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Por Sabrina Lattanzi




Águas Profundas
(The Avatar Series book III)

de Troy Denning

Apesar de não ser o último livro da Avatar Series, Águas Profundas fecha a narrativa que tem por objetivo contar a história do Tempo das Perturbações.

Nos livros anteriores, vimos como os deuses foram banidos de seus respectivos planos por Ao, deus dos deuses, para aprender a dar valor aos seus adoradores e também a assumir a responsabilidade que tinham em mãos, após Bane e Myrkul roubarem as Tábuas do Destino. O deus dos mortos e o deus da discórdia acreditavam que essas Tábuas continham algum poder que enfraquecia Ao e que sem elas o Deus dos deuses seria um alvo fácil para eles. Também vimos como a mortal Meia-noite acabou sendo a receptora da essência da deusa Mystra, conhecendo o clérigo Adon, o guerreiro Kelemvor e o ladrão Cyric. Juntos, os quatro se envolveram nas disputas pessoais dos deuses e decidiram recuperar as Tábuas para restaurar a paz nos reinos. Porém em seu caminho, os amigos encontraram muitos problemas. Além de terem Bane e Myrkul em seu encalço, Cyric também acabou se voltando contra eles, tornando-se mais um inimigo mortal.

Em Águas Profundas, Bane não é mais uma ameaça, depois de ter sido destruído em uma batalha contra Torm. Mas, em compensação, o deus da discórdia será substituído por outros três perseguidores à altura: Myrkul, deus dos mortos, Cyric, seu antigo companheiro e Bhaal, deus dos assassinos. E é exatamente por ele que começarei essa resenha.

O fim de Bhaal e a segunda Tábua do Destino

O terceiro livro começa com Meia-noite, Kelemvor e Adon dirigindo-se a Águas Profundas, com a intenção de encontrar a segunda Tábua e também a acessar a Escada Celestial que poderia levá-los a um encontro com Helm e à possibilidade da devolução das Tábuas. Porém Myrkul estava decidido e continuar com o objetivo inicial de Bane, dessa vez de uma maneira diferente:

“O Lorde Negro havia tentando desesperadamente recuperar o artefato mobilizando seu exército. Esse grande esquema foi sua ruína (...) Myrkul estava determinado a seguir um curso mais seguro. Onde Bane havia usado um exército para reaver a Tábua, Myrkul enviaria uma patrulha para recuperá-la.”*

* Águas Profundas; Denning, Troy. Pág 4.

E é exatamente usando essa estratégia que Myrkul se une a Bhaal. Bhaal prende Meia-noite e usa a estratégia da ‘psicologia reversa’ para fazer com que a maga recupere a Tábua para eles. Myrkul havia escondido o artefato em seu castelo, no plano onde vivia como deus, sem sequer imaginar que Ao o baniria. Assim, incapaz de recuperar a Tábua por si, ele e Bhaal decidem usar Meia-noite, talvez a única pessoa capaz de conseguir o item.

“Você vai matar Helm (…)” diz Bhaal.
“Eu não posso matar um deus”, Meia-noite gritou, chocada.
“Você matou Torm”, Bhaal grunhiu. “E Bane”(...)
“Tudo o que fiz foi tocar o sino de Aylan Attricus! Eu salvei Tantras. Bane e Torm se mataram!” (...) “Não seria mais fácil devolver as Tábuas do Destino para Helm?” Meia-noite perguntou. (...)
“Nós a devolveríamos em um instante se isso fosse possível. (...) Você acha que nós permitimos que você ficasse com essa [Tábua] aí? É inútil!(...)”
“Por que vocês não enviaram um mortal para recuperar a segunda Tábua do Destino?” (...)
“Os mortais entram, mas não voltam.”
*

* Águas Profundas; Denning, Troy. Pág 156,157,160,161.

Ilustração por Allen Nunis

Bhaal surge para recuperar a Tábua.

