Lâminegra
Cidade Pequena
Capital do jovem, porém orgulhoso, reinado
de Ondeeme (que foi nomeado por causa mago mercador
de Schamedar, que o fundou), esta cidade murada
não é muito maior do que um grande
e largo castelo, mas possui todos os ares (cheio
de leis arcanas, guardas sempre prontos para
brigar e modas ridículas) de Calimporto
e outras prósperas e decadentes cidades
do Sul. A cidade tem ruas pavimentadas, construções
altas de pedra com telhados de cerâmica
que tocam uns nos outros, mas não possui
parques ou espaços abertos (exceto calçadas).
Ela possui, no entanto, grandes vitrines vislumbrantes
com finas – e caras – mercadorias.
A De Rundaleer, na Rua Reldruth, é uma
joalheria tão cara, vislumbrante e arrogante
como se poderia encontrar em qualquer lugar
de Faerûn, com flutuantes e desdenhosos
cajados a venda, que permite magos conjurarem
magias de rastreamento contra possíveis
ladrões, e mobília opulenta o
suficiente para muitos palácios.
A prosperidade de Lâminegra começou
com o comércio de lã. Seus tecelões
enriqueceram trabalhando para, e tendo suas
roupas encantadas por, magos e pretensos magos
(perdulários filhos de ricos comerciantes
Calishitas) que o mago Ondeeme trouxe para junto
de si. Quando Ondeeme e sua escola foram estilhaçados
e destruídos durante a noite (por um
belicoso Mago Vermelho, alguns dizem, ou um
furioso rival Calishita, outros juram, ainda
que outras fontes insistam que fora um duelo
mágico ou magia negra que saiu do controle,
ou que algo conhecido apenas como Parada Noturna
estava envolvido), os tecelões estavam
bem estabelecidos – mas sábios
o suficiente para atrair mais magos sedentários
(como destaque para Hlaundurym Asarda de Chessenta,
um humano Mulan NB Mago 14/Taumaturgista 5)
para viverem (e assim defenderem) sua cidade
com generosas ofertas de habitações
sem custo algum e posição especial
sob as leis locais.
Após uma breve e implacável disputa
de poder, comerciantes de Lâminegra formaram
um conselho governante com oito membros, liderado
por três rivais equilibrados: “Lorde”
Astlur Adaunt, um ríspido, mas justo
humano Illuskano LN Especialista 8, tecelão
mestre; “a Velha Matrona” Nardarra
Leonpur, uma idosa, mas hedonista humana Calishita
NM Especialista 9, produtora de perfumes e poções
(e venenos); e Ylothin Tlarst, um ultrajantemente
jovem e rude humano Rashemi CN Especialista
12, banqueiro e comerciante fabulosamente rico.
Eles decidem sobre o aumento da riqueza e importância
de Lâminegra – apenas para correrem
e esconderem-se do retorno de Slee (veja Ondeeme).
Grandes forjadores e joalheiros vieram para
Lâminegra devido ao grande suprimento
de gemas nas Colinas Raundawn a noroeste da
cidade. O astuto conselho contratou famosos
lapidadores (incluindo Ildyn Onsypir, de Athkatla,
e Urthe Brilho de Coroa, de Portal de Baldur)
para virem a Lâminegra e viverem como
reis no Salão Cintilante, a primeira
escola formal (humana) de lapidação
e joalheria. Este estabelecimento lentamente
adquiriu uma reputação de vaidade
extrema mesmo para os padrões de Lâminegra,
pela excelência de seus produtos elegantes
(que atualmente adornam muitos nobres por toda
Faerûn), e pela sádica crueldade
de seus mestres em relação aos
pupilos.
Visão da Cidade
Fronteiriços riem de Lâminegra
como uma ridícula cópia pomposa
das piores grandes e velhas cidades. Fronteiriços
visitantes são cuidadosos em não
demonstrar tal sentimento dentro das altas muralhas
e torreões da cidade, já que os
Lâminegrenses praticam preços altos,
possuem pavio curto e têm leis duras (incluindo
açoites, confisco de todas as mercadorias
e exílio conduzido pelas ruas de pedra
até o portão mais próximo
com o acusado sendo arrastado rapidamente –
amarrado em uma corda puxada por um cavalo bem
esporeado).
Guardas Lâminegrenses, durante os turnos,
zombam dos “cabeças de feno do
interior” que vêm em visita de lugares
menos afortunados para “dar uma olhada
na boa vida”. Lâminegra é
uma das cidades mais ricas nas Fronteiras, e
“o” lugar para se comprar coisas
estranhas, arcanas, caras e da moda. A voracidade
de aquisição dos seus cidadãos
– e daqueles que a visitam para fazer
compras – mantém o porto próximo
de Thur ocupado. É uma cidade de vitrines
reluzentes, poucos ladrões bem sucedidos
e grandes e luxuosas estalagens aonde hospedes
dividem banhos aromáticos e podem contratar
qualquer tipo de serviço (por preços
exorbitantes). Estas estalagens costumam rivalizar
umas com as outras para ser a “melhor”
ou ao menos a mais pomposa, mas as três
comumente consideradas as melhores são
De Naraxalan (Excelente/Cara) na Rua
Gardlaer; O Velho Cavaleiro (Excelente/Cara)
na Rua Reldruth; e A Orbe de Orlisk
(Excelente/Cara) na Rua dos Garanhões.
