Neste mês de março, nos Estados
Unidos, foi lançado Power of Faerûn
[Poderes de Faerûn], que traz
um apanhado de informações sobre
campanhas de alto nível dentro dos Reinos
Esquecidos. Jogadores interessados
em forjar seus próprios reinados nos
Reinos não encontrarão
lugar melhor que nos Reinos da Fronteira, aonde
– de acordo com Ed Greenwood – “um
viajante pode encontrar quase tudo.”
Em sua entrevista sobre Power of Faerûn,
Ed disse mais: “Eu cortei e talhei minha
narração até me deparar
com isso: eu simplesmente não conseguiria
colocar tudo sobre os Reinos da Fronteira
em um livro de 160 páginas, mesmo se
nós não colocássemos nada
a mais e encolhêssemos o texto para um
tamanho pequeno, muito pequeno – então,
para um “completo” Reinos da Fronteira,
os leitores terão que visitar a página
da Wizards of the Coast.”
O apresentado aqui é o inicio desta informação
“complementar” sobre os Reinos da
Fronteira (tão completo quanto qualquer
coisa jamais poderá ser!), atualizando
– e finalmente concluindo – detalhes
mostrados originalmente na coluna Elminster’s
Everwinking Eye [O Olho Sempre Atento
de Elminster] na revista Polyhedron. Não
se esqueça de retornar frequentemente
para as ultimas linhas sobre estas incríveis
terras!

“Os Reinos da Fronteira? Vilas crescidas
onde ladrões e aventureiros brigam e
se exibem, rapaz – resumindo, um lugar
como os grandes reinos deste mundo!”
– Mrin Trabbar,
Prespiator de Ilmater em Ormath
em um discurso a Bastable, o Profeta
Ano da Harpa
“Minha Fronteira
favorita é que aquela na ponta de minha
espada.”
– Northarn Dwaevar,
Mestre de guerra da companhia mercenária
do Unicórnio Vacilante
falando ao sábio Lamarthas, de Mintarn
Ano da Senhora Perdida
“Eu andei pelos
Reinos da Fronteira certa vez. Um tedioso local
atrasado, minha querida, todo tipo de sujeitos
rudes sujos e desgrenhados querendo meu dinheiro.
Eu tive de matar quarenta e dois deles, e quebrar
minha melhor adaga na cavidade ocular do guerreiro
mais sem consideração. Estúpidos
bárbaros – completamente não
civilizados!”
– Senhora Adreinelle Nesher
de Águas Profundas
Matrona Herdeira da Casa Nesher
conversando com uma jovem nobre em uma festa
Ano da Harpa
“Os Reinos da Fronteira
são o melhor lugar para alguém
fazer sua fortuna rapidamente – ou encontrar
sua cova. Mande todos os seus desafetos para
lá… e depois todos os seus enfadonhos
nobres após eles, apenas para assistir
a diversão.”
– Alto Capitão
Suljack, de Luskan
em um discurso para a Liga de Mercadores em
Portal de Baldur
Ano do Verme
Algumas Palavras Introdutórias
Os Reinos da Fronteira são
pouco mais que nomes no mapa para a maioria
das pessoas nas Terras Centrais de Faerûn.
Apenas alguns sábios e mercadores bem
viajados sabem coisas interessantes sobre eles,
devido a sua natureza sempre mutante, as viagens
serem dificultadas pelas incessantes guerras
nas Fronteiras umas com as outras e a fome por
terras dos sátrapas de Calimshan.
De acordo com o sábio Meriadas, de Portão
Ocidental: “Os Reinos da Fronteira são
o destino preferido de aventureiros que desejam
orgulhosa e corajosamente conquistar um reino
ou estabelecer seu próprio novo domínio.
Lordes, condes, duques, reis e imperadores surgem,
proclamam a si mesmos e são varridos
para longe com a velocidade e regularidade das
ondas quebrando na praia. O que chega a seus
ouvidos… são uma sucessão
de pequenos contos impressionantes ou coloridos
dos feitos mais audazes, desastrosos ou engraçados”.
