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Por Sabrina Lattanzi




Tantras
(The Avatar Series book II)

de Scott Ciencin

Tantras, o segundo livro da Trilogia do Avatar, tem como foco principal a busca pela primeira Tábua do Destino, assim como a transformação de Cyric naquele que logo se tornaria o deus da intriga. O livro começa exatamente onde Shadowdale (Vale das Sombras) parou, quando Storm Mão Argêntea entra no que restou do templo de Lathander e acusa Meia-noite e Adon de terem assassinado Elminster.
Decidi dividir essa resenha em alguns momentos principais, para facilitar a leitura: o julgamento e a separação dos amigos, o combate entre Bane e Torm, a transformação de Cyric e a conclusão da aventura.

O Julgamento e a Separação dos Amigos

O livro começa praticamente no julgamento de Meia-noite e Adon pelo assassinato de Elminster. Devido às evidências na cena da batalha entre Mystra e Bane, e também à desconfiança que já havia por parte de Storm com relação aos dois amigos, o julgamento como é descrito no livro acaba por se tornar apenas uma desculpa para que a provável condenação da maga e do clérigo não parecesse injusta. Porém, desde que o julgamento começa, não precisamos ir muito longe para descobrir que Meia-noite e Adon serão considerados culpados. Comandado pela barda do Vale das Sombras, nada parece colaborar com a versão da história contada por Meia-noite, e todo o povo da cidade parece preocupado apenas em encontrar o culpado para o sumiço do mago mais famoso dos reinos. Alegando que Meia-noite e Adon estavam lutando ao lado de Bane e que usaram da ‘inocência’ e ‘boa vontade’ de Elminster, a barda convence a todos, sem muita dificuldade, de que os dois devem ser punidos, e assim a sentença é dada:

“Declaro que amanhã ao amanhecer, no pátio da Torre Torcida, Meia-noite do Vale Profundo e Adon de Sune serão mortos pelo assassinato de Elminster, o sábio.” *

* Tantras; Ciencin, Scott. Pág 29.

Ilustração por Karl Waller

Lorde Mourngrym e o Julgamento.

Adon, já tomado por uma terrível depressão devido à cicatriz que considerou uma punição de sua deusa, permaneceu em total silêncio durante todo o julgamento, silêncio esse que é interpretado por todos como a aceitação de sua culpa. E assim ambos são levados para a prisão onde terão de esperar pelo cumprimento de sua sentença. Ou melhor, onde teriam. Isso porque Cyric decide não compactuar com o que foi resolvido e liberta os amigos com suas próprias mãos... e com um bocado de cadáveres. Lhaeo, sem ter qualquer noção de que Cyric havia matado muitos homens em seu caminho, oferece sua ajuda ao grupo, descobrindo mais tarde a respeito daquele tamanho ato de crueldade, e julgando todos pelos atos do ladino. Kelemvor também se sente traído e enganado ao descobrir que seus amigos haviam partido sem ele, e que o haviam feito de tal maneira, como Lhaeo afirma na seguinte passagem:

“Depois do que eles fizeram na torre, acredito que eles são assassinos de sangue frio. Ainda pior, eles enganaram homens bons – como Elminster. Como você Kelemvor. Eles precisam ser trazidos à justiça!” *

* Tantras; Ciencin, Scott. Pág 53.

Após um contratempo na Ponte Pena Negra, Cyric se separa deles (e assim os amigos acreditam que ele está morto) e Kelemvor acaba deixando suas dúvidas de lado ao ver Meia-noite em perigo. Porém esse reencontro não dura muito tempo, pois logo Kelemvor é capturado pelas forças de Bane. O deus faz uma oferta ao guerreiro: ele removerá a maldição dos Lyonsbane (família de Kelemvor) em troca de Meia-noite. Embora o guerreiro não tenha realmente muitas opções de escolha, ele aceita pensando em poder evitar que Bane coloque as mãos na maga e assim consegue finalmente se livrar da maldição que o perseguiu durante tanto tempo:

“O deus Negro começou a recitar um encantamento complexo. De repente, a espada explodiu em chamas (...) O guerreiro sofreu uma agonia como nenhuma outra conforme as garras do animal abriam seu corpo de dentro para fora, tentando se libertar (...) Houve um alto rugido de um animal, e Kelemvor sentiu um peso incrível explodir de dentro dele. Instantaneamente a dor diminuiu consideravelmente e Kelemvor viu Bane apertar a cabeça do animal com as duas mãos.” *

* Tantras; Ciencin, Scott. Pág 186 e 187.

