Todo
fantasma tem uma história triste para contar,
mas entender como se comunicar com eles sem
ser atacado é sempre a parte difícil. Quais
foram as circunstâncias ao redor de suas mortes
e o que deve ser feito para libertar seus espíritos
torturados? Una-se ao desenhista Steven Schend
enquanto ele revela os fantasmas de Águas Profundas,
a Cidade de Esplendores.

Local Típico: Distrito do Mar,
dentro e ao redor do Jardim dos Heróis.
Em dias e noites característicos, o Jardim
dos Heróis apresenta um dos locais mais
idílicos em toda a cidade para se relaxar.
Porém, ninguém pode predizer quando
um dos fantasmas locais irá se materializar.
O mais ativo em termos de barulho e notoriedade
é freqüentemente conhecido como
o Fantasma do Inverno Profundo, a Criança
nos Arbustos ou o Refém do Jardim de
Heróis, apesar de os historiadores a
chamarem pelo nome de Kahla, uma criança
que tinha sete invernos na hora da sua morte
no Ano do Punho Vigilante (1259 CV).
Kahla manifesta-se como uma risadinha travessa
e um par de olhos brilhantes que observa em
um arbusto a aproximadamente 12 passos a sul-sudoeste
da estátua de Lhestyn, no jardim. O arbusto
farfalha e treme enquanto o fantasma invisível
de Kahla salta até a extremidade da lagoa,
a cerca de 30 m de distância, suas risadinhas
se distanciando dos ouvintes a menos que eles
a sigam. Espectadores alertas viram até
mesmo a grama achatar em baixo dos pés
da criança fantasmagórica enquanto
ela salta da extremidade da lagoa até
outro arbusto.
Freqüentemente, este arbusto perto da lagoa
se torna o lugar mais associado ao fantasma,
já que é aqui que ela parece mais
ativa e assustadora. As risadinhas continuam
e alguns cachos de cabelo vermelho podem ser
vistos junto com os olhos luminosos através
do arbusto. Após um momento ou dois acontece
um suspiro audível e os olhos desaparecem
com um farfalhar correspondente do arbusto.
Enquanto as palavras reais estão inconclusas
(já que mais de 100 autores escreveram
considerações diferentes das palavras
de Kahla), é óbvio a qualquer
um ao alcance de escutar a voz, que este fantasma
infante está assustado, mas desafiante.
Enquanto discordâncias abundam em algumas
palavras amedrontadoras murmuradas anteriormente,
o fim posterior está bastante claro.
A voz desafiante de uma criança soa apressadamente
com algumas pequenas pausas: "Você
não pode fazer isso! Fique longe de mim!
Ei - isso é meu! Devolva-me aquilo! Ow!".
Imediatamente após a última exclamação,
o lago atrás do arbusto (em uma linha
direta de visão com a estátua
na margem oposta do lago, o herói do
Distrito do Comércio, Rann, o Arqueiro)
espirra ruidosamente, como se alguém
ou algo caísse na sua margem. A água
espirra durante um longo minuto, e olhos penetrantes
aparecem nos espaços entre os esguichos,
como se duas pernas e braços de adulto
estivessem segurando uma pequena criança
debaixo da margem da água. Os espirros
encobrem quaisquer vozes nítidas, mas
muitos dizem poder ouvir um sussurro da voz
de um homem, que murmura desesperadamente "...
o último... ninguém partiu para
lutar... é todo meu..."
Kahla previsivelmente se manifesta nas noites
de lua cheia, durante todo o ano, apesar de
ser notada por algumas pessoas apenas em Tarsakh.
Sua presença é simplesmente mais
pronunciada e parcialmente visível durante
esta época como uma imagem borrada de
uma criança com cabelos vermelhos encaracolados
e curtos, de bochechas com covinhas e com uma
túnica azul claro. Seu atacante nunca
é visto, entretanto suas mãos
são, às vezes, visíveis
em forma, mas sem detalhes, enquanto a segura
debaixo da água (durante o passar dos
anos, muitos fizeram reivindicações
de assassinato político, dizendo ter
visto o brasão de uma casa nobre no anel
do dedo do assassino, apesar de haver 40 diferentes
descrições durante muitas décadas).
No resto do ano, Kahla torna-se mais um fantasma
vocal, o volume das suas risadinhas e gritos
variam mais com a proximidade de Tarsakh (os
caçadores de fantasma de Marpenoth só
detectam sussurros leves). Seu esguicho na lagoa
se torna mais pronunciado em Tarsakh e fica
mais fraco em Marpenoth, quando produz um esguicho
semelhante ao de uma pedra pequena.
Histórias Relacionadas:
Kahla Inverno Profundo dificilmente foi a última
vítima da Guerra das Guildas que arruinou
a Cidade dos Esplendores depois da morte de
Ahghairon, apesar de ser uma das lembranças
mais vívidas desses eventos. Kahla era
a criança mais jovem do clã recém-destruído,
Inverno Profundo, que antigamente controlou
a Guilda Ferreiros de Prata Prateados e Ouro
naquela época. Várias fontes conflitam
e não estão completamente claras,
mas parece ter existido alguma forma de conspiração
formada entre o então poderoso Mestre
de Guilda Yivvik Chourm da Guilda dos Joalheiros
e o quarto filho da Casa Inverno Profundo em
reivindicar a nobreza e fundir as suas duas
guildas como uma facção mais poderosa.
