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Artigos Diversos
 
Os REINOS ESQUECIDOS no Mundo Virtual
Jogos Eletrônicos Parte I
Por Daniel Bartolomei Vieira; revisado por Allana Dilene.


Nós somos nerds. Nós somos rpgistas. Um grande amigo meu, o Sandro, que, por acaso, me apresentou ao mundo da “brincadeira de interpretação de papéis”, vive dizendo que é fácil reconhecer um rpgista. Ele carrega sempre uma mochila nas costas (também chamada de marsúpio), usa sobretudo (mesmo no calor), poliedros coloridos nos bolsos da calça, anda sempre com livros de rpg e quadrinhos naquela tal mochila citada e vive falando sobre jogos eletrônicos. Tudo bem, essa é uma descrição bem generalista, mas salvo algumas exceções, os rpgistas são quase esse estereótipo. E como bom nerd que sou, sei que os nerds são bem mais que isso, mas essa não é uma questão a ser levantada aqui nesse artigo :P.

De qualquer forma, uma coisa leva a outra. Rpgistas gostam de ler quadrinhos e gostam de jogos eletrônicos. E nem tudo precisa ser necessariamente nesta mesma ordem.

O que eu quero aqui é sair um pouco dos livros, do papel e dos dadinhos coloridos. Dessa vez quero chegar nos bytes, nos bits, nas placas de silício e nos monitores de fósforo e plasma, bem como nas infindáveis horas esquentando as cadeiras com um fone de ouvido enterrado na cabeça.

Sendo assim, eu vou tentar aqui neste artigo (que espero que se torne uma série de artigos, se possível) falar um pouco sobre os jogos eletrônicos, sejam eles feitos para computadores pessoais ou video games e que tem como cenário o nosso amado e mais bem conhecido mundo de fantasia rpgístico, os REINOS ESQUECIDOS.

Vou tentar, ao longo do tempo, fazer uma pequena resenha dos jogos, senão todos, os mais importantes ou interessantes, os mais conhecidos, que sejam. Devo confessar, desde já, que muitos eu nunca joguei e outros eu sequer ouvi falar. Quando não for possível resenhar, vou pelo menos tentar informar aos fãs dos REINOS do que se trata cada jogo e fazer uma breve ficha técnica de cada um deles.

Mas voltando um pouco na relação entre os rpgistas e os joguinhos eletrônicos, é verdade que existem alguns rpgistas ainda teimosos a se renderem a uma outra visão do “jogo” (é verdade que isso é raro, mas existe), assim como vários viciados em computador e vídeo game já jogaram os chamados “rpg’s eletrônicos”, mas nunca sentaram numa mesa e interpretaram um mago soltando uma bola de fogo. Eu mesmo sou testemunha de que esse “caminho” é mais produtivo, pois vários dos meus amigos de aventuras saíram da cadeira na frente do pc e passaram para a cadeira diante dos livros, fichas e dados.

A verdade é que, independente daqueles poucos jogadores que não aderem aos rpg’s eletrônicos alegando a falta de intimidade com o computador ou que os jogos eletrônicos não possuem o mesmo appeal da interpretação, a maioria gosta desta nova visão do jogo ou do cenário. Falando por mim, os rpg’s eletrônicos são excelentes ferramentas para estimular a criatividade, nos dá idéias, nos ajuda a visualizar os cenários e até mesmo para entender algumas regras, que na mecânica eletrônica se torna bem mais visível que na mecânica da imaginação e interpretação.

Sem se aprofundar muito na história dos rpg’s eletrônicos, vamos apenas dizer que eles tiveram seu início em meados da década de 70 e foram inspirados, porque não, nos recém criado Dungeons & Dragons. Não é difícil imaginar que aquele bando de nerds universitários reinventaram a interpretação inserindo-a nos jogos estratégicos e logo depois outros nerd vieram e colocaram essa idéia naqueles jurássicos computadores. No início, esses joguinhos eram chamados de “aventuras de texto”, pois se desenrolavam apenas através diálogos, portanto, nada de imagens. Mas com o tempo foram evoluindo e se tornaram os chamados “roguelike games” (ou jogos “tipo ladrão”), onde se exploravam masmorras bem simples, obviamente atrás de um tesouro protegido por monstros e outros perigos. Lembrando que tudo isso bem simples, afinal estamos falando da transição entre as décadas de 70/80.