A partir daí, com Kelemvor de volta, os amigos decidem ir até Tantras para recuperar uma das Tábuas do Destino e devolvê-la a Helm, pensando assim que poderão acabar de uma vez por todas com a loucura trazida aos reinos pela descida dos deuses. E é justamente em Tantras que eles finalmente encontram Elminster (que estava preso no plano da Gehenna com Loviatar!) e assim o mago os ajudará na tarefa de recuperar a primeira Tábua e também a evitar que Tantras seja destruída, conforme Bane e Torm lutam. Porém o deus da discórdia e Cyric tornariam essa missão um pouco mais difícil do que eles pensavam.

A Transformação de Cyric

Desde o momento no qual Cyric percebeu que os deuses poderiam morrer, em Shadowdale, o ladino havia inconscientemente escolhido seu caminho. Embora durante todo o primeiro livro Cyric mostrasse um desejo de se tornar alguém melhor, sua ambição e sua descrença na humanidade acabaram sendo maiores do que sua bondade. Em Tantras, Cyric finalmente assume a posição de antagonista da história, e começa a mostrar um pouco da genialidade que o tornará detentor de tantos aspectos, muito em breve.

Cyric tem um papel fundamental no início do livro, quando decide libertar Meia-noite e Adon com suas próprias mãos, sem querer envolver Kelemvor, propositalmente. Embora a princípio se possa pensar que Cyric é movido por um resquício de humanidade e consideração aos seus amigos, logo se descobre que ele tinha motivos um pouco menos nobres:

“Se Lorde Ao tem o preço que procuro, então eu as [Tábuas do Destino] entregarei com alegria para ele (...) Nós lutamos com deuses, Meia-noite. Nós os vimos morrer. Eles não me assustam mais.” *

* Tantras; Ciencin, Scott. Pág 63.

Com isso em mente, Cyric acompanhará Meia-noite e Adon até Tantras com o único objetivo de conseguir realizar seus próprios desejos secretos. Porém alguns fatos farão com que eles se separem no decorrer da viagem, e isso ajudará os quatro amigos a mudarem sua relação de uma vez. O comportamento do ladino dará mostras suficientes aos amigos de que aquele Cyric não é mais o mesmo. Para se ter uma idéia da transformação que aconteceu com ele, observem as palavras de Adon para Kelemvor, quando Cyric se perde do grupo e some dentro das águas do rio Ashaba:

“Uma doença tomou conta de Cyric, Kel. È como se ele tivesse enlouquecido. Talvez seja melhor que ele esteja morto.” *

* Tantras; Ciencin, Scott. Pág 119.

Sozinho, e sem ter que se desculpar com os amigos ou fingir ser o que realmente não é, Cyric estará livre para concretizar seus planos. Ele decide que o melhor caminho para fazê-lo, mesmo que haja certa prepotência nisso, é associar-se aos seus inimigos. Então o ladino logo obtém o comando de uma tropa importante dos Zhentilar usando sua astúcia, e começa a prestar serviços a Bane, em troca daquilo que ele mais almejava:

“Nas últimas semanas você traiu tudo o que uma vez era querido. O que eu ofereço que você possa querer tanto?” Pergunta Bane ao ladino. “Poder (...) O poder para mover reinos um dia.” *

* Tantras; Ciencin, Scott. Pág 223.

A partir daí, seguindo caminhos separados, as escolhas e os caminhos dos quatro aventureiros acabarão fazendo com que se tornem inimigos mortais. Kelemvor e Adon estarão convencidos de que o ladino não pode mais ser considerado um aliado, dando os primeiros passos para a disputa que os acompanhará até quando se tornarem deuses. Meia-noite será a única entre eles incapaz de aceitar a verdade sobre a mudança de Cyric, apenas começando a se convencer no final do livro, quando percebe que talvez seus amigos estivessem certos sobre Cyric, e que ele estava realmente mudando, como as palavras de Adon demonstram:

“Cyric é uma ameaça a todos nós, a toda Faerûn. Você se lembra como ele agiu em Ashaba? Pode imaginar o que aconteceria se ele colocasse suas mãos nas Tábuas do Destino?” *

* Tantras; Ciencin, Scott. Pág 337.

