Celeiro
Negro
Vila
Grande
Esta
cidade comercial murada é um mercado sempre
cheio com os fazendeiros das redondezas, dominada
do amanhecer até o anoitecer por carroças de
passagem, e lar para alguns excelentes construtores
de carroças e carruagens. A vila fica onde a
Longa Trilha (que percorre a fronteira de Shaar,
“descendo pelas costas” dos Reinos da Fronteira)
encontra-se com a Estrada Scelptar, que percorre o sentido norte-oeste, saindo de Celeiro
Negro e indo até as arruinadas Pontes Incendiadas.
Celeiro
Negro é um lugar próspero, cheio de ruas pavimentadas
e movimentadas e de construções de pedra cobertas
por telhas marrons e anexas com pequenos celeiros
(geralmente pretos, mas de outras cores também).
A produção é estocada em prédios baixos chamados
de “casas de carroças”, onde as entregas das
fazendas são acomodadas em fileiras de fossos
de estocagem – que possuem portões de madeira
em seus fundos, o que permite que sejam esvaziados
em pequenas quantidades diretamente nas carroças
dos comerciantes através de rampas que descem
até o fundo do fosso para o carregamento.
Os
portões de carregamento são rampas de Madeira
no formato de fole que podem ser apontadas ao
se puxar cordas laterais, e se ajustam com os
portões deslizantes do topo e do fundo. O portão
no topo é aberto para permitir uma colheita
entornar do fosso de estoque, e fechado novamente
quando a rampa está cheia ou se a quantidade
desejada já foi despejada. Então uma carroça
é conduzida para baixo da boca estreita do fundo
da rampa e o portão menor é aberto para deixar
a colheita cair. Quando a carroça estiver quase
cheia, o portão do fundo é fechado e após as
batatas ou repolhos terem parado de cair e a
rampa estiver cheia novamente, homens chamados
“atiçadores” empurram traves de madeira através
de pequenas portinholas laterais na rampa para
limpar o caminho para o portão superior deslizar,
fechando novamente o sistema. Então o portão
inferior é aberto novamente de modo a esvaziar
a última rampa de produtos para a carroça (daí
a origem das expressões das Fronteiras, “Bem,
ele está carregando sua última rampa” e “’Tá com uma rampa cheia, não?”). Muitas carroças carregadas
em Celeiro Negro vão para Scelptar
e direto para balsas embarcar através das terras
das Fronteiras – e via portos das Fronteiras
direto para Calimshan e para as cidades-estado ao redor do Lago de Vapor.
A
Maldição de Celeiro Negro
Celeiro
Negro é bastante conhecida por capitães do mar
e comerciantes como um grande depósito de provisões.
Mais infamemente, ela é conhecida por ser infestada
pelos inoportunos e difíceis de serem exterminados
“asas cinzentas” (homúnculos) que roubam e vandalizam
através cidade, e contra cujos celeironegrenses
travam uma batalha interminável. Para casa asa
cinzenta morta, um punhado de outros parecem
surgir do nada. Como eles chegaram até lá e
porque permanecem por lá (por causa deles, as
coisas na cidade são feitas
de pedra ou trancada por fechos poderosos ou
dentro de armários) é um mistério; nas
Fronteiras eles são conhecidos como “a Maldição
de Celeiro Negro”.
A
despeito dessa maldição, Celeiro Negro é considerada
como um dos lugares mais desejáveis para se
viver nos Reinos das Fronteiras, principalmente
porque também é o lar para os
Lanças Fantasma.
Os Lanças ignoram os asas cinzentas, embora estes sempre fujam dos primeiros
à primeira vista. Um sábio
local, Althalas da Rua Barwinter
(humano Tethyriano
NB Especialista 9: história, local, nobreza
e realeza), tem promovido a crença de que os
Lanças são uma “boa” maldição, colocada sobre
Celeiro Negro por algum mago local para contrapor
a maldição “ruim” desses pequenos demônios.
Outro sábio, Thurbald da Rua das Coroas (humano Calishita
LN Especialista 8: arquitetura, história, local),
zomba desta visão, dizendo que os
asas cinzentas e os fantasmas não estão
conectados de forma alguma, e que Althalas
representa o pior dos românticos ao ver o mundo
como desejaria que fosse, e não como realmente
é.
