
R.A. Salvatore
e sua mulher, Diane |
Quando o mais novo romance
dos Reinos Esquecidos de R. A. Salvatores,
The Thousand Orcs (ainda sem tradução
para o português), chegou às livrarias,
este primeiro livro da The Hunter´s Blade
Trilogy levou os fãs do personagem clássico
de Savatore, Drizzt Do´Urden, para outra
fantástica aventura. Começando
com a chegada da notícia que Bruenor
deve retornar ao Salão de Mithral para
"retomar o manto da liderança"
dada a morte do Rei Gandalug Martelo de Batalha,
The Thousand Orcs coloca Drizzt, Bruenor,
Catti-brie, Wulfgar e o resto do impressionante
leque de personagens de Salvatore a caminho
da guerra contra o rei orc, Obould Muitas Flechas,
que tem muