto, que partiu das mãos de Carcelen, criou uma escuridão a frente dos heróis que, a exceção de Arthos, que se projetava a frente da área de efeito do sortilégio, não conseguiam ver mais nada do que estava adiante.

      Mikhail contra-atacou. Lançou o clérigo um encanto capaz de criar uma luz fulgurante. Sabedor dos mecanismos da magia, considerou que as naturezas opostas dos encantos anulariam seus efeitos. E, de fato, assim aconteceu. A escuridão foi varrida e a visão dos inimigos foi devolvida aos heróis, que avançaram.

      Naquela batalha, o lance novamente pertencia aos drows. Torrellan, que havia fugido invisível, reapareceu próximo a Sirius e começou com ele uma batalha. Enquanto a Arthos, por estar mais próximo da Matrona, foi a escolha mais óbvia para ela, que o tocou e transmitiu-lhe um encanto cuja intenção era matar. O toque da morte, porém, não atingiu a força desejada e o homem paralisado não morreu, mas sentiu muita dor e fraqueza no corpo, como se parte de sua energia vital tivesse sido arrancada de si.

      Kariel conjurou novamente uma esfera incandescente que formou-se do nada nas mãos do elfo, e como um cometa, riscou a sala, caindo próximo às drows, provocando a característica e ruidosa explosão de fogo. As chamas causaram ferimentos, e Narcelia Millithor gritou pela última vez e caiu. Magnus se movimentou, com o intuito de aproximar-se do indefeso Arthos e protegê-lo, já que as duas inimigas estavam bem próximas a ele e uma delas, a Matrona Ki’Willis, já conjurava um encanto. O paladino antecipou-se, invocou a ajuda de seu deus e com toda a força que lhe restava, aplicou um golpe com Hadryllis em direção ao peito da drow. A lâmina entrou na carne e sua ponta rasgou o manto nas costas da clériga, que gritou. Magnus puxou a espada e o corpo da líder da Casa Millithor caiu inerte, para o desespero de sua aliada, a também clériga Carcelen, e do guerreiro Torrellan, que lutava contra Sirius.

      Torrellan reagiu desistindo da luta. Guerreava pela sua Casa e por honra, mas ao ver a sua líder perecer, tudo o que queria era salvar a sua pele e viver para lutar um outro dia. Virou as costas para Sirius e correu para as escadas. Não se sabe se foi a morte da drow ou a vitória de vontade de Arthos, mas o fato é que, naquele momento, o homem ruivo se libertou da paralisia mágica e viu Torrellan fugindo. Deixou tudo mais para trás e pôs-se a persegui-lo. O mesmo fez Kariel, seguindo o amigo. Entraram na passagem, acima da escada e sumiram das vistas dos outros.

      Somente um inimigo restava naquela sala. Era Carcelen. A devota de Lolth sentia raiva, desespero, dor. Retirou das profundezas de sua mente a pior das maldições que conhecia e invocou sobre Magnus, mas nada aconteceu. Ela espantou-se. A deusa a quem servia havia lhe negado a seu poder divino. Tentou então um encanto para evitar a morte de sua Matrona, mas também nada. Não sentia mais a energia divina que circula no corpo dos clérigos dos deuses faerûnianos. Não sentia coisa alguma a não ser o silêncio. Então gritou.

      “Lolth! Deusa minha! Porque de repente me abandonou!? Porquê!”. Em um último ato, sacou uma adaga oculta e golpeou o próprio ventre, dando fim a sua vida.

      Entre os que testemunharam o fato, Magnus e Mikhail eram que tinham achado mais estranho o suicídio e as palavras da sacerdotisa. Mikhail, ele próprio um sacerdote de Mystra, observou atentamente a cena e sentiu que durante as tentativas de realizar os encantos, nenhuma energia divina havia sido liberada pela drow, como se sua ligação com a Deusa Aranha houvesse sido interrompida. Perguntava-se o que havia acontecido. Teria a Deusa deixado a clériga a própria sorte por ela ter permitido a morte de sua Matrona? Estranho seria, mesmo para uma deusa maligna como o caso de Lolth, abandonar uma valorosa servidora, que lutou até a morte em nome de sua Casa. Mas não havia mais tempo para perguntas ou divagações. Todos correram escada acima, na mesma direção em que haviam ido Torrellan, Arthos e Kariel.