Qualquer
que seja a verdade neste assunto, asas cinzentas
e Lanças Fantasma parecem
ser residentes permanentes de Celeiro
Negro. Os moradores da cidade chamam pessoas
indesejáveis ou inimigos de “peles cinzenta”
devido aos asas cinzentas, e avisam aqueles que os ofenderam que “Um
Lança vai te pegar por isso!”.
Os Lanças Fantasma
Os Lanças Fantasma ou “Cavaleiros Negros” são fantasmas vigilantes,
que dizem ter sido exilados de Tethyr
há séculos atrás por terem apoiado um
falso regente. O mago Kulaskular,
proibido de matá-los, mas orientado a
expulsá-los de Tethyr
e de garantir que eles jamais retornassem,
lançou uma poderosa maldição sobre eles,
colocando-os para dormir em uma cripta
sob Celeiro Negro, onde a água pinga eternamente
através dos ataúdes de pedra onde jazem,
permitindo apenas que suas essências fantasmagóricas
cavalguem pelas terras. Outros contos
dizem que os Lanças
se apaixonaram por uma feiticeira élfica
da região séculos atrás, e que ela os
enfeitiçou para guardar o local que amava,
o que os mantêm esperando enquanto ela
corteja os lordes élficos que desejava.
Seja
qual for a verdade,
os Lanças aparecem como cavaleiros espectrais
trajando armaduras pesadas, montados em
cavalos de guerra silenciosos (cujos cascos
nunca tocam o chão) que cruzam as ruas
e os campos ao redor de Celeiro Negro.
Os visores de seus elmos estão abaixados,
assim como suas lanças (estas causam efeitos
de toque chocante). Eles caçam
bandoleiros e ladrões, galopando velozes
pelos campos e através dos muros da cidade,
sem afetar as plantações ou objetos sólidos
os quais não têm o interesse em perturbar,
mas, de outra forma, atingem com força,
fúria e peso de cavaleiros vivos de muita
habilidade. Silenciosos, os
vigilantes Lanças (geralmente um trio
ou uma dúzia, mas algumas vezes quarenta
e seis) aparecem em qualquer lugar
e a qualquer momento que uma fraude, violência
ou intenção criminosa é executada dentro
dos muros de Celeiro Negro – desde homens
chutando cães até venenos sendo usados
– ou se a cidade estiver sob ameaça. Eles
não parecem dedicados a machucar aqueles
que não desejam machucar alguém e não
possuem nenhum desejo de saquear ou pilhar
Celeiro Negro. Os Lanças
nunca falam, mas são eloqüentes em seus
gestos, e sabe-se que escrevem mensagens
(em muitos idiomas) para pessoas vivas
na lama, cinzas, poeira e neve.
A
presença dos Lanças
tem ajudado a cidade ser um porto seguro
quando inimigos se reunem
em uma trégua – e raramente se atrevem
a desfazê-la!
Muitos
aventureiros procuraram pela cripta dos
Lanças Fantasma, já que as lendas
locais insistem que eles descansam em
um complexo subterrâneo guardado por suas
espadas encantadas: lâminas que voam e
lutam sozinhas.
Estranhamente,
os cavaleiros fantasma
nunca molestaram ou vigiaram aventureiros
cavando porões ou vagando pelos esgotos
da cidade. Os habitantes locais que dizem
que esta falta de atenção se deve aos
exploradores estarem engajados em uma
tarefa vã, procurando por algo que não
está lá para ser encontrado, são incapazes
de explicar porque mais de um aventureiro
ao longo dos anos, notavelmente Aldegut,
de Porto Kir (ou Kirlyntar, como era chamado
na época), e Myrmeen
Lhal, de Arabel,
deixaram Celeiro Negro com uma espada
mágica que não estavam portando quando
chegaram, e com uma missão a qual eles
recusavam a discutir qual era.
A
primeira vez que alguém vê uma forma trajando
armadura se materializando por perto é
desconcertante, mas os inocentes não têm
nada a temer. Outros podem muito bem descobrir
que se preparar para uma luta é sua melhor
opção. Os habitantes locais falam sobre
um maldoso fora-da-lei que lançou tochas
contra as habitações enquanto cavalgava
para fora da cidade com os
Lanças logo em seus calcanhares.
