Enquanto
o Culto do Dragão percorre os corredores
escuros da Montanha Subterrânea e incita
um legado do dragão para seus próprios
planos malignos, os PJs encontram-se indo de
encontro para mais perigo do que jamais enfrentaram!
O Legado do Dragão (526
Kb ZIP/PDF): Download
Introdução
A Fúria dos Dragões compele a
ocorrer muitos eventos estranhos ao longo de
Toril, e ela não poupa nem Águas
Profundas. Ainda que a maioria assuma que a
ameaça para esta jóia da Costa
da Espada virá dos céus, o mau,
ao invés disso, está em ação
abaixo do solo. O Culto do Dragão percorre
os corredores escuros da Montanha Subterrânea
e incita um legado do dragão para seus
próprios planos malignos.
O Legado do Dragão é uma aventura
curta para quatro personagens jogadores de 13º
nível e pode ser adaptada para os níveis
de 11 a 15. A aventura se desenrola na Montanha
Subterrânea, a grande masmorra abaixo
de Águas Profundas. Esta aventura assume
que os PJs entraram a partir do primeiro encontro
no lado oeste da enorme caverna no 1º nível
da Montanha Subterrânea. Se eles não
o fizeram, modifique os encontros para se encaixarem
às suas necessidades. A Caverna do Nível
1: Parte 1 e a Caverna do Nível 1: Parte
2 descrevem o restante desta caverna. Conferir
tais artigos e a Sala
21: Dia de Mudança antes de mestrar
esta aventura é aconselhável.
Em alguns aspectos, esta aventura é ao
contrário. Ao invés de enfrentar
os guardiões do dragão para, então,
lutar contra o dragão em seu covil no
final da aventura, os PJs enfrentam os dragões
primeiro e durante toda a aventura. A aventura
apresenta um dragão lich, e este encontro
também é no começo da aventura,
mas outro encontro com um dragão lich
pode acontecer no meio da mesma, e outro ainda
pode ocorrer até o final. A aventura
deriva da natureza dos dragões lich e
da relação do Culto do Dragão
com estas criaturas. Já que um dragão
lich pode surgir a partir do corpo de outro
dragão, o Culto do Dragão escolheu
separar o dragão lich e sua filacteria,
para dessa forma evitar que ambos fossem destruídos
no mesmo ataque. Aos PJs cabe a escolha de batalhar
vários encontros de uma vez, fazendo
de cada encontro um desafio mais mortal a medida
que seus recursos diminuem, ou usar as táticas
de bater-e-recuar, com o risco de enfrentar
mais dragões lich e mais resistência
organizada.
Trama da Aventura
No ano de 1373 CV, a Fúria dos Dragões
mais uma vez deixou sua marca sobre Faerûn,
e enquanto os habitantes de Águas Profundas
olhavam para os céus, aterrorizados,
eles cegavam-se para uma ameaça crescente
sob os seus próprios pés. Durante
séculos Halaster utilizou portais e outras
magias para capturar criaturas e aprisioná-las
na Montanha Subterrânea, e há muito
tempo atrás, ele aprisionou Aragauthos,
uma velha dragoa azul, em uma caverna no terceiro
nível da Montanha Subterrânea.
Aragauthos viveu na masmorra durante décadas,
presa dentro de uma caverna no terceiro nível
e sobrevivendo das “amostras de comida
ambulante” trazidas até sua caverna
pelos “desvios” dos anéis
de teletransporte de Halaster. Durante o Festival
da Colheita há quatro anos atrás,
os cidadão de Águas Profundas
assistiram em pânico enquanto Aragauthos
surgia das cavernas oceânicas e precipitava-se
para o sul da Costa da Espada, o controle de
Halaster sobre a Montanha Subterrânea
quebrou-se enquanto ele era mantido cativo em
outro lugar, e a dragoa azul finalmente escapou
(para mais detalhes, faça o download
da aventura Dungeon Crawl: Undermountain
– Stardock na seção
de downloads das edições antigas
no site da Wizards of the Coast).
A despeito das incontáveis ameaças
e pensamentos de vingança da dragoa contra
o Mago Louco, Aragauthos nunca retornou. Ainda
assim a velha dragoa azul deixou para trás
um legado que continua a afetar a Montanha Subterrânea.
Quando Halaster a capturou, ela estava prestes
a poer uma ninhada. Suas crianças, que
totalizaram impressionantes seis dragõezinhos
saudáveis, saíram dos ovos para
uma vida de aprisionamento. Sabendo que não
poderia alimentar tantas crias, mas não
desejando machucar nenhuma delas, ela privou-se
de comer, matando apenas para alimentar seus
filhos e comendo pedras e terra para saciar
sua fome. Quando finalmente ela não podia
mais se privar de comer, ela forçou seus
filhos a saírem da Montanha Subterrânea
e os alertou para manterem-se unidos para sua
própria segurança e para aumentar
suas chances de caça.
Os seis irmãos fizeram como sua mãe
ordenou. Enquanto envelheciam e cresciam, eles
periodicamente retornavam até a caverna
de sua mãe, trazendo com eles presentes
em forma de comida. Infelizmente, a ganância
superou o medo de sua mãe, e o pensamento
dos dragões azuis voltaram-se para matar
Aragauthos e tomarem para si o seu tesouro.
