Os
vilões principais da trilogia Return
of the Archwizards de Troy Denning são
os misteriosos magos de Obscura. Estes magos
possuem uma antiga herança no mundo de
Forgotten Realms que remonta,
há cinco mil anos, ao império
perdido de Netheril, o mais notável império
humano já visto na face do mundo. A história
de Netheril é uma daquelas de descoberta,
exploração e terrível destruição.
As pessoas de Obscura são os sobreviventes
de Netheril que escaparam da catástrofe
que obliterou sua civilização.
A Primeira Era
Precisamente há 5.200 anos atrás,
as terras onde atualmente encontra-se Anauroch
eram exuberantes e verdes, com planícies,
florestas, rios e lagos. Algumas vilas pesqueiras
ao redor de um destes lagos escolheram aliarem-se
para proteção mútua e chamaram
seu novo país de Netheril. Eventualmente
este jovem país expulsou ou eliminou
seus inimigos próximos e dedicou-se a
expansão de suas fronteiras, o que os
colocou em contato com os elfos. Os elfos ensinaram
aos humanos a magia arcana, e os Nethereses
aprenderam-na com incrível aptidão.
Todo cidadão recebeu educação
em magia e aprendeu pelo menos a base para conjurar
feitiços. Aqueles com talento para a
magia, chamados arcanistas, tornaram-se um poderoso
grupo político, secundário apenas
em relação a nobreza, superando
até a classe dos sacerdotes. As pessoas
deste tempo de primitiva magia e aprendizado
chamaram esta época de Primeira Era de
Netheril, porém a educação
das pessoas estava apenas começando.
A Era de Nether
Três centenas de anos após a fundação
de Netheril, um aventureiro conhecido hoje apenas
como Descobridor encontrou as ruínas
de uma antiga civilização não
humanóide. Juntos das ruínas ele
achou uma centena de pergaminhos feitos de ouro
estirado, cada qual contendo a explicação
para magias poderosas, seu aprendizado e seu
uso. Ele carregou estes artefatos (os quais
ele chamou de pergaminhos de nether em homenagem
a sua terra natal) consigo para Netheril, e
lá os dividiu com os arcanistas, que
tornaram seu conteúdo utilizável
por qualquer cidadão. Mais uma vez a
pesquisa mágica elevou-se vertiginosamente
– deste tempo em diante o que a maioria
das criaturas mortais acreditassem seria possível.
Este período, chamado de Era de Nether,
resultou na criação de muitos
novos tipos de itens mágicos e feitiços
inovadores. Durante este tempo os Nethereses
fizeram contato com o reino anão de Delzoun
e, após vários anos de negociações,
eles desenvolveram um lucrativo e pacífico
comércio entre eles.
A Era do Mythallar
Talvez a maior invenção feita
em Netheril foi o mythallar, um dispositivo
mágico que mudaria para sempre a maneira
de viver de todas as pessoas do império
da magia. Criado oito centenas de anos após
a fundação de Netheril, um mythallar
era um cristal de brilho claro com 4,5 m de
diâmetro que servia como uma bateria mágica,
sugando enormes quantidades de poder e enviando-o
ao redor num raio de mil e seiscentos metros.
Dentro deste raio, outros itens mágicos
podiam sugar do poder do mythallar
ao invés de ter que ligar-se a fonte
da magia diretamente, permitindo aos criadores
destes itens fazê-los mais rapidamente,
eficientemente e mais baratos. De repente estes
este itens quase-mágicos (que não
funcionavam distantes do mythallar)
eram tão comuns quanto jóias e
até as pessoas comuns de Netheril tinham
acesso a poderosas e convenientes magias que
pudessem fazer suas vidas mais fáceis.
Com menos trabalho a fazer, os Nethereses voltaram-se
para a arte e a arquitetura para trazer alegria
as suas vidas, criando esculturas voadoras em
metais preciosos e belas construções
com formas estranhas erguiam-se pelo simples
poder da magia.
A mais importante conseqüência da
criação do mythallar
foram as cidades voadoras. Os mais poderosos
arcanistas Nethereses usavam magias para cortar
o pico de uma montanha, virá-lo ao contrário
e afixar um mythalllar no centro de
seu lado plano, usando seu poder para manter
a rocha maciça no ar. Estes arcanistas
então criavam edifícios sobre
estas pedras flutuantes, que tornavam-se cidades
voadoras. Eventualmente poderia se ver mais
de uma dúzia delas no céu e em
uma cidade voadora, o arcanista que a criou
possuía absoluto poder. Estas cidades
voadoras, ou enclaves, eram a manifestação
suprema do poder e da glória de Netheril.