Por alguma magia a sua disposição, os cavaleiros fantasma teletransportaram
os incêndios que ele estava causando para
si próprio, fazendo com que seu cavalo
empinasse e o derrubasse – e se desfizesse
em sua própria ruína flamejante.
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A
lenda da cripta dos Lanças
Fantasma se espalhou e chegou aos ouvidos de
muitos bandoleiros que resolveram fazer algumas
visitas – e não foram poucos destes bandoleiros
que acabaram por morrer por conta disso. Por
outro lado, isso levou muitas pessoas pacíficas
a procurarem a segurança garantida de Celeiro Negro (a proteção da cidade
é até mesmo celebrada em uma balada chamada
Salvo Atrás do Escudo de Celeiro Negro,
uma canção gentil sobre “um lugar para se ir
quando o coração está atormentado” composta
por um menestrel anônimo, mas que agora é tão
popular que chega até as terras da Costa da
Espada e do Mar Reluzente).
Celeiro
Negro é regida por um Alto Trantor,
escolhido entre e eleito pelos Trantors
(lordes comerciantes) da cidade. Graças aos
Lanças, a cidade não tem necessitado
de uma guarda ou vigília.
Para
o Visitante
Viajantes
são conduzidos até a estalagem O Cavaleiro
Silencioso (Excelente/Cara: quieta, respeitável,
saborosa e muito cara), A Bota Negra
(Boa/Moderada: cheia, movimentada, razoável e barulhenta; a
estalagem para “todos”) ou A Lesma Incomodada
(Razoável/Moderada: uma casa de baixa reputação,
onde acompanhantes e apostadores trabalham,
muita bebida é consumida e entretenimentos de
todos os tipos estão na ordem do dia – e da
noite também, claro).
Freqüentadores
da Lesma não precisam de uma taverna
para atingir o prazer completo, mas outros são
conduzidos até a taverna O Gato Risonho
(Boa/Moderada) na Rua Sarwynd, ou para a O Menestrel Tolo (Boa/Cara), que
fica acima da Barris
de Bryntyn, na esquina
das ruas Víbora e Shariykian. A maioria dos habitantes da cidade prefere a silenciosa
frugalidade da escura Velho Pangaré
(Razoável/Barata), na Rua Gulgate. Aqueles que estiverem dispostos para uma briga ou
farra deveriam procurar a Dança com os Cavaleiros
(Pobre/Barata) na Viela de Ravalaster,
um estabelecimento chamado assim devido a freqüência
com que os cavaleiros d’Os Lanças Fantasma se materializam
em suas câmaras proibidas, para, silenciosamente,
incentivar freqüentadores a desistir de quaisquer
ilegalidades em que estejam engajados.
Assim
como a diferenciada Beldargan,
Celeiro Negro serve como base para muitos comerciantes
e aventureiros explorando as divisas dos Reinos
da Fronteira. A maioria das pessoas acha-a
um pouco entediante
demais (“só trabalho, só atividade, nada de
diversão”) para seu gosto, mas muitos vivem
felizes aqui. Proeminentes entre os comerciantes
da cidade são os padeiros; muitas manhãs trazem
consigo um denso e apetitoso cheiro de pães
frescos assados pelas ruas.
Lenda Local
Celeiro
Negro é chamada assim devido a um enorme celeiro
negro (feito de madeira negra) desaparecido
há muito tempo atrás, construído neste local
por antigas assentadas humanas (mercenárias
do bando Lâmina Silenciosa, exiladas de Calimshan nos dias do Sátrapa em
Púrpura, pois elas haviam apoiado Aquela Que
Deveria Ser Rainha) que lutaram contra ferozes
bandos halflings da
região para manter a terra.

Sobre o Autor
Ed Greenwood é o homem
que lançou os Reinos Esquecidos
em um mundo que não os esperava. Ele
trabalha em bibliotecas, escreve fantasia, ficção
científica, terror, mistério e
até histórias de romance (às
vezes coloca tudo isto em um mesmo livro), mas
está ainda mais feliz escrevendo Conhecimento
dos Reinos, Conhecimento dos Reinos e mais Conhecimento
dos Reinos. Ainda existem alguns quartos em
sua casa com espaço para empilhar seus
escritos.
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