E é exatamente ‘deixando essa informação escapar’ que Bhaal convence Meia-noite a ir até o Reino dos Mortos recuperar a Tábua, para que assim ela evite de ter que enfrentar Helm. Bhaal e Myrkul sabiam muito bem que ela tentaria fazê-lo, por isso deixam o caminho livre para Meia-noite ‘fugir’ e seguir até o Castelo Lança Dracônica, onde há uma entrada para o Reino dos Mortos, e assim recuperar a segunda Tábua. Sem sequer imaginar que toda a conversa de Bhaal era falsa, a maga ruma sozinha até o reino de Myrkul, encontrando o Reino dos Mortos em total caos, com as almas dos fiéis perdidas, esperando seus deuses para resgatá-las. Após muitos desafios, a maga consegue finalmente recuperar a Tábua, escapando do plano.

Bhaal é destruído bem antes de Meia-noite recuperar a segunda Tábua do Destino. Seu fim acaba dando-se em grande parte, por causa de um item muito curioso.
No caminho para Águas Profundas, Kelemvor, Adon e Meia-noite acabam ajudando alguns halflings que haviam sido atacados pelo grupo de Cyric. Dentre esses halflings estava Sneakabout, que decidiu acompanhar o grupo com a desculpa de se vingar daqueles que destruíram sua vila. Porém Sneakabout tinha um motivo muito mais absurdo do que se poderia imaginar:

“Quando os Zhentilar atacaram sua vila, eles roubaram sua espada. Agora, tão terrível quanto isso poderia soar, ele precisava roubá-la de volta. A coisa tinha uma vontade própria – uma vontade que há muito dominou Sneakabout, forçando-o a matar indiscriminadamente e com freqüência.” *

* Águas Profundas; Denning, Troy. Pág 91.

Ilustração por Allen Nunis

Sneakabout tenta recuperar a Ruína dos Deuses das mãos de Cyric.

Embora ninguém pudesse saber, a espada inteligente que se alimentava de sangue, chamada de a Ruína dos Deuses, era nada mais nada menos que o avatar do próprio deus Mask, que acabou indo parar nas mãos de Cyric. Mas ao contrário do halfling, que morreu tentando recuperar a espada do ladrão, Cyric conseguiu não apenas dominar, mas também usar e controlar a espada a seu favor. E foi exatamente com ela que Cyric derrotou Bhaal. Quando o deus prendeu Meia-noite para contar-lhe seu plano falso e usar a maga para recuperar a Tábua, Bhaal a ‘deixou escapar’, durante essa ‘fuga’ Bhaal foi obrigado a lutar contra Adon, Kelemvor e Cyric (que se uniram momentaneamente para recuperar a maga). Sem ter outra saída, Cyric luta com Bhaal. O ladrão fica muito ferido, mas consegue enterrar a espada no deus, e com a ajuda de uma magia de teletransporte de Meia-noite, derrota Bhaal. E assim, os heróis terão um inimigo a menos com o qual se preocupar. Mas isso não fará tanta diferença quanto se possa imaginar...

Transformação dos personagens

Apesar do terceiro livro marcar a conclusão de eventos tão emocionantes, ele também marcará a transformação definitiva de muitos personagens.

Embora todas as evidências possam mostrar o contrário, Meia-noite ainda acredita na inocência de Cyric, e sua crença causa muitos conflitos com Adon e Kelemvor no decorrer do livro, até que a maga acidentalmente ouve da boca do próprio Cyric suas intenções. E Cyric definitivamente assume sua posição de antagonista na história, tornando-se o maior vilão do livro:

“Depois de Shadowdale, Cyric finalmente percebeu que poderia acreditar somente em si mesmo – e não no conceito abstrato de ‘bondade’, não na santidade da amizade, nem mesmo na esperança do amor. Caso sua vida tivesse algum objetivo, tinha que ser seu próprio interesse. Depois de decidir isso, Cyric começou a formular um plano que não apenas dava sentido à sua vida, mas também que literalmente permitiria que ele escolhesse seu próprio destino. Ele recuperaria as Tábuas do Destino e as devolveria a Ao em troca de uma recompensa que sem dúvidas o faria tão rico quanto um rei.”*

* Águas Profundas; Denning, Troy. Pág 29.