Aragauthos facilmente evitou tal tentativa,
acabando por matar um de seus filhos antes de
forçá-los a recuar. Enquanto enfurecia-se
com a natureza traiçoeira de seus filhos,
ela avisou-os para nunca retornarem para que
ela não os matasse, e assim, seus filhos
nunca retornaram.
Por aproximadamente uma centena de anos, os
cinco filhos restantes de Aragauthor vagaram
juntos pela Montanha Subterrânea. Embora
muitas vezes tentados a separarem-se, a segurança
devido ao número e um juramento de união
manteve os irmãos como um grupo. Mudando
de covis regularmente e movendo-se de nível
em nível, os dragões viveram sempre
viajando, raramente permitindo-se aos prazeres
de construir um tesouro ou desfrutando longos
períodos de sono.
Muitas vezes eles tentaram fugir da Montanha
Subterrânea, mas a magia de Halaster os
prendia como se fossem correntes no pescoço
dos dragões. Quando o incidente Halaster
durante o Festival de Colheita aconteceu quatro
anos atrás, eles tiveram a oportunidade
de fugir, mas nesta época já tinham
aceitado que fugir era impossível.
Thavok Drusuvious, Portador do Púrpura
para a célula do Culto do Dragão
na cidade de Águas Profundas, tinha vindo
até a cidade na esperança de transformar
Aragauthos em um dragão lich, mas sua
fuga da cidade o deixou sem planos. Assim que
o ano de 1373 começou, Thavok descobriu
o diário de uma aventureira há
muito morta, numa loja de livros. O diário
descrevia um encontro com cinco dragões
azuis jovens nas profundezas da Montanha Subterrânea.
A aventureira e seus aliados já haviam
sido molestados por um bando de trolls quando
os dragões apareceram e atacaram. A aventureira
foi a única a sobreviver, mas não
mais do que um dia ou mais, já que o
seu diário foi encontrado e retirado
da Montanha Subterrânea por outros aventureiros
tempos depois. A descrição no
diário sobre o trabalho em equipe dos
dragões intrigou Thavok enormemente,
e encontrar este diário no meio da Fúria
dos Dragões, um diário que descrevia
o que só poderiam ser os filhos de Aragauthos,
pareceu a Thavok um sinal do próprio
Sammaster.
Thavok Drusuvious reuniu suas forças,
e, em pequenos grupos, eles entraram na Montanha
Subterrânea e começaram a busca
para o legado de Aragauthos. Espalhando-se do
Porto dos Crânios até a entrada
do Portal Bocejante, a busca foi consideravelmente
breve e custou ao Culto poucas moedas e as vidas
de umas duas dúzias de cultistas. Isto
eliminou os fracos das fileiras da organização,
e a experiência na Montanha Subterrânea
fez dos membros que restaram excepcionalmente
fortes, outro sinal da vantagem de sua busca.
Tendo descoberto os dragões, Thavok começou
cuidadosas negociações, usando
notícias da lendária Fúria
dos Dragões para compelir os filhos de
Aragathos a ouvir sua proposta. Thavok disse-lhes
que se tornando dragões lich eles seriam
libertados tanto da Montanha Subterrânea
quanto da Fúria, e aproveitando da ignorância
deles sobre o destino de sua mãe, ele
clamou que somente esta transformação
tinha libertado Aragauthos. Thavok trouxe-os
de volta até a caverna de sua mãe
e usou-se da ausência dela para dar suporte
às suas afirmações. Satisfeitos
por finalmente ter acesso ao tesouro de sua
mãe e por terem a ambição
humanóide por tesouros, os dragões
concordaram a ouvir mais das afirmações
do cultista.
Desde então, o Culto do Dragão
tem trabalhado seu engodo sobre os dragões,
mas foi só recentemente que eles finalmente
tiveram sucesso em convencer qualquer um dos
dragões a tornarem-se dragões
lich. Com a Fúria dos Dragões
com força total na superfície
e o sentimento dos irmãos caindo sobre
suas almas, o Culto do Dragão usou o
perigo oferecido pela Fúria para colocar
dúvida e medo na mente dos dragões.
Serem dominados pela Fúria na superfície
seria perigoso demais, mas vagar sozinho pela
Montanha Subterrênea era um pensamento
que nenhum deles poderia carregar. Então,
os dragões aquiesceram ao Culto.
O Culto e estes dragões agora ocupam
uma pequena porção do primeiro
nível da Montanha Subterrênea.
Thavok moveu sua operação para
o local para facilitar o contato com outros
cultistas na cidade acima e para permitir que
os dragões saiam pelo Portal Bocejante
uma vez que tenham se tornado dragões
lich. Um dos dragões já completou
a transformação, e Thavok, atualmente,
prepara os elementos necessários para
a transformação de outro. Thavok
não está certo do que exatamente
ele e os dragões lich farão uma
vez que tenha escapado da Montanha Subterrânea,
mas ele está confiante de que esta providência
irá revelar o caminho certo quando a
hora exata chegar.

Sobre os Autores
Uma vez o editor chefe da Dragon Magazine
e agora designer de jogos na Wizards of the
Coast, Matthew Sernett escreveu em um
editorial da Dragon que não há nada em
D&D que ele goste mais do que quando
os aventureiros fogem pela masmorra, correndo
desorganizadamante pelas armadilhas e monstros
porque o que os persegue é pior. Quando escreveu
isto, Matthew estava pensando na Montanha Subterrânea.
|