“Antes que você desça até Fantasia”, disse Valas Hune, “devemos discutir alguns
interesses práticos”.
Pharaun virou-se para olhar o batedor de Bregan D’aerthe e ofertou-lhe um sorriso
torto.
“Nós precisaremos de provisões”, o batedor disse referindo-se a todos os quatro.
Quenthel não levantou os olhos, e Jeggred apenas olhou de relance para o demônio
acorrentado.
O draegloth deu de ombros e disse, “Eu posso devorar o capitão”.
Pharaum não se incomodou em olhar para o uridezu para obter uma resposta, e
o demônio, sensatamente, não ofereceu uma.
“Bom eu não posso”, Valas replicou. “E muito menos o resto de nós”.
“O que você tem em mente, Valas?”, Pharaun perguntou. “De quanto nós estamos
falando?”.
“O batedor deu de ombros e virou-se para Quenthel para perguntar, “Por quanto
tempo ficaremos fora?”.
– War of the Spider Queen [A Guerra da Rainha Aranha] de
R.A. Salvatore,
Livro V: Annihilation [Aniquilação], por Philip Athans
Valas Hune é uma escolta para
a enigmática companhia mercenária drow Bregan
D’aerthe. Um pouco individualista mesmo para
um elfo negro, Valas não é terrivelmente paciente
com o matriarcado. Mas ele tem um instinto afiado
de auto preservação, o que significa que ele
segue ordens a maior parte do tempo. Um guerreiro
não tão habilidoso quanto Ryld Argith, Valas
é mais astuto e egoísta. Ele é um sujeito durão
e não é facilmente enganado.
Com uma altura de 1,60 cm,
Valas está no lado dos drow mais baixos, mas
ele é um lutador competente. Seu verdadeiro
talento – o talento pelo qual a Casa Baenre
paga o equivalente ao resgate de um rei – é
atravessar o Subterrâneo. Como um batedor e
guia, ele viu muito disto no seu tempo. Seus
poucos amigos acreditam que ele sente-se mais
em casa vagando no subterrâneo selvagem do que
em Menzoberranzan. Algumas vezes ele até explora
túneis desconhecidos sozinho, uma pratica que
rapidamente mataria qualquer um atrevido o bastante
para tentar.
Valas é um mercenário e batedor
de aluguel, e é algo que ele rapidamente lembra
seus companheiros drows. Para outros, a busca
por Lolth tem maiores implicações religiosas,
políticas e sociais. Para Valas, isso é apenas
um trabalho.
“O medo,” disse o draegloth, “tem um cheiro particular”.
Danifae devolveu o sorriso do meio demônio e disse, “E o medo da Rainha Aranha
certamente tem um cheiro mais doce”.
“Sim”, Valas interrompeu, embora Danifae e o draegloth continuassem encarando-se
com expressões impossíveis de se decifrar. “bom,
está tudo muito certo, mas certamente alguém
sabe o quanto vai levar para chegarmos lá, e
o quanto levará para retornarmos”.
“Uma dezena”, disse Pharaun, supondo não ter nenhuma outra razão para continuar
e sem que pudesse descansar e renovar sua magia.
“De qualquer forma”,
O batedor assentiu e mais ninguém argumentou. Jaggred recuou para olhar o capitão,
e Danifae pegou uma pedra de amolar para afiar
uma adaga. As víboras da corja de Quenthel’s
enrolaram-se amavalmente ao redor dela e começaram,
uma a uma, a cair no sono.
“Eu estarei por aí então”.
– War of the Spider Queen [A Guerra da Rainha Aranha] de
R.A. Salvatore,
Livro V: Annihilation [Aniquilação], por Philip Athans
Valas vê a expedição em busca
de Lolth como o melhor de ambos os mundos. Ele
está sendo bem pago pela Matriarca Baenre, através
de Bregan D’aerthe, e realiza aquilo que faz
de melhor, vagar pelo Subterrâneo. Agora, se
ao menos não tivesse os outros para aborrecê-lo
durante o caminho, fazendo barulho e perturbando
a paz que encontra ao vagar quilômetros e quilômetros
de túneis, tudo seria perfeito.
“Ele irá até Sschindylryn”, Quenthel disse tão baixo e silenciosamente que Pharaun
não teve certeza de que ouvira corretamente.
“Senhora?”, ele sussurrou indagante.
“Você me ouviu”, ela disse, finalmente olhando para ele. Ela deixou seu olhar
frio hesitar por um instante enquanto Pharaun
manteve o seu, então ela olhou na direção de
Valas. “Sschindylryn”.
Se o batedor teve a intenção de argumentar suprimiu-a rapidamente.
“Como quiser, Senhora”, Valas respondeu.
“Eu vou acompanhá-lo”, Danifae disse, falando para Valas, mas olhando para Quenthel.
“Eu posso me locomover mais rápido sozinho”, argumentou o batedor.
“Nós temos tempo”, disse o prisioneiro de batalha, ainda olhando para Quenthel.
A alta sacerdotisa virou-se lentamente para Danifae. Seus frigidos olhos vermelhos
aqueceram-se enquanto brincavam entre as curvas
da garota. Danifae inclinou-se ligeiramente,
como sempre, tirando de Pharaun um sorriso que
era tão impressionado quanto divertido.