      Arthos e Kariel correram pelo largo corredor, ainda ouvindo os passos apressados de Torrellan. Terminado o vão, havia uma bifurcação. Um caminho a direita e outro a esquerda. Seguiram o ruído e foram a esquerda, passaram uma porta, que estava fechada, mas prosseguiram, pois ainda ouviam os passos. Viram outra porta, desta vez aberta e ainda correndo sobre suas dobradiças. Entraram por ela e correram por outro caminho estreito. Chegaram a uma imensa área. O piso se projetava mais alguns metros a frente e depois havia um abismo, que se estendia até desaparecer na escuridão. O local, além do piso, deveria ter quilômetros de extensão. Havia uma tênue luz branca vindo de algum ponto superior que permitia ver Torrellan , próximo a beira do precipício. Olhou para trás, viu os dois inimigos e em seguida pulou. Para morte certa, pensaram Arthos e Kariel. Pelo menos até virem emergir do abismo um estranho veículo flutuante de madeira, em forma de aranha. Ergueu-se e sumiu, caverna a dentro. Mais uma vez, Torrellan fugira.

      “Não acredito! Maldito! Eu queria me revanche!”, bradou Arthos em um grito que ecoou na caverna.
      “Não adianta, Arthos!”, Disse Kariel. “Não temos como persegui-lo... mas veja... que lugar será este? Parece ser enorme. Bem... de qualquer forma, temos que voltar e ver como estão nossos amigos.”

Explorando o Covil

      Não precisou o elfo dar um passo para tanto. Um instante depois estava lá o restante da Comitiva, todos de pé, feridos mas vivos, para alívio de Kariel e Arthos.

      “Onde está Torrellan?”, perguntou Mikhail a Kariel.
      “Fugiu. Pulou no abismo, sobre um tipo de veículo voador, semelhante a uma aranha. Desapareceu na escuridão desta enorme caverna.”
      “O que faremos agora?”, perguntou Bingo.
      “Temos um complexo inteiro para explorar. Precisamos ver se achamos os seqüestrados em algum lugar por aqui.”, respondeu Mikhail.
      “Sugiro que nos dividamos. Antes de retornar pelo corredor, vamos ver o que há aqui.”, colocou Limiekki.
      “Mikhail, Sirius, Limiekki... venham comigo para a esquerda”, o restante pode ir a direita. Nos encontraremos aqui depois.”
      Concordaram com Arthos e assim partiram.

      Foram então eles para um lado beirando o Abismo. Andaram por poucos minutos até chegarem até uma parede que encerrava o caminho. A frente dela havia um grande arco de pedra, com diversas inscrições em língua drow. Acima dele uma fenda, em formato hexagonal. Haviam ferramentas de no chão e um caldeirão negro.

      “O que será isto?!”, perguntou Limiekki, tocando a pedra entalhada.
      “Um portal, certamente”, concluiu Mikhail. “Mas parece desativado.”

      Sirius ajoelhou e examinou as ferramentas. Eram martelos, pregos de entalhe e outros instrumentos que nunca havia visto antes. Olhou também para o caldeirão. Dentro dele havia uma grande jóia vermelha facetada, do tamanho de um punho fechado. Limiekki expôs o seu achado para os colegas.

      “Uau. Que bela jóia, hein?! Deve valer um bocado de dinheiro!”, espantou-se Arthos.
      “Na verdade...”, disse Mikhail, “...não acredito que a utilidade desta pedra seja servir como moeda. Está vendo aquela fenda lá em cima”, apontou o elfo de cabelos dourados o topo do arco, “Ela parece se encaixar ali. Talvez seja uma espécie de chave para acionar o portal.”
      “Vamos colocar lá para ver onde isto irá nos levar?”, sugeriu Arthos.
      “Não, Arthos.”, falou Mikhail em tom de reprovação, colocando a jóia em sua bolsa.       “Não sabemos como isto funciona e nem aonde pode nos levar. É melhor termos com Storm antes de tentarmos acionar este portal. Ela possui mais conhecimento sobre a magia do que nós e por certo irá nos dar alguma informação útil. Sejamos prudentes.”
      “Então vamos retornar e ver se o outro grupo encontrou algo. Ainda temos que explorar o restante do local.”