Gráficos sensacionais de um dos primeiros jogos de RPG lançados para computadores, o Dnd de 1975. Na época, os games eram baseados principalmente em textos, já que as máquinas não eram capazes de reproduzir graficamente nada além de monocromatismo em duas dimensões.

Embora muitos destes jogos fossem independentes, baseados em cenários próprios, é indiscutível que a idéia surgiu por causa do D&D jogado nas mesas. Por isso mesmo, desde o início da criação dos rpg’s eletrônicos, os cenários de D&D sempre foram utilizados como referência.


Acompanhando a evolução dos games, uma briga de taverna no primeiro jogo da SSI para os REINOS em Pool of Radiance de 1988. As imagens já não são monocromáticas e os gráficos isométricos davam uma impressão mais tridimensional aos games.

Desde 1988, um número de jogos eletrônicos que têm como cenário os REINOS ESQUECIDOS têm sido lançados. Como eu já havia dito, a maioria destes jogos é apenas um monte de diversão, mas alguns deles são bem mais que isso, eles revelam vários segredos sobre o cenário, sendo uma excelente referência para Mestres e jogadores.

Dentre as várias companhias que lançavam rpg’s eletrônicos, a que tinha contrato com a TSR e a licença para lançar os jogos baseados em D&D, incluindo aí os dos cenários dos REINOS ESQUECIDOS era a Strategic Simulation, Inc., ou SSI. Entre 1988 e 1995, a companhia lançou 13 jogos inspirados nos REINOS, entre eles alguns clássicos da época, como Pool of Radiance e a trilogia Eye of the Beholder (que até inspirou músicas, como a homônima do Metallica). Foram eles:

• Pool of Radiance (1988)
• Curse of the Azure Bonds (1989)
• Hillsfar (1989)
• Secret of the Silver Blades (1990)
• Pools of Darkness (1991)
• Gateway to Savage Frontier (1991)
• Treasures of the Savage Frontier (1992)
• Eye of the Beholder (1991)
• Eye of the Beholder II: The Secret of Darkmoor (1992)
• Eye of the Beholder III: Assault on Myth Drannor (1993)
• Unlimited Adventures (1993)
• Dungeon Hack (1994)
• Menzoberranzan (1995)


Embora a SSI também tenha lançado jogos em outros continentes de Toril, como em Al-Qadim, estes jogos não serão abordados aqui. Pelo menos não agora.


Logotipo da Strategic Simulations, Inc., a precursora das sagas virtuais nos REINOS ESQUECIDOS



Em 1996, uma empresa chamada Interplay Productions obteve a licença para lançar os jogos que tinha como cenário o mundo dos REINOS ESQUECIDOS, que já não mais pertencia à TSR que fora comprada pela Wizards of the Coast, agora nova detentora dos produtos D&D. Até agora a Interplay e suas subsidiárias lançaram sete jogos e sete expansões para alguns destes. São eles:

• Blood & Magic (1997)
• Descent into Undermountain (1998)
• Baldur's Gate (1998)
• Tales of the Sword Coast (1999; uma expansão para Baldur's Gate)
• Icewind Dale (2000)
• Baldur's Gate II: Shadows of Amn (2000)
• Heart of Winter (2001; uma expansão para Icewind Dale)
• Trials of the Luremaster (2001; uma expansão para Icewind Dale)
• Throne of Bhaal (2001; uma expansão para Baldur's Gate II: Shadows of Amn)
• Neverwinter Nights (2002)
• Icewind Dale II (2002)
• Shadows of the Undrentide (2003 uma expansão para Neverwinter Nights)
• Hordes of Underdark (2003 uma expansão para Neverwinter Nights)
• Kingmaker (2005 uma expansão para Neverwinter Nights)