Alguém foi contratado para eliminar os
outros integrantes do clã Inverno Profundo
e suas crianças, todos que pudessem substituir
Parnak Inverno Profundo, inclusive Kahla, a
filha mais nova da irmã gêmea de
Parnak, Tasima.
A Itens Diversos de Selchoun e os seis edifícios
a leste na Rua Diamante e no Caminho do Caçador
de Gamo já foram todos parte do conjunto
de propriedades do clã Inverno Profundo.
Neste dia, o Selchoun abriga os fantasmas de
alguns dos outros integrantes do clã
Inverno Profundo, todos mortos lá quando
o local era os estábulos da família.
Todos eles manifestam-se simplesmente como manchas
vagas de frio ou medo, que algumas vezes perturbam
os clientes o suficiente para que pechinchem
um desconto pelos seus problemas. Freqüentemente,
as manifestações fantasmagóricas
acontecem depois do horário comercial
e incomodam poucos.
Ainda relacionado, os destinos finais do Mestre
de Guilda Chourm e do Lorde Parnak Inverno Profundo
são frustrantes. Os dois, que pensavam
ser realmente bastante astutos, tiveram sucesso
formando uma coalizão poderosa de guildas
e nobres durante aproximadamente 14 meses até
que eles convidaram para seu meio o Mestre de
Guilda Zoar. Detalhes são esboços
das atividades, mas no alcance de 10 meses,
Zoar tinha matado mais de seis rivais ou Mestres
de Guilda aliados e tinha começado sua
marcha para o reinado dos Lordes Magistrados.
Parnak morreu em um incêndio que consumiu
a mansão dos Inverno Profundo com ele
e seus homens presos lá dentro. Chourm
morreu no pelourinho, na noite de Leiruin (o
décimo dia de Tarsakh), os servos do
Mestre de Guilda Zoar o submergiram em peças
de cobre aquecidas a um estado quase fundido.
Nenhum destes homens assombra a cidade nestes
dias, apesar de gritos e cheiro de carne queimando
e cobre infestavam uma área do Mercado
durante algumas décadas até que
fossem exorcizados mais de uma vez, há
muitos anos atrás.
Notas para o Mestre
As pessoas aprenderam pelo menos um pouco da
tradição ou benefício que
fazem a morte covarde deste fantasma uma cena
digna de assistir. Pelo menos uma vez por ano,
depois dos esguichos pararem na lagoa, itens
de algum valor têm sido encontrados no
meio da lama naquele mesmo local. Wotav, o Curioso,
foi o mais famoso dos investigadores de tesouro
que reivindicaram um par de anéis dourados
e uma pulseira dourada* de tal qualidade (e
marcado com o brasão quase esquecido
dos Inverno Profundo) que ele os vendeu e comprou
para si um edifício na Rua Sashtar. Outros
encontraram itens mágicos ou outras curiosidades,
geralmente anéis. Porém, o que
intimida os caçadores de tesouros destas
fáceis pungas é o fato de que
aqueles que buscaram tesouros e não encontraram
nenhum, todos morreram de doenças dentro
de um ano
* O Bracelete de Tamaera
A pulseira dourada reivindicada por Wotav era
uma herança do clã Inverno Profundo
que evitava que seu usuário se intoxicasse
com qualquer o veneno.
Depois de passar por muitos donos em sete décadas,
o bracelete achou seu caminho no estabelecimento
de um comerciante em Calimporto. Jamar Al Kivars
comprou a quinquilharia para sua jasina (cortesã)
favorita, que a usou até mesmo após
escapar da escravidão. Ela fugiu para
o norte, para Tethyr durante sua agitação
e encontrou eventualmente seu caminho a leste,
no recentemente independente Erlkazar. Lá
ela se casou e deu a luz a um filho, o ranger
Parak, o Vermelho, que usou a pulseira durante
patrulhas na fronteira para o rei. Desde que
Parak morreu recentemente, vítima de
uma emboscada de hobgoblins nas Montanhas Floco
de Neve, o bracelete pode ser reivindicado por
qualquer que possa encontrá-lo e tirá-lo
de seu atual dono hobgoblin

Sobre o Autor
Steven E. Schend pensa como qualquer mago que
tenha 75 livros empilhados e um gato sonolento
empoleirado sobre eles. Nascido em Wiscosin
em 1967, Steven entrou no mundo da fantasia
muito depressa, enquanto crescia lendo os livros
de Oz de L. Frank Baum, Tarzan de Edgar Rice
Burroughs e as novelas de Barsoom. Desde 1990,
Steven está com a TSR/Wizards of the Coast.
Ele começou sua carreira como editor e trabalhou
em muitos projetos incluindo o D&D Cyclopedia.
Apartir de 1994 ele se tornou um designer de
Forgotten Realms e desde então vem acompanhado
as histórias de Elminster e companhia, assim
também como sua recente entrada nos mundos de
ficção científica no sistema de jogo Alternity
e o jogo mundial da Marvel Comics. Steven escreveu
mais de 50 produtos de jogo e artigos de revistas,
além também de histórias curtas, mas agora ele
faz tentativas vagas para jogar e desenvolver
enredos.
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