“Poucas pessoas vão até
lá, exceto aqueles que desejam forjar
um lugar para si com a espada… Fronteiras
e mesmo os nomes dos reinos que eles definem
mudam a cada mês que passa e até
a cada cavalgada; não há coisa
como uma história precisa ou mesmo um
mapa dos Reinos da Fronteira (que são
nomeados assim) pois eles ficam no caminho da
expansão Calishita, sua força
desorganizada e teimosa caracteriza a fronteira
oriental desde reino orgulhoso… ao sul
do Lago de Vapor… os Reinos da Fronteira
espalham-se pelo leste e sul para tomar todas
as terras drenadas pelo Rio Scelptar tão
distante quanto as Donzelas do Escudo (as colinas
na fronteira oeste das Montanhas Passo de Fogo,
logo ao oeste da Floresta do Crepúsculo)
e as terras elevadas que definem o limiar norte
do vasto tapete de grama conhecido como O Shaar”.
Se você for viajar por lá, Meriadas
acrescenta: “Leve magias poderosas, amigos
confiáveis e espadas afiadas, e talvez
você viva tempo suficiente para dar uma
olhada rápida”.
O infame mago Elminster alerta que os Reinos da Fronteira são “despedaçados
com magia selvagem, assim como um manto esfarrapado
cobre muito, mas não todo o mendigo sob
ele”.
A Geografia
Os Reinos da Fronteira são uma faixa
triangular de baixas terras costeiras quentes
e exuberantes entre as altas terras gramadas
do Shaar e o Lago de Vapor. Quatro principais
florestas cortam o interior das colinas ondulantes
e férteis. Apesar de fendas e vulcões
serem comuns nos arredores do Lago de Vapor,
a única atividade vulcânica nas
Fronteiras está em um cume coberto por
florestas conhecido com o Monte, aonde buracos
com vapores sulfurosos liberam gases ferventes
que de tempos em tempos fazem com que as árvores
peguem fogo e ardam sobre o solo, deixando árvores
vizinhas intocadas (daí o antigo termo
“A Floresta Flamejante”). Muitas
cavernas e grutas aquecidas por lava no Monte
abrigam bandidos e monstros, atualmente.
Os Reinos da Fronteira não são
todos “reinos”. Eles são
muitos pequenos principados governados numa
grande variedade de maneiras, uma confusa, e
sempre mutante miscelânea de pequenos
e instáveis reinos com nomes cuja imponência
geralmente foge a realidade. Esta verdejante
região caoticamente governada é,
em principio, território para aventuras.
Muitos bandos de aventureiros vem até
as Fronteiras para conquistar seus próprios
reinos – ainda assim aqueles bem sucedidos
passam o resto de seus dias defendendo-o de
outros bandos de aventureiros com as mesmas
ambições. As Fronteiras são
a terra natal de muitos mercenários e
mercadores que vêm “de um lugar
que você nunca ouviu falar”.
Nos
próximos artigos, aqueles que falam
de países, terminam com uma lista
de cidades. "Nenhuma" não
quer dizer que a terra esteja desabitada,
apenas que ela não possui nenhuma
cidade com nome conhecido aos estrangeiros.
Deve ser sempre lembrado que estas divisas
e governantes podem e mudam com extrema
rapidez nos Reinos da Fronteira, e o
conhecimento disponibilizado aqui pode
contradizer o conhecimento prévio
– e pode estar desatualizado no
momento em que você estiver lendo
isto.
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Nos próximos artigos,
aqueles que falam de países, terminam
com uma lista de cidades. "Nenhuma"
não quer dizer que a terra esteja desabitada,
apenas que ela não possui nenhuma cidade
com nome conhecido aos estrangeiros. Deve ser
sempre lembrado que estas divisas e governantes
podem e mudam com extrema rapidez nos Reinos da Fronteira, e o conhecimento disponibilizado
aqui pode contradizer o conhecimento prévio
– e pode estar desatualizado no momento
em que você estiver lendo isto.
É dito que não existem mapas precisos
dos Reinos da Fronteira, já que divisas,
governantes e nomes de reinos mudam de cavalgada
a cavalgada, e disputas fronteiriças
parecem ocupar a vida da maioria das pessoas
diariamente, para alguns mais e para outros
menos. Mapas estarão, na melhor das hipóteses,
fora de época e cheios de distorções
intencionais na pior (muitos cartógrafos
procuram sugerir que o reino que representam
– ou querem que o governante local negocie
com – é maior e mais importante
de que realmente é). Distorcer informações
é pratica comum quando Fronteiriços
viajam pelos Reinos em busca de aventureiros
para contratar. Então esteja avisado:
sobre qualquer mapa dos Reinos da Fronteira,
divisas são próximas das verdadeiras,
e entre o confeccionar do mapa e sua jornada,
reinos provavelmente terão aparecido,
desaparecido ou movidos.