A Era Prateada
Com as grandes cidades escurecendo os céus,
os mais poderosos arcanistas Nethereses –
os arquimagos – começaram a temer
eventualmente que houvesse uma aglomeração
em seu meio e decidiram que outra onda de expansão
era prioridade. Evitando seus uma vez aliados
elfos ao leste e as constantes batalhas com
hordas orc ao norte, eles escolheram expandirem-se
para o ocidente, em direção as
terras dos humanos “bárbaros”
que não praticavam a magia arcana. Os
Nethereses criaram vários postos avançados
bem protegidos ao longo de suas fronteiras com
os bárbaros, o que os permitia espiar
os vizinhos e proteger caravanas de comércio
naquela área. Já que estes postos
não ficavam próximos a um mythallar,
os arcanistas foram forçados a desenvolver
poderosos itens mágicos que funcionassem
fora da influencia de um mythallar,
e alguns destes poderosos itens ainda existem
até hoje. Estes postos foram a fundação
para o que seria a mais gloriosa era de Netheril.
A Era Dourada
Dezesseis centenas de anos após a fundação
de Netheril, muitos arcanistas desenvolviam
magias avançadas para que uma nova cidade
voadora subisse aos céus a cada ano.
Nestas cidades, as pessoas comuns eventualmente
tinham cada vez menos voz sobre o governo e
eram taxadas e forcadas a trabalhar nos projetos
para promover os experimentos do arquimago fundador
da cidade. Alguns arquimagos usavam suas cidades
como área de plataforma contra antigos
rivais ou até como incursões para
outras dimensões (“planos de existência”).
Tudo em uma cidade voadora tornou-se secundário
em relação as buscas por conhecimento
e poder dos arquimagos, e dúzias de enclaves
vagavam pelos céus além das fronteiras
de Netheril.
Durante a Era Dourada, os Nethereses começaram
a se interessar pelas terras habitadas por seus
vizinhos. Eles ensinaram a magia arcana para
as tribos bárbaras, ajudaram-nas a lutar
contra hordas orc e fizeram outras atividades
benignas. Infelizmente muitos destes planos
não funcionaram, com tribos rivais atacando
seus vizinhos utilizadores de magia e arcanistas
chacinados nas mãos de infernais tribos
orc. Neste ínterim, muitos conflitos
interpessoais entre arquimagos rivais e movimentos
rebeldes feitos pelas pessoas comuns de Netheril,
além de muitos arcanistas se aprofundarem
na necromancia para preservar sua existência
tornando-se criaturas mortas-vivas, marcaram
o final desta era e o inicio da última.
A Era Sombria
O evento que marca a última grande era
de Netheril foi o nascimento de Karsus cerca
de 3.100 anos após a nação
ser fundada. Uma criança magicamente
precoce, ele instintivamente lançou seu
primeiro feitiço com dois anos, e aos
22 tornou-se o arcanista mais novo a criar uma
cidade voadora. Presenteado com a magia, mas
desprovido da disciplina necessária que
surge com o trabalho duro e a pesquisa, ele
fundou uma escola de magia em seu enclave e
encorajou a presença de pensadores radicais
e daqueles interessados em tabus. Um de seus
estudantes, agora conhecido somente como Lorde
Sombra, escreveu um tratado sobre a exploração
de outros planos, como o Plano das Sombras,
o que arrecadou criticas iniciais mas foi eventualmente
aceito como a chave para uma definitiva fonte
de criaturas-sombra como trabalhadores escravos
e também como terreno para lixo indesejado.
Um não-arcanista conquistou um nome para
si durante este período: Olostin, um
pária e simpatizante dos oprimidos não-humanos
que eram alvos constantes das batalhas Nethereses
e de experimentos mágicos. Foi Olostin
que primeiro encontrou as estranhas criaturas
mágicas do subterrâneo conhecidas
como os phaerimms. Em seu primeiro encontro
com as estranhas, dentadas criaturas de quatro
braços, ele soube que alguma magia na
superfície estava matando os jovens phaerimms
e causando a morte dos idosos antes do tempo.
Olostin o falou sobre a perdulária e
decadente magia de Netheril. Em agradecimento
pela informação, a criatura lhe
deu um poderoso item mágico e o indicou
uma fortaleza aonde ele estaria seguro da influencia
de Netheril. Olostin eventualmente conquistou
seguidores e construiu uma reputação
como um implacável assassino de Nethereses,
tendo matado mais de vinte oito mil seres em
toda sua vida. Um poderoso arcanista eventualmente
o matou, mas a informação que
Olostin deu ao phaerimm havia plantado as sementes
para a queda de Netheril.
Os phaerimms desenvolveram poderosos feitiços
para drenar magia da superfície, esperando
cortar a fonte do poder Netherese. Infelizmente,
os feitiços também drenavam energia
vital da superfície, criando locais de
estéreis terras desérticas. Os
Nethereses evitaram os desertos movendo suas
cidades voadoras, mas como o dano seguia os
enclaves, eles imaginaram que algo não
natural estava acontecendo. A magia dos phaerimms
também interferia no funcionamento dos
mythallares, fazendo com que os itens quase-mágicos
falhassem mas (felizmente) ainda mantendo os
enclaves no ar. Os arcanistas tentaram atacar
os phaerimms, mas eles tinham dificuldades em
rastreá-los com magia e não podiam
discernir a localização de seus
lares subterrâneos. Quanto mais efeitos
mágicos falhavam nos enclaves, mais arquimagos
fugiam para outras partes do mundo, alguns fundando
cidades normais no solo e outros escondendo-se.