      Do outro lado da plataforma, Kariel, Magnus e Bingo se aproximavam do limite. Este lado era visivelmente mais claro, alguns raios de luz branca que vinham de cima iluminavam, ainda que fracamente, aquele trecho, o que indicava, talvez, uma abertura superior no alto teto cavernoso. A medida que avançaram, viram uma espécie de atracadouro de madeira, rumo ao abismo e, ao lado dele, uma estranha embarcação que surpreendeu a todos. Era uma nau voadora. Feita de madeira clara, tinha da proa a popa cerca de dezoito metros, sua aparência era de um peixe, com velas brancas que lembravam grandes barbatanas ventrais e dorsais.

      A nau possuía três andares, um convés externo, um inferior, e um compartimento de carga ao fundo. Havia uma grande e ornamentada poltrona na cabine do convés, mas não viram nenhum timão ou alavanca... enfim, nada que pudesse indicar claramente como se pilotava tal coisa. Kariel lembrou-se da investigação que havia feito na nau voadora evereskana, em que havia embarcado quando estavam na Fortaleza Élfica. Havia visto naquela ocasião um capacete e um compartimento, onde uma jóia mística, que impulsionava a embarcação estava guardada. No entanto, em sua rápida vistoria pela nau diante dele, não havia visto nenhum capacete ou compartimento especial, mas não estava com o tempo de procurar mais detalhadamente. Ainda precisavam localizar os humanos, e tinham ainda muito o que olhar. Logo depois chegou Arthos, que ao ver a embarcação, exclamou:

      “Pelas barbas de Elminster! Não acredito... não acredito... uma nau voadora!” Ele sempre desejou ter um destes barcos. Já havia visto deles muitas vezes, mas nunca conseguiu realizar o sonho de possuir, ou ao menos pilotar, uma embarcação daquele tipo.

      Os dois grupos se encontraram na saída do corredor e trocaram informações. Decidiram que Storm seria a pessoa certa para dar-lhes alguma orientação tanto a respeito do portal, quanto sobre a nau voadora. A contatariam quando terminassem esta missão. Entraram então pelo corredor e retornaram ao grande salão das escadas, onde decidiriam como iriam fazer a exploração.

      “São três as escadas. Podíamos formar três grupos e investigar estes caminhos. Ganharíamos tempo.”
      “Porém, Sirius, se houverem mais drows, estaremos enfraquecidos.”, ponderou Kariel.
      “Então vamos juntos! Escada por escada.”, colocou Limiekki. “Vamos pegar esta da esquerda e depois a do centro e a da direita.
      “Para mim está certo. Concordam?”, quis saber Kariel a opinião dos outros.
      “Porque não!?”, falou Arthos, resumindo a decisão do grupo.

      Então foram pela escada a esquerda. Logo após entrarem na passagem após os degraus, viram um pequeno trecho de corredor fechado a esquerda e um outro maior a direita que se prolongava. Haviam portas nas paredes. No trecho esquerdo eram quatro. Cercaram-se de cuidados, armas preparadas, enquanto Bingo abria a fechadura, colocada em uma bela porta de madeira escura, quase azulada. A ferramenta de Bingo, introduzida no buraco da chave, fez um clique e a porta se abriu. Viram uma cama, uma estante, um baú, uma mesa e ganchos para pendurar roupas. Era um dormitório, muito confortável por sinal. Bingo se aproximou do baú e o abriu. Não estava trancado. Haviam algumas moedas de ouro nele. Nos outros dois cômodos haviam banheiras que evidenciavam de que ali eram quartos de banho. Num outro quarto foram encontrados uma despensa e uma quantidade boa de armas e utensílios de combate. Seguiram então pelo lado direito, abrindo as portas que encontram. Mais quatro cômodos semelhantes aos outros dormitórios encontrados. O próximo cômodo possuía uma porta diferente, metálica e alta, haviam nela figuras de aranhas em entalhes ornamentais. Abriram também este portão e encontraram uma sala maior, em piso de mármore negro, com muitos bancos em madeira voltados para o fundo da sala, onde erguia-se, em um altar, a estátua de uma enorme aranha com cabeça de uma drow. Logo a frente da figura, havia uma pedra quadrangular branca, manchada de um líquido vermelho escuro.

