Em
toda sociedade, não importa como estruturada,
há indivíduos que não se
ajustam a padrões estabelecidos. Desde
sua infância, Liriel Baenre era uma raridade
em Menzoberranzan. A mãe dela, a filha
mais jovem de uma casa drow menos importante,
possuía pouco talento para magia clerical,
mas sua beleza excepcional chamou a atenção
do arquimago Gromph Baenre. Um dos poucos machos
poderosos o bastante para escolher suas próprias
companheiras, Gromph tomou Sosdrielle Vandree
como sua amante. Quando ele descobriu que a
filha nascida desta união tinha o potencial
para magia – um dom raro entre as fêmeas
de Menzoberranzan – ele matou Sosdrielle
para que pudesse reivindicar sua criança
como dele próprio.
Gromph não poupou despesas para treinar
a potencialmente valiosa criança. Quando
atingiu a idade que a maioria das crianças
drow são desmamadas, Liriel foi enviada
para a Casa Shobalar, um clã distinto
por suas magas e sua reputação
como excelentes professoras. Depois da cerimônia
de Sangue, um rito de passagem adolescente,
ela foi afastada da Casa Shobalar e treinada
sob uma série de tutores escolhidos à
mão por Gromph. Nada foi negado a Liriel
– em parte porque Gromph a favoreceu,
e em parte porque ele a ignorou. Com pouca idade
ela já estava vivendo na sua própria
mansão, repleta de criados, uma coleção
de pequenos animais de estimação
exóticos e uma valiosa coleção
de conhecimento e grimórios.
Considerando que Menzoberranzan é tão
fortemente matriarcal, as crianças são
consideradas propriedade exclusiva das suas
mães.
A paternidade raramente é reconhecida
e nunca importante. Por lei e costume, a filha
de Gromph não era tecnicamente uma Baenre,
mas ninguém se sentia encorajado a indicá-lo
ao arquimago. Liriel caiu nas graças
da sociedade drow, e, como resultado, ela desfrutou
um grau incomum de liberdade. Este estado durou
até que ela tivesse quase quarenta anos
– o equivalente drow de uma menina de
cerca de dezessete anos.
Os anos de adolescência de Liriel eram,
para os padrões dos drow, idílicos.
Ela teve um grande círculo de amigos
– que na sociedade dos elfos negros significa
“pessoas com quem você anda até
que tentem te matar” – e uma vida
social ativa. Liriel era enormemente popular
entre os seus, que incluía nobres drow
menos importantes e cidadão ricos. Embora
a isca principal também fosse sua conexão
com a primeira casa de Menzoberranzan, a beleza,
riqueza e vivacidade de Liriel atraiu as pessoas
para si. Sua paixão pela feitiçaria
era igualável a uma curiosidade insaciável
e um amor genuíno por boa companhia.
Além dos seus estudos e das esperadas
indulgências da alta sociedade drow, Liriel
desfrutou a companhia dos seus “inferiores
sociais”. Muito cedo ela começou
a fugir secretamente dos seus guardiães
Shobalar para beber e lançar facas com
mercenários drow. Ela aprendeu a língua
Comum falada por escravos trazidos do mundo
da superfície. Sua curiosidade a conduziu
em aventuras no selvagem Subterrâneo.
Até mesmo lá ela encontrou amigos,
como um insano dragão das profundezas
de duas cabeças. Um próspero comércio
em componentes mágicos, particularmente
escamas de dragão das profundezas, ajudou
aumentar a generosa mesada de Liriel e fundar
seus interesses incomuns.
Tudo isso veio a um abrupto fim depois da morte
da avó de Liriel, a grande Matrona Baenre.
Quando a irmã de Gromph, Triel, se tornou
a matrona da Casa Baenre, ela ordenou que Liriel
fosse para a academia de clérigas, Arach
Tinileth. Pela primeira vez, a liberdade de
Liriel foi reduzida seriamente. Para impedir
que se desgastasse demasiadamente sob estas
restrições – e para lembrar
que ela era primeiramente uma maga – Gromph
lhe deu um livro de feitiços de viagem.
Este livro abriu os olhos de Liriel para uma
possibilidade que ela nunca antes considerou:
se aventurar no mundo da superfície.
Sua única hesitação era
o conhecimento que sua magia drow não
resistiria ao poder cauterizador do sol. Liriel
tinha dedicado quase trinta e cinco anos para
aprender esta Arte. Definiu quem ela era, e
ela não deixaria isto para trás.
Quando ela se encontrou com o Andarilho dos
Ventos, um artefato humano que sugestionava
uma maneira de levar seus poderes do Subterrâneo
à superfície, ela imediatamente
aproveitou a chance.
Começou simples o suficiente: uma princesa
drow mimada, acostumada a ter suas ordens obedecidas
em todas as coisas, buscou escapar das restrições
da sociedade e se permitir um pouco de diversão
proibida. Mas o Andarilho dos Ventos era mais
do que Liriel sabia, e sua indagação
exigiu logo que ela, também, se tornasse
mais do que ela sonhava que pudesse ser.
Confira os romances que estrela Liriel:
Daughter
of the Drow (A Filha do Drow)
Tangled
Webs (Teias Emaranhadas)
Windwalker
(O Andarilho dos Ventos)

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