“Sschindylryn…", disse a maga. “Eu passei por lá uma ou duas vezes. Portais,
não? Uma cidade cheia de portais que podem levá-lo
de uma ponta do Subterrâneo à outra… ou para
outro lugar”.
Danifae virou-se para Pharaum e devolveu o sorriso – impressionado e divertido.
“Quanto tempo nós temos?”, Valas perguntou, ainda ignorando a conversa paralela,
mais maliciosa e silenciosa.
Pharaun deu de ombros e disse, “Cinco dias… talvez sete. Eu deveria ter abastecido
a expedição com alimento adequado”.
“Eu posso fazê-lo”, Valas respondeu. “Quase”.
– War of the Spider Queen [A Guerra da Rainha Aranha] de
R.A. Salvatore,
Livro V: Annihilation [Aniquilação], por Philip Athans
Mesmo nas cidades drow, Valas
é o que recolhe as informações, aquele que busca
e colhe novidades e rumores. Através de suas
longas viagens e da impressionante rede de contatos
de Bregan D’aerthe, Valas tem associados espalhados
por todo Subterrâneo, seja drow ou outros.
“Firritz”, disse o batedor, sua voz ecoando.
O velho drow não virou para olhá-lo. Ao invés disso, contou lentamente uma pilha
de moedas de ouro e então escreveu o total em
um pedaço de pergaminho diante de si. Valas
esperou.
Talvez dez minutos tenham se passado, e nesse tempo o gnoll deixou a sala e
retornou três vezes. Toda vez que voltava para
dentro, parecia um pouco mais perplexo. Valas
não movera um músculo.
Finalmente, quando o gnoll deixou a sala novamente, Firritz tirou o olhar da
contagem e olhou de relance para Valas.
“Isso é aproximadamente o quanto você esperava”, disse o velho drow, sua voz
pronta e forçada. ”Agora, o que eu posso fazer
por você?”.
“Lembre-se de que você continua fazendo Bregan D’aerthe esperar”, disse Valas.
“Nao me ameaçe, Valas Hune” disse Firritz. “A reputação de Menzo tornou-se menos
impressionante ultimamente. Anões Cinzentos,
eu ouvi. E você não esta lá para defender a
pátria mãe?”.
“Eu vou até aonde as moedas me levam”, disse o batedor. “Assim como você”.
“E as moedas não levam mais a Menzoberranzan, não é?”.
“O credito de Bregan D’aerthe ainda é bom aqui”, disse Valas. “Eu preciso de
suprimentos”.
“Crédito?”, disse Firritz. “Essa palavra implica que seu mestre deve pagar seu
débito em algum ponto”. Eu tenho o meu negócio,
e mais e mais, ano após ano, não vejo nada para
ele. Talvez as coisas tenham mudado o suficiente
pra que ele não seja mais necessário, não?”.
“Respire fundo”, disse Valas.
O velho drow olhou para ele. Eles ficaram assim durante um tempo, mas finalmente
Firritz aspirou profundamente e depois exauriu
o ar lentamente.
“Isso é o que você vê”, finalizou Valas. “E é necessário que eu arranje alguns
suprimentos”.
– War of the Spider Queen [A Guerra da Rainha Aranha] de
R.A. Salvatore,
Livro V: Annihilation [Aniquilação], por Philip Athans
Valas possui todos as habilidades
naturais de um drow. Ele também possui uma habilidade
de ataque especial que o permite fazer um ataque
de oportunidade contra um oponente que tenha
sido golpeado em combate corpo a corpo por outro
atacante. Isso significa que Valas geralmente
se esconde, deixar Ryld ou alguém desferir o
primeiro golpe, e, então, finaliza com o pobre
idiota.
Valas usa uma variedade de
encantamentos e itens produzidos pelas outras
grandes civilizações drow do Subterrâneo e que
foram reunidas durante seus anos de viagens
e aventuras. Forjados de acordo com princípios
estéticos estrangeiros, estes ornamentos parecem
estranhos e feios para a maioria de seus companheiros
elfos negros, mas a maioria tem poderes mágicos
úteis. Estes itens incluem uma estrela de estanho
com nove pontas que o permite usar porta
dimensional em curtas distancias, um pequeno
ovo de bronze que contém uma versão única da
magia reflexos, uma mão da gloria,
um apito da abertura (um curto tubo de
mithral tão longo quanto seu dedo), uma insígnia
dos svirfneblin (uma pedra fosca cercada
por uma dúzia de pequenas gemas não lapidadas.)
e uma pedra do alarme.
Seus anos evitando problemas
no Subterrâneo permitiram Valas criar uma incrível
habilidade de evasão e camuflagem. Mesmo alguém
com a magia ver o invisível ativada (como
Pharaun) não o veria quando ele quiser ocultar-se.
Ele é tão hábil, que possui uma chance razoável
de esconder-se mesmo correndo ou quando investindo.
Ele não pode esconde-se plenamente se você estiver
olhando diretamente para ele, mas se você desviar
o olhar apenas por um segundo, você não o verá
quando olhar de volta.
Quando trabalhando para você,
Valas Hune é um válido e até mesmo essencial
recurso para jornadas nos reinos impiedosos
do Subterrâneo. Como um inimigo ele e aterrorizante,
impiedoso e invisível.
Leia mais sobre Valas no romance
Annihilation
[Aniquilação] por Philip Athans.

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