      “Um santuário a Deusa Lolth!”, exclamou Magnus, aproximando-se da estátua. Viu a pedra do sacrifício e temeu pelo destino dos homens desaparecidos.
      “Limiekki...”, chamou Kariel, “Este líquido é sangue? Pode dizer-nos se é fresco ou antigo?”
      O ranger se aproximou, cheirou e tocou no liquido, quase seco.
      “Deve ser de muitos dias, Kariel. É realmente sangue, mas está bastante coagulado e seco.”
      “A cada momento que passa, é mais difícil encontrar estes homens vivos. Tymora nos ajude!”, pediu Kariel.

      Estavam deixando o santuário, quando Sirius e Magnus amarraram uma corda na imagem de Lolth e puxaram-na. A figura da deusa maligna caiu no chão e espatifou-se.

      Viram um corredor e uma escada que descia. Aquela era a passagem para o mesmo lugar que haviam entrado para perseguir Torrellan. Constatado isto, concluíram que as passagens acima das escadas se interligavam em um mesmo caminho, em forma de “U”. Ultrapassaram então o corredor e chegaram na próxima porta, que era, como as primeiras, em madeira. Ao se abrir revelou um outro dormitório, maior e mais luxuoso que o primeiro. Além dos móveis do tipo encontrado nos demais quartos, havia um pequeno oratório instalado e sobre ele repousava uma estatueta de ouro maciço, representando Lolth. Em um guarda-roupa, encontraram os trajes da Matrona. Arthos decidiu pegar a estátua e enfiar algumas jóias nos bolsos.

      “Arthos...”, chamou Mikhail, “Deixe isto para depois. Dividiremos as jóias que estão aqui em um momento oportuno. Se andar com isto tudo nas roupas será mais difícil lutar!”
      “Tem razão, Mikhail. Me desculpe!”, disse o espadachim tirando todas as jóias dos bolsos.
      “Você esqueceu a estátua, Arthos!”, lembrou Kariel, sorrindo levemente.
      “É claro! Perdão!”, respondeu Arthos, repousando a estatueta numa mesa.

      Prosseguiram a exploração. O próximo cômodo foi aberto. Viram mesas e cadeiras. Alguns livros em uma prateleira e um biombo de madeira. Por trás dele, a Comitiva encontrou um laboratório alquímico, com muitos frascos de vidro com ervas, pós e líquidos coloridos, além de porcelanas e caldeirões.

      Seguindo o corredor, encontraram uma passagem estreita, de pouco mais de quatro metros. Após ela uma sala circular e no centro dela uma mesa redonda com alguns documentos e livros dispostos irregularmente, rodeada por sete confortáveis cadeiras de madeira com estofado púrpura. Na parede um enorme mapa, de um lugar completamente desconhecido. Havia uma escada também, que levava a um nível superior. Subiram os degraus e viram uma razoável biblioteca, com muitos volumes, infelizmente todos em língua drow.

      “Amigos. Gostaria de ficar aqui e investigar. Vão adiante. Tentarei ler o máximo possível destes documentos.”
      “Sabe ler drow, Kariel?”
      “Não Limiekki, mas tenho em meu repertório um encanto que pode me auxiliar! Me encontrem aqui depois.”