A terra de Thuntar, por exemplo, foi nomeada
pelo auto intitulado “Rei dos Aventureiros”,
um homem enorme de Tashalar, que esperava encontrar
descanso tranqüilo nos Reinos da Fronteira,
mas encontrou-se continuamente assombrado pela
única coisa que não podia lutar
contra: magia. Desta maneira, a terra conhecida
como Thuntar foi transferida três vezes.
Uma vez ela esteve aproximadamente aonde a maioria
dos mapas atuais apontam o Vale Talduth. Posteriormente
ela ocupou as terras altas costeiras de Ondeeme
(antes do mago com este nome ter transformado
ou expulsado todos os habitantes para fundar
sou próprio reino lá), antes de
encontrar seu local atual nas praias ocidentais
das Fronteiras – aonde ela estava inicialmente
nas terras altas, mas perdeu o território
para gigantes saqueadores (terra posteriormente
cercada por aventureiros que mataram os gigantes
e fundaram a terra de Alta Emmerock).
Modos de Vida
Migração e conflitos são
constantes nas vidas da maior parte dos Fronteiriços.
O clima quente e o solo fértil torna
possível aos habitantes fazerem guerras
quando desejam e ainda terem comida suficiente
para o próximo inverno, e viver em cavernas
ou abrigos nas profundezas das florestas e não
congelar nos “meses gélidos”
(que são, na verdade, meses enevoados
e lodosos muito mais quentes do que os poderosos
“invernos” mortais das regiões
mais ao norte).
O aventureiro Olho de Aço certa vez chamou
os Reinos da Fronteira “um lugar mortal,
porém encantador aonde cada trilha leva
você a outro pequeno reino idiota, cheio
de governantes pomposos e manias, mercenários
de armas afiadas e bem pagos – apelidados
de “Grandes Guardas” ou de “Alta
Hoste Imperial” – que toleram estes
governantes tolos até que as moedas acabem,
e existem castelos ruindo aqui, ali e em todo
lugar… monstros vagam ao redor, plantações
dão tantos alimentos que as mesas de
refeição vergam-se e a magia corre
selvagem, abrindo portais para perigosos reinos
ou invertendo torres tão comumente quanto
se conjura a magia que se queria. É difícil
cavalgar meio dia nos Reinos da Fronteira
sem amigar-se ou ofender um Alto Protetor dos
Lordes, um Grande Sábio ou um Alto Duque
Pujante – ou todos os três".
Os Reinos da Fronteira são comumente
invadidos por nômades do Shaar (buscando
comida, armas e qualquer coisa que puderem carregar).
Seus assaltos em caravanas deram ao Reino das
Espadas a Postos seu nome, e forçou a
criação de forças militares
alertas e capazes em todos os reinos nas Fronteiras
ao sul do Rio Scelptar. Fronteiriços
gastam o resto de seu tempo lutando uns com
os outros ou contra exércitos Calishitas
financiados por alguém.
Isto faz com que muitos Fronteiriços
relutem em deixar suas terras (ou a região);
conseqüentemente, a maioria dos mercadores
viajando pelos Reinos da Fronteira são
empreendedores da Orla de Vilhon. Eles comercializam
tanto moedas quanto itens de consumo (como roupas
finas ou peças de tecidos e todo tipo
de trabalho com metal) em troca de alimentos
sempre abundantes.
Fronteiriços procuram construir armazéns
robustos e bem guardados, cheios de comida com
a finalidade de negociar, e aguardam que os
mercadores apareçam, comprem e levem
embora. Muitas pessoas das super populadas terras
da Orla de Vilhon morreriam de fome se as plantações
dos Reinos da Fronteira não florescerem
ou fossem destruídas.

Sobre o Autor
Ed Greenwood é o homem
que lançou os Reinos Esquecidos
em um mundo que não os esperava. Ele
trabalha em bibliotecas, escreve fantasia, ficção
científica, terror, mistério e
até histórias de romance (às
vezes coloca tudo isto em um mesmo livro), mas
está ainda mais feliz escrevendo Conhecimento
dos Reinos, Conhecimento dos Reinos e mais Conhecimento
dos Reinos. Ainda existem alguns quartos em
sua casa com espaço para empilhar seus
escritos. |