“Cale
considerou aquilo e concordou suavemente. Isto
é apenas o que eu faço, não
quem sou. Ele esperava que fosse verdade”.
– De The Halls of Stormweather
[Os Salões da Tempestade]
Arrancado de um orfanato em
Portão Ocidental por um Máscara
Noturna “refugiado”, Cale estava
afundado até o pescoço no cruel
submundo da guilda de ladrões mais notória
de Portão Ocidental antes do seu décimo
quarto aniversário. Ele se destacou nos
treinamentos da guilda e se distinguiu por possuir
uma lâmina ágil e um intelecto
mais ágil ainda. Somando-se aos assassinatos,
ainda, ele foi designado para “letramento”
– falsificações, mapas,
traduções e coisas do tipo. Após
completar seu treinamento ele trabalhou em uma
célula dos Máscaras Noturnas com
a supervisão de Askaxen, o Cinzento,
e o notório assassino, Jeldis Visiin.
Ele rapidamente ganhou experiência em
extorsão, falsificação
e assassinato. Ele também se tornou perito
em auto-negação. Neste ponto,
ele odiava sua vida, mas já havia se
convencido de que “ele era o que era”.
Ainda, ele tentava preencher o vazio em sua
alma com moedas, tramando em cada trabalho seu
de Máscara Noturna. Isto, claro, não
era aconselhável.
Olhando para trás, talvez Cale quisesse
que sua traição fosse descoberta.
De qualquer forma, quando sua fraude foi descoberta,
ele evitou estreitamente vários grupos
de extermínio dos Máscaras Noturnas
e fugiu de navio para Sembia.
Após desembarcar nas docas de Selgaunt
sem moedas e com perícias em apenas uma
coisa, Cale se deparou com o poder crescente
da cidade – a guilda de ladrões
Adagas Noturnas, chefiado pelo misterioso clérigo
de Mask que se intitula ‘O Justo’.
Em uma tentativa de chantagear os chefes das
famílias mais importantes de Selgaunt,
que são conhecidas como ‘O Velho
Conselho’, o Justo coloca seus agentes
em muitas das casas de membros do Velho Conselho.
Cale ficou encarregado de assassinar o chefe
dos criados da Casa Uskevren (um feito pelo
qual ele sente imenso remorso) e tomar seu lugar.
A situação rapidamente ficou ainda
mais complicada – Cale passou a respeitar
e finalmente amar os Uskevren. Esta era a família
que ele nunca teve e legitimamente, a vida que
nunca tinha conhecido. Ao invés de envolver
os Uskevren, divulgando suas informações
embaraçosas (e existiam muitas destas
na Casa Uskevren), ele os protegia, alimentando
o Justo com informações inócuas,
enquanto ajudava Thamalon Uskevren a frustrar
as conspirações das famílias
rivais. Mas aquele jogo não duraria tanto
tempo.
“Cale assistia com fascinante
horror, enquanto a sombra a apenas poucos metros
acima da multidão posicionou suas garras
sobre o peito arranhado do homem e lentamente
arrancou um pedaço de seu torso. Centímetro
por centímetro, o corpo do homem se partiu
ao meio”.
– De Shadow's Witness
[Testemunha das Sombras]
Em 1371, Cale erroneamente
acreditou que um ataque aos Uskevren foi orquestrado
pel’O Justo. Quando esse ataque resultou
em um ferimento quase fatal para Thazienne Uskevren,
a filha de Thamalon e a mulher pela qual Cale
há muito nutre um amor secreto, Cale
levou a briga para a casa da guilda dos Adagas
Noturnas. Lá ele descobriu a verdadeira
causa do ataque – uma conspiração
do demônio lorde Yrsillar, que tinha possuído
O Justo. No processo de enfrentar mortos-vivos
e demônios, Cale veio a entender que Mask,
o Deus das Sombras, o estava “Chamando”.
Cale derrotou Yrsillar ao responder o Chamado,
mas respondeu relutantemente. A fé o
deixou desconfortável. Servir a um deus
o fez sentir como se estivesse sacrificando
muito de si mesmo.
Com o tempo, Cale ficou mais confortável
(embora não totalmente) com a tensão
entre servir a Mask e a independência
que exigia para ele mesmo. Futuramente, ele
veio a acreditar que seu Chamado deveria ser
um presságio de algo maior e continuou
a servir os Uskevren. Realmente, ele estava
certo, como mostram os eventos de Twilight
Falling [Crepúsculo Cadente].
“Você ainda pode
ser um servo e ser dono de si mesmo, Jack lhe
disse. Cale não estava certo disso”.
– De All the Sinners
Saints [Todos os Santos Pecadores] Dragon
Magazine nº 297
A alma de Cale revolve em
uma mistura de conflitos: seu amor por Thazienne,
complicado por seu conhecimento de que nunca
terá seu coração, sua necessidade
de independência, contrabalançado
pelo seu desejo de pertencer a algo maior do
que ele; seu desejo de deixar seu passado como
assassino para trás, derrotado pelo seu
medo de que sempre será o que foi treinado
para ser; sua disposição para
aceitar Mask, mas sua preocupação
de que Mask esteja apenas o manipulando. Esta
trama interna é unida apenas por dois
princípios centrais: Cale é indiscutivelmente
leal aos seus amigos e família, e é
incontestavelmente cruel com seus inimigos.
“As duas metades da
sua alma jazem lado a lado na cama: fina vestimenta
de um lado e couro surrado do outro. De agora
em diante, Cale jurou, ele apenas usaria o couro,
as roupas que vestem o homem”.
– De Twilight Falling
[Crepúsculo Cadente]
Por toda sua vida, Cale viveu
uma série de mentiras. A maioria delas
ele enterrou profundamente dentro de si mesmo
e não compartilha com ninguém
(até este dia, apenas seu amigo Jak Fleet
e seu rival Drasek Riven sabem que ele veio
aos Uskevren como um peão da guilda dos
ladrões). Ele está começando
a viver sua vida, e a si mesmo, apenas agora
com honestidade. No processo, ele está
começando a se tornar algo como um herói,
o que é mais do que ele jamais havia
sonhado (ou temido) ser possível.
Para saber mais sobre Cale, leia Twilight
Falling de Paul S. Kemp.

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