Destes sete jogos, Baldur’s Gate e Baldur’s Gate II são altamente recomendados a qualquer um interessado em rpg’s eletrônicos. Como eu duvido aqui que você que esteja lendo este artigo nunca tenha jogado esses magníficos exemplos de rpg’s eletrônicos, fica a dica deles serem a iniciação para novos jogadores interessados no rpg de mesa com enfoque de fantasia medieval. Já Icewind Dale e Icewind Dale II são jogos com um enfoque mais de ação e menos interpretação e são recomendados para aqueles que preferem mais esse aspecto nos jogos eletrônicos. No entanto, não deixam de ser jogos excelentes, bonitos e com uma trilha sonora impecável. Já os dois primeiros títulos (Blood & Magic e Descent into Undermountain) são mais difíceis de serem encontrados e poucos já ouviram falar.


Em 1998, Baldur’s Gate revolucionou os jogos eletrônicos de RPG. Gráficos isimétricos tridimensionais, muitas cores, fidelidade nas regras e diálogos massivos que davam maior fidelidade à representação. Que jogue a primeira pedra quem nunca foi viciado nesse game.

Neverwinter Nights se caracteriza por apresentar um suporte de jogo multiplayer e uma grande afinidade com as regras da 3ª edição de D&D, e, portanto, também é bastante recomendado, bem como suas expansões.

Mas o primeiro jogo baseado no cenário dos REINOS e que conta com a edição 3.5 de D&D foi desenvolvido por outra empresa de jogos eletrônicos, a Ubi Soft, Inc., em 2001. Trata-se do jogo Pool of Radiance: the Ruins of Myth Drannor, e a despeito de suas várias falhas, principalmente em termos gráficos e de jogabilidade, merece a atenção devido à utilização das regras.

No momento, existem planos para mais um jogo eletrônico nos REINOS. Trata-se de Neverwinter Nights II, que tem previsão para lançamento em setembro desse ano. Dessa vez serão utilizadas as regras da edição 3.5 de D&D. O jeito é aguardar esse novo jogo que promete ser um grande sucesso, principalmente porque alguns boatos dizem que ele pode abrir portas para um MMORPG (ou seja, um rpg de multiplayer em massa), o primeiro para o cenário dos REINOS (bom, na verdade já houve um, o Neverwinter Nights AOL MMORPG, desenvolvido pela própria America Online em 1991, mas aquilo conta? :P).


Neverwinter Nights 2, ainda não lançado. O topo do RPG eletrônico nos Reinos. É esperar para ver e horas sentado na frente do pc… desde que você tenha uma excelente placa de vídeo.

Além disso, existem alguns jogos eletrônicos que usam os REINOS como cenário que foram desenvolvidos originalmente para plataformas portáteis, os “velhos” video games. Forgotten Realms: Demon Stone, desenvolvido pela Stormfront Studios em 2004 para as plataformas Xbox e Playstation 2, ganhou uma versão para computador. Baldur’s Gate: Dark Alliance (2001) e Baldur’s Gate: Dark Alliance II (2004) foram lançados somente para plataformas portáteis (Xbox, Playstation 2, Game Cube e Game Boy Advance) e desenvolvida pela Black Isle Studio, uma subsidiária da Interplay.

Se por acaso você ficou interessado em qualquer um destes jogos mencionados acima e quiser saber mais detalhes sobre eles (tais como quais títulos estão disponíveis, quais são seus preços, quais plataformas eles suportam, como encontrar os mais raros, etc), contate um vendedor de jogos de computador, poste uma mensagem em alguma lista de discussão na Internet que trate do tema ou visite os sites oficiais das companhias mencionadas acima. Infelizmente, a SSI não existe mais, portanto os jogos produzidos por essa empresa são mais difíceis de serem encontrados à venda.



Sobre o Autor


Daniel Bartolomei Vieira

Daniel Bartolomei Vieira também é um nerd, mas não começou jogar RPG por causa dos jogos eletrônicos. O caminho foi inverso. Pode ter certeza de que ele passou várias horas jogando Baldur’s Gate I e II e mais várias outras horas jogando outros games e rindo dos gráficos “podres”. Ainda assim ele pode garantir que a diversão é certa, afinal, somos nerds, mas quem disse que não nos divertimos?

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