Em contrapartida, Kelemvor e Adon também passam por algumas transformações. O guerreiro, finalmente livre de sua maldição, começa a desejar ajudar as pessoas, coisa que jamais pôde fazer antes. Enquanto isso, o ex-clérigo de Sune assume uma postura responsável, tornando-se o líder do grupo, como podemos ver nas palavras de Kelemvor:

“A confiança do clérigo havia voltado, mas era temperada por uma compaixão que faltava antes em Tantras. De onde a transformação viera, o guerreiro não podia imaginar. Mas ele estava feliz por sua recém descoberta sabedoria – mesmo que Adon ainda usasse cem palavras para o que poderia ser dito com dez.”


Meia-noite permanece a mesma maga corajosa e apaixonada dos dois livros anteriores, mas o poder da deusa Mystra se manifesta de uma vez por todas nela, começando a transformá-la na nova deusa Mystra mais neutra e participativa, que tantos fiéis passariam a adorar dali por diante.

Conclusão da história: novos deuses

Ilustração por Allen Nunis

A chegada de Myrkul.

Após a morte de Bhaal e a recuperação da segunda Tábua do Destino, Meia-noite, Kelemvor e Adon, com a ajuda de Elminster e Khelben Cajado Negro, tentam alcançar a Escada Celestial para devolver as Tábuas a Helm. Porém eles ainda terão dois problemas em seu caminho: Myrkul e Cyric.

Myrkul realiza um grande ataque a Águas Profundas para deter a maga e pegar as Tabuas. Porém seu ataque não é bem-sucedido e Meia-noite acaba por destruir o deus manifestando o poder latente de Mystra que havia em si. E com Myrkul morto, Cyric seria o único e mais mortal inimigo de Meia-noite.

O ladrão realiza seu último ato de crueldade e obriga Meia-noite a lhe dar as Tábuas, mantendo Kelemvor sob o fio de sua espada, a Ruína dos Deuses (o avatar de Mask). A maga vê-se obrigada a dar o artefato para o ladrão, mas Cyric não está disposto a cumprir com sua palavra, matando seu antigo companheiro:

“O guerreiro sentiu sua vida sumindo. “Ariel”, ele murmurou através da dor. Conforme sua visão embaçava, Kelemvor Lyonsbane imaginou se, talvez, ele havia feito o bem o suficiente durante o tempo no qual estava sem sua maldição para ser lembrado como herói. Então ele morreu.”*

* Águas Profundas; Denning, Troy. Pág 319.

Ilustração por Allen Nunis

A chegada de Myrkul.

Após a morte de Kelemvor, Cyric finalmente ruma para a Escada Celestial e para a grande conclusão do livro. Ao admite que as Tábuas não eram nada além de um símbolo sem qualquer propriedade especial, além de confessar saber quem foram os autores do roubo. Daquele momento em diante, os deuses também teriam um propósito verdadeiro:

“Desse dia em diante, seu verdadeiro poder dependerá do número e devoção de seus seguidores.”*

* Águas Profundas; Denning, Troy. Pág 332.

Além de exigir a dedicação dos deuses a seus fiéis, Ao também entrega a Cyric o prêmio que ele tanto desejava:

“Você desejava ser um deus, controlar seu destino e muito poder”, Ao disse. “Você terá apenas dois desses – ser um deus e poder – para agir como você quiser no Reino dos Mortos. E todo o sofrimento de Toril será seu também, para causar e realizar como você quiser. Mas você jamais conhecerá contentamento e alegria novamente.”*

* Águas Profundas; Denning, Troy. Pág 333.

Mesmo sob esse preço, Cyric prontamente aceita a oferta de Ao, obrigando Meia-noite a também aceitar o aspecto de deusa da Magia com um único objetivo, explicitado por Adon:

“Aceite!” gritou Adon. “Você não pode deixar Cyric vencer! É sua responsabilidade se opor a ele!” *

* Águas Profundas; Denning, Troy. Pág 334.

Adon torna-se o primeiro clérigo da nova deusa Mystra, recuperando definitivamente sua fé, e cada deus assume seu posto novamente, fazendo com que tudo volte finalmente ao normal. Então, no final do livro, Ao realiza um diálogo muito curioso com seu ‘Mestre’, dizendo que finalmente os Reinos estavam mais uma vez em harmonia. De acordo com muitos fãs, esse mestre é ninguém mais ninguém menos que o próprio Dungeon Master, afinal, são os mestres de jogo os responsáveis por criar as tramas e tantas histórias que preenchem e enriquecem os Reinos Esquecidos.


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