Meia-noite ainda precisará passar por muitas coisas no terceiro livro para finalmente aceitar que Cyric se tornou um vilão, mas Cyric, por sua vez, termina o livro considerando os ex-amigos seus piores inimigos, decidido a levar adiante o conflito que tomará forma e será o foco principal do terceiro volume da série.

O Combate entre Bane e Torm

Ilustração por Karl Waller

Torm e Bane se degladiam em Tantras.

Embora Cyric adquira um papel bem grande como o antagonista de Tantras, Bane e Myrkul ainda serão os grandes vilões do livro. Após seu confronto com Mystra no final de Shadowdale, Bane estará absolutamente enfraquecido, e sua primeira providência será assumir um novo corpo, ‘honra’ essa dada a Fzoul Chembryl. Apesar da índole do deus, ele passa a habitar o corpo de seu seguidor em certa harmonia, permitindo que Fzoul mantenha suas memórias e idéias. E é na forma de Fzoul que Bane decide usar outros artifícios para chegar a Meia-noite, após seu acordo com Kelemvor não dar muito certo.

De posse da informação de que a Tábua do Destino está em Tantras, Bane resolve chegar a ela usando suas próprias mãos. Mas para isso precisará passar por Torm.

Torm, que é ‘apenas’ um semi-deus no Tempo das Perturbações, exercerá um papel fundamental nesse segundo livro da série. Embora eu particularmente ache que os autores meio que ‘forçaram a barra’ ao fazer com que um semi-deus lute de igual para igual com um deus, o resultado ficou realmente de tirar o fôlego. Torm mantém um avatar para dar conta de seus fiéis enquanto caminhará pela cidade e descobrirá o que seus clérigos têm feito em seu nome, através das palavras de Adon, ficando chocado ao descobrir que seus clérigos estavam usando o nome do deus em causas próprias:

“O que descobri me deixou enojado. Não há punição o bastante para o que esse conselho tem feito (...)” *

* Tantras; Ciencin, Scott. Pág 304.


Para Adon, o encontro com Torm terá um significado especial. A princípio, o clérigo de Sune se recusa a aceitar que Torm realmente é um deus, mas logo as palavras do deus do dever tocam seu coração, e Adon acaba recebendo uma grande lição de fé, tendo sua própria crença reforçada:

“Não gaste sua vida em pena, Adon de Sune, pois assim você não pode servir seus amigos... ou seu deus, se seu coração estiver pesado com mágoa.” *

* Tantras; Ciencin, Scott. Pág 284.

Porém Torm fará muito mais do que simplesmente reavivar a fé de Adon. Ele será a peça fundamental para que Bane não consiga concretizar seus planos, sendo juntamente com o deus da discórdia, responsável pela cena mais espetacular do livro.

Sabendo da luta que acontecerá, Bane decide se preparar para a batalha absorvendo a força das almas de todos os assassinos da cidade, o que deixará Bhaal (deus dos assassinos) enfraquecido. Mas Bane pouco se importa com o dano que está causando aos outros quando seus objetivos estão sendo ameaçados. Myrkul usará seu poder para dar força a Bane e ele assumirá a forma de um homem de proporções gigantescas. Em contrapartida, os clérigos de Torm, arrependidos por terem agido de má fé em nome do deus, também cederão a força de suas almas como um ‘sacrifício’ para que Torm possa lutar de igual para igual com Bane. Assim, ambos batalharão em Tantras, até se destruírem em batalha, o que teria acabado com a cidade se Elminster, Kelemvor, Adon e Meia-noite não tivessem conseguido proteger Tantras com um escudo invisível, acionado por um mecanismo mágico. Mas mesmo assim, aquele luta histórica deixaria uma marca na cidade:

“A morte de Torm e Bane fizeram uma cratera ao nordeste de Tantras, onde a cidadela e o templo de Torm uma vez estiveram.” *

* Tantras; Ciencin, Scott. Pág 334.

Conclusão da Aventura

Tantras, o livro intermediário da série que descreve o Tempo das Perturbações, certamente apresenta uma grande mudança de narrativa com relação ao primeiro, com muito mais ação e com uma exploração mais profunda de certos personagens.

Além de descrever uma das cenas mais impressionantes da série (o combate de Torm e Bane), o livro também marca a separação de Cyric e o início da transformação de sua personalidade, preparando os leitores para a revolta que sentirão quando chegarem no terceiro livro da série. Acreditem, vocês verão Mystra, Kelemvor e Cyric de outra maneira quando terminarem :) .


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