As pessoas comuns entraram em pânico e
mais arcanistas e arquimagos fugiram, e Karsus
temeu que uma revolta poderia destruir seu povo.
Colocando em seus ombros a responsabilidade
de preservar suas civilização,
Karsus finalizou a criação de
um feitiço que estava desenvolvendo há
anos. Esta magia deveria roubar o poder de um
deus e transferi-lo para o arquimago que a lançou.
Karsus acreditava que com o poder de uma divindade
a sua disposição ele poderia destruir
os phaerimms e unir seu povo. Karsus lançou
o feitiço no ano de 3.520 de Netheril
(há apenas 1.700 anos atrás) e
escolheu Mystryl, a deusa da magia, como seu
alvo, sabendo que ela era a mais poderosa divindade
e a escolha mais apropriada para seus propósitos.
Seu feitiço funcionou perfeitamente bem
e Karsus ganhou o poder sobre toda a magia.
Infelizmente, sua escolha foi um terrível
engano, pois uma das responsabilidades da deusa
da magia era regular o fluxo de magia para e
de todos os seres, feitiços e itens mágicos
no mundo. Faltando-lhe a experiência para
fazê-lo, a magia surgiu e oscilou. Com
sua ultima sobra de poder, Mystryl sacrificou-se
para bloquear o acesso de Karsus à trama,
fazendo com que toda magia falhasse. As cidade
voadoras de Netheril mergulharam em direção
a terra. O corte da ligação também
matou Karsus e o transformou em pedra, a ultima
coisa que ele viu foi toda sua civilização
sendo destruída graças as suas
ações.
O sacrifício de Mystryl salvou a magia
de ser completamente destruída, e ela
renasceu poucos momentos depois como Mystra,
uma nova divindade. Seu renascimento fez com
que a magia funcionasse novamente, e as três
mais altas cidades voadoras de Netheril pousaram
em segurança no solo. Mystra mudou a
leis da magia para que terríveis feitiços
como estes nunca pudessem ser conjurados. Netheril
estava destruída, suas terras eram agora
desertos e seu povo foi forçado a reaprender
como usar a magia. Eventualmente o deserto em
expansão engoliu as três cidades
sobreviventes, terminando o legado de Netheril.
Ou assim se pensou.
A Cidade das Sombras
Lorde Sombra viu o Plano das Sombras como mais
do que uma fonte de escravos e um local para
colocar coisas indesejadas. Ele amava o estranho
reino, era sensível a sua magia e às
coisas que poderia aprender de suas estranhas
energias. Com o passar do tempo ele desenvolveu
maneiras de transportar mais e mais material
para o Plano das Sombras, e estava preparando
o teste para um experimento onde ele poderia
transportar todo seu enclave para lá
e novamente para cá. Poucos dias antes
do feitiço devastador de Karsus, ele
informou os habitantes de seu enclave que deveriam
preparar-se para o experimento. Ele lançou
seu feitiço na véspera da conjuração
de Karsus, e estava satisfeito em saber que
sua cidade e seus moradores não sofreram
efeitos adoecedores pela viajem. Estava surpreso
em descobrir que ele não podia transportá-los
de volta imediatamente. (Sem que ele soubesse,
a deusa da magia havia morrido e estava retrabalhando
as leis da magia no momento, o que deixou o
transporte interdimensional inutilizável).
Quando retornaram algumas semanas depois, eles
não encontraram nada além de ruínas
e os mortos.
As pessoas de Obscura estavam horrorizadas e
choraram por vingança, presumindo que
os phaerimms tinham causado esta destruição.
Lorde Sombra ressentiu-se, mas sabia que uma
cidade flutuante não era páreo
para o poder dos phaerimms, então ele
jurou que algum dia sua cidade iria retornar,
vingaria os Nethereses, e recriaria o velho
império em sua antiga glória.
Ele então transportou a cidade novamente
ao Plano das Sombras, aonde (graças a
circunstâncias imprevisíveis) ela
permaneceu por séculos e retornou apenas
recentemente.
A maioria das pessoas de Obscura são
humanos normais como aqueles que viveram em
Netheril milhares de anos atrás. Eles
são mortais e descendem dos habitantes
originais da cidade de séculos atrás.
Um pequeno número – apenas 500
ou algo assim – aprenderam como fundir
suas corpos com a energia do Plano das Sombras,
tornando-se os seres conhecidos como vultos.
Estes vultos são líderes da cidade
e os arquitetos de seu plano nos Reinos
Esquecidos. Vultos, nas sombras ou
na escuridão são mais poderosos
do que humanos normais e podem recuperar-se
de ferimentos mortais, tornar-se invisíveis,
ver em absoluta escuridão e evitar ataques
mágicos. O povo de Obscura está
planejando tornar o mundo deles novamente, e
possuem o poder para realizar seus desejos.
Saiba mais sobre a série Return of
the Archwizards (Retorno dos Arquimagos)
e outros livros relacionados:
- The
Summoning (A Invocação),
Livro I.
- The
Siege (O Cerco), Livro II.
- The
Sorcerer (O Feiticeiro), Livro III.
- Realms
of Shadow (Reinos das Sombras), uma
antologia de histórias curtas.

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