      A Comitiva então continuou e deixou Kariel sentado em uma cadeira, examinando os documentos na mesa. O mago Escolhido de Mystra executou um feitiço e o idioma drow ficou claro em sua mente. Passou a ler tudo que podia sobre aqueles planos. A Comitiva prosseguiu e havia apenas uma última porta a ser aberta e dela ouviram-se ruídos. O estado de tensão, amenizado pelo abandono dos cômodos encontrados, retornou aos heróis, que estavam preparados para o ataque, quando o pequeno Bingo usou suas ferramentas mais uma vez para destrancar a fechadura. Mas não haviam inimigos, mas dois humanos, sujos e magros, que arrastavam-se no chão e erguiam as mãos em busca de auxílio.

      “Nos ajudem... nos ajud...”, disse um deles, pouco antes de desmaiar. Aqueles homens, desidratados e subnutridos, estavam a beira da morte.

      Mikhail pediu a Bingo que lhe trouxesse de imediato água e um pouco de comida da despensa e feito isto, deu aos cativos, em pequena quantidade. Em seguida foram removidos para os dois dormitórios mais próximos. Tendo revelado todos os cômodos, foram novamente até a sala de reuniões onde se encontrava Kariel. O elfo estava de pé, pronto para sair da sala. A duração do encanto terminara e ele havia lido tudo o que o tempo permitira.

      “O que encontrou, Kariel ?”, perguntou Arthos ao amigo.
      “Mapas desconhecidos, planos de movimentação de tropas, localização de portais. Uma operação chamada Retomada estava ou está em curso.”
      “O Grande Carvalho disse que seres que representam as sombras queriam retomar o que era seu.”, lembrou Limiekki.
      “Então deve se tratar de uma manobra para invadir a superfície. Sei que os drows habitavam o Vale das Sombras, há séculos atrás.”, colocou Magnus.
      “Acho que o intuito dos drows parece estar claro, mas levaremos todos estes documentos a Storm. E vocês... o que descobriram?”, quis saber Kariel.
      “Alguns outros dormitórios e uma cela. Libertamos dois homens.”, comunicou Mikhail.
      “São os Harpistas desaparecidos?”, perguntou o elfo à Mikhail.
      “Não sabemos ainda, Kariel. O estado daqueles pobres coitados não nos permite fazer perguntas neste momento. Vamos esperar que se recuperem um pouco. Estão descansando agora.”
      “Sugiro que façamos o mesmo. Descansemos por algumas horas para recuperar nossas forças.”
      “Concordo, Mikhail. Usaremos os dormitórios vagos e nos revezaremos na guarda e nos cuidados com os seqüestrados.”
      “Amigos... antes de vocês se dispersarem, já pensaram algo sobre este lugar?”, perguntou Magnus de maneira enigmática.
      “Já. Pensei em cair fora daqui!”, respondeu Bingo.
      “Não... Não é isso. Vejam... temos dormitórios, sala de reuniões, biblioteca, um laboratório e até uma nau voadora! Podíamos fazer disto aqui nossa base de operações! A Comitiva nunca teve algo assim!”

      Pararam por uns instantes pensando na sugestão do paladino.

      “Bom... não gosto muito de cavernas, mas se não houverem mais drows pode ser uma boa idéia!”, ponderou Kariel.
      “Sei não... e se aquele drow fujão voltar?”
      “Nós acabamos com ele, Bingo!”, respondeu Sirius.
      “Vamos deixar isto para mais tarde. Vamos descansar por agora!”, finalizou Mikhail.

      Então a Comitiva se dispersou, fez uma rápida alimentação com os itens da despensa, e escolheu seus quartos. Magnus e Arthos revezaram com Sirius e Mikhail, zelando pela segurança do repouso dos demais e nos cuidados com os homens. E assim se passariam oito horas dentro do Monte da Adaga. Do lado de fora, o céu se apagava e cedia vez para o manto negro e cravejado de diamantes da noite.


Esta história é uma descrição em teor literário dos resumos de aventuras jogadas pelo grupo Comitiva da Fé em Salvador sob o sistema de RPG Dungeons & Dragons, Edição 3.5.

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