“Todos sabem” que Lâminegra
é governada por um mago conhecido como
Slee, mas seus formais – apesar de desprovidos
de poder – governantes são atualmente
os Lordes do Trono Vazio (veja Ondeeme). No
entanto, Lâminegrenses designam seus Kauroanars
(guardas de uniformes vermelhos com adornos
dourados), que empunham porretes, redes de captura,
espadas e adagas, para patrulhar em grupos de
cinco e capturar ladrões, incendiários
e qualquer um que brigue ou crie tumulto (exceto
nos “drauda”, clubes locais que
combinam as funções de taverna,
restaurante, bordel e casa de apostas; as leis
da cidade não são aplicadas dentro
de uma drauda, que possui seus próprios
guardas armados para manter a paz e a ordem).
Existem mais de setenta Kauroanars fardados
com armaduras de couro, liderados pelo severo,
mal humorado e fanático por ordem, Lorde
Mace Heldraego Rauntlet (um humano Calishita
LN Guerreiro 15 conhecido por utilizar um anel
do aríete e alguns itens mágicos
de proteção, porém há
muito debate em Lâminegra – graças
aos belos, no entanto conflitantes, contos sobre
seus inimigos e possíveis assassinos
– sobre que tipo de mágica ele
possui). O Lorde Mace vive e trabalha na Mansão
Manopla da Lei, um edifício sombrio com
pilares negros na Rua Murloar, que também
abriga o Salão da Lei (tribunal, para
os raros casos em que disputas são ouvidas,
quando se opõem à justiça
dispensada pelos Kauroanars), o arsenal, o quartel
dos Kauroanar e as masmorras subterrâneas
(onde os encarcerados estão sempre presos
às paredes com grilhões de pescoço).
Drauda
A maioria dos Lâminegrenses gostam de
uma pitada de perigo – em pequenas doses.
Uma ou duas vezes por cavalgada, geralmente
à noite quando as lojas estão
fechadas, eles se arriscam em uma drauda. Poucos
são ricos, ou desesperados e caóticos,
o suficiente para visitar tipos específicos
de drauda sempre, a qualquer hora do dia ou
da noite.
Uma drauda pode ser divida em três tipos
de estabelecimento. Existem drauda “respeitáveis”,
freqüentadas por matronas e famílias
ricas, onde nada mais sujo que jogos e fofocas
ocorrem. O Manto do Por do Sol (Excelente/Cara)
na Rua Darcandle é mais pomposa e cara
delas.
Existem também drauda “muitas-portas”,
abertas para todos e pesadamente patrulhadas
pelos guardas da casa para manter a violência
num padrão mínimo, onde donos
de lojas, boiadeiros e a maioria dos visitantes
vindos de outras terras vão para jogar
e comer. Este é o tipo mais barato de
drauda, onde qualquer atividade “festiva”
é discreta e comentada por meio de palavras-código,
nos andares superiores, e no alcance de pequenos
e sombrios lugares dominados por habitantes
locais relaxando ou conversando, como a Barba
de Droum (Pobre/Barata) na Travessa Vira
Muro, até grandes, movimentados e barulhentos
lugares com andar central utilizados para dançar,
arremessar dardos e bolas e outros esportes
de aposta ou exibições de moda,
invenções ou noticias –
como O Nazir Sorridente (Boa/Moderada)
na Travessa Glaudra.
Finalmente, existem “obscuras” ou
“sangrentas” drauda, geralmente
lugares pouco iluminados e violentos onde mercadorias
roubadas são compradas e vendidas, negócios
ilícitos são discutidos, aventureiros
e mercenários são contratados,
garotas dançam para fregueses na frente
de todos, e onde brigas (algumas vezes duelos
até a morte) são entretenimento
freqüente para os jogadores e apostadores.
Mestiços e monstros humanóides
não disfarçados bebem tranquilamente
(refeições podem ser servidas,
mas existe pouca variedade; um lugar pode especializar-se
em pratos de enguia guisada e apimentada, outros
em queijos embebidos em destilados e um terceiro
em um peixe ou ave em particular comido cru).
A mais notórias das drauda obscuras são
O Escorpião de Skaeling (Pobre/Cara)
na Travessa Sarkskull e A Máscara
Incandescente (Justa/Moderada) na Rua Presa
de Dragão.
O Fundador da Cidade
A cidade tem este nome devido a um notório
pirata, Kurum Lâminegra, que construiu
a primeira casa (há muito desaparecida)
no local e morreu nela, com a idade avançada
de cento e vinte seis invernos. Uma pintura
preservada magicamente o retrata como um careca
gordo com um grande bigode – sentado sobre
uma pilha de moedas de ouro tão alta
quanto uma carruagem!

Sobre o Autor
Ed Greenwood é o homem
que lançou os Reinos Esquecidos
em um mundo que não os esperava. Ele
trabalha em bibliotecas, escreve fantasia, ficção
científica, terror, mistério e
até histórias de romance (às
vezes coloca tudo isto em um mesmo livro), mas
está ainda mais feliz escrevendo Conhecimento
dos Reinos, Conhecimento dos Reinos e mais Conhecimento
dos Reinos. Ainda existem alguns quartos em
sua casa com espaço para empilhar seus
escritos.
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