James
Lowder, autor de Cavaleiro da Rosa Negra
(Knight of the Black Rose) e vários outros
romances dos Reinos Esquecidos
e Ravenloft, gasta muito de
seu tempo escrevendo histórias ou editando
as de outros. Ele levou algum tempo afastado
de seus projetos e edições para
responder a algumas perguntas.
Wizards of the Coast: Como você
começou como um autor?
James Lowder: Eu decidi que eu seria
um autor no terceiro ano, e daquele ponto eu
reuni histórias e quadrinhos. Como a
maioria dos adolescentes, esses trabalhos eram
dolorosamente ruins. Mas meu otimismo cego e
persistência obstinada eventualmente me
levaram adiante. Meu primeiro trabalho publicado,
um artigo sobre Guerras nas Estrelas,
ocorreu em 1977, no jornal de um programa de
verão que eu participei entre o ensino
fundamental e o ensino médio. Eu passei
a escrever e editar para meu jornal da escola
secundária. Minha primeira ficção
publicada surgiu numa revista literária
na Universidade de Marquette onde eu adquiri
minha graduação superior; o Diário
de Marquette publicou um conto de fantasia
que eu escrevi e dois ou três poemas.
O conto foi reimpresso em uma seleção
"o melhor de" dos jornais de faculdades.
De lá eu fiz algumas vendas profissionais
principalmente para revistas, revisões
de filmes e artigos não ficção.
Meu primeiro romance foi Cruzada (Cruzade),
publicada pela TSR em 1991.
Wizards: Quais são suas principais
influências como autor?
James: Eu tento ler, sempre
que possível, uma boa variedade de assuntos,
ficção e não-ficção.
Você nunca sabe quando essas coisas serão
úteis. Assim que eu comecei o ensaio
de “Espectro da Rosa Negra”
(Spectre of the Black Rose) eu estive lendo
De Re Metallica, uma obra sobre uma
mina medieval. Esta foi a inspiração
de onde o campo de mina de sal para alguns dos
capítulos em Espectro se originaram.
Príncipe das Mentiras (Prince
of lies) reflete algumas das filosofias e teologias
que eu tinha estudado, assim como pesquisas
no submundo criminal Vitoriano e Edwardiano
(Eu sou graduado em Língua Inglesa e
História, com um ensino médio
em Filosofia, e Mestrado em Inglês; não
é muito prático, mas é
uma grande base para se escrever). Eu também
li muita fantasia clássica, horror e
"perdidos" mais antigos, Mervyn Peake,
Jean Ray, Clark Ashton Smith, e assisto muitos
filmes, principalmente coisas que originam fora
da corrente de Hollywood ou fora dos Estados
Unidos completamente. Esses livros e filmes
tiveram um grande impacto em meu mais recente
trabalho, mas eu já posso vê-los
incluídos em Príncipe das
Mentiras (Prince of Lies).
Wizards: Qual é o primeiro livro
que você se lembra ter lido na infância?
James: O Mundo Perdido
de Arthur Conan Doyle. Ainda é um
favorito, faz algum tempo, mas eu o leio de
vez em quando. A influência daquele livro
é muito evidente em O Anel de Inverno
(The Ring of Winter).
Wizards: Quem são seus autores
favoritos hoje?
James: Há um grupo de
romances e autores que eu tendo a voltar continuamente:
Tristram Shandy, Moby Dick, The Crying of
Lot 49, Salinger's Nine Stories, T.S. Eliot's
poetry, Tennyson's Idylls of the King.
Também há Moorcock, Leiber, Ellison,
Tim Powers, James Blaylock, William Hope Hodgson,
Deus Dunsany. . . . Recentemente eu tenho lido
muito Steven Millhauser e Thorne Smith, assim
como a biografia recentemente revisada de Arthur
Lennig de Bela Lugosi. Normalmente é
seguro dizer que algo das pequenas editoras
Midnight House ou Ash-Tree Press esteja em "leituras
atuais", também.
Wizards: O que você faz para manter
o processo criativo fluindo?
James: Eu escuto muita música
e permaneço em meu escritório.
Freqüentemente eu tenho que me forçar
a sentar ao computador para trabalhar. Inspiração
ajuda no esboço da ficção.
Passar as idéias para o papel que é
o trabalho duro para mim.
Wizards: O que ou quem inspirou você
a se tornar um autor e porque você escolheu
a fantasia como o gênero para sua carreira
de escritor?
James: Como eu disse antes,
eu quis ser um escritor desde muito cedo. O
que reluziu originalmente este interesse é
um pouco nebuloso e está perdido em recordações
da escola primária. O que me mantém
interessado em escrever é a plataforma
que isto provê para compartilhar histórias
e criar coisas que nunca existiram antes. Eu
amo livros e a palavra escrita, e eu me leio
diariamente. Divulgar contos que outros leitores
podem desfrutar é maravilhoso. Fantasia
como um gênero, para mim fantasia negra,
é especialmente flexível, o motivo
de eu me manter escrevendo. Originalmente, eu
fui atraído a isto porque muitas das
histórias que eu desfrutei eram fantásticas.
Até mesmo os “romances populares"
que eu listei acima como meus favoritos possuem
elementos fantásticos.
Wizards: Se você pudesse escolher
um personagem ou um mundo para escrever sobre,
que personagem/mundo seria e por que?
James: é duro ter de
escolher apenas um! Uma das coisas que eu mais
gosto sobre escrever é a possibilidade
de explorar muitos personagens e mundos diferentes.
Eu tenho um romance Arturniano conspirado fora
daquilo que eu gostaria de escrever, eu estaria
feliz em escrever mais crônicas sobre
Artus Cimber ou Cyric nos Reinos Esquecidos,
ou continuar certos personagens de Espectro
da Rosa Negra (Spectre of the Black Rose).
Se eu tivesse que escolher apenas um, seria,
provavelmente, o personagem Janus que eu desenvolvi
em vários contos publicados e na Trilogia
de Ebonacht, ainda a ser publicada. Ele é
um personagem realmente flexível. Eu
o usei em colocações tão
diversas quanto Chicago na era proibida, a Regência
Inglesa, e a fantasia negra que eu criei para
a Trilogia de Ebonacht acima mencionado. O primeiro
dos livros de Ebonacht, A Torre Gritante
(The Screaming Tower), está sendo considerado
por uma editora em Nova Iorque, assim eu há
poderei descobrir quantas histórias sobre
Janus eu tenho em mim.
Wizards: O que você mais gosta
sobre escrever ficção em mundos
compartilhados?
James: O senso de comunidade.
Em geral, escrever é uma via razoavelmente
isolada. Trabalho compartilhado, pelo menos
com os Reinos e Ravenloft e os outros mundos
da Wizards, tende a trazê-lo em contato
com outros que trabalham no mundo, tanto na
ficção quanto no design de jogo.
Os fãs são parte desta comunidade,
também. Assim, até mesmo se os
romances e histórias forem ainda compostas
por uma pessoa que senta em frente a um computador,
você não se sente tão isolado
quanto quando você faz outros projetos.
Wizards: Em que projetos você
está trabalhando no momento?
James: Como editor, eu tenho
reunido antologias de vários outros,
inclusive uma trilogia de ficção
sobre zumbis para os Estúdios Éden,
“O Livro de Toda Carne”
(The Book of All Flesh) e um par de antologias
de super-heróis para Guardiãos
da Ordem (Guardians of Order), onde o primeiro
será “O Caminho do Justo”
(Path of the Just). Eu tenho feito algum material
de rpg para a White Wolf e a Chaosium. No último
ano eu crie o script de duas histórias
em quadrinhos para a Moonstone, um no mundo
das trevas da White Wolf, o outro em um mundo
do criador: uma história dos anos 40
alterada onde a magia existe e é altamente
ativa. O próximo surgirá em Monstros
da Pedra Lunar: Demônios (Moonstone
Monsters: Demons), entretanto houve forte interesse
em desenvolver o mundo, chamado “Magia
Suja” (Junk Magic), em uma série
a parte. Em termos de ficção prosaica,
os Estúdios Eden publicaram o romance
de um herói contra mortos vivos, chamado
“A Noite em que Chicago Morreu”
(The Night Chicago Died), em seu suplemento
“Pulp Zombies”; o personagem
Janus, que eu mencionei acima, se apresenta
aqui. Eu tenho contos na antologia de DAW “O
Arrependido” (The Repentant) e na
de Del Rey “Sombras sobre a Rua Baker”
(Shadows Over Baker Street), que é uma
nova coleção de Sherlock Holmes
que envolve o mito de Cthulhu.
O projeto sobre o qual eu sou o mais entusiasmado,
entretanto, é um jogo no universo DemonsWars
de R.A. Salvatore. O Bob tem ampliado o mundo
recentemente, com quadrinhos da CrossGen e uma
expansão para d20 “Avançando”
(Fast Foward), onde o próximo passo será
convidar autores a acrescentar suas próprias
vozes ao mundo. Meu romance, com o título
“Irmandade dos Perdidos”
(Brotherhood of the Lost), será o primeiro
destas "novas vozes" em DemonWars.
Estava lisonjeando em poder contribuir com tal
interessante e inventiva série, e ter
uma chance de trabalhar com Bob que é
um contador de histórias talentoso e
um sujeito agradável a todos. O fato
que os novos livros serão do próprio
autor, ao longo das linhas das séries
Mundo dos Ladrões (Thieves World)
ou Cartas Selvagens (Wild Cards), fez
do projeto fascinante para mim. O lançamento
ainda está sendo fixado, mas eu espero
publicar Irmandade pela CDS no segundo semestre
de 2004.
Wizards: Algum outro pensamento que
você gostaria de compartilhar?
O que eu mais gostaria de agradecer é
aos leitores dos mundos de Forgotten Realms
e Ravenloft, que mantem vários de meus
livros sendo impressos, alguns por mais de uma
década. Tem sido um prazer ser parte
de uma comunidade de escritores e leitores que
fazem destes mundos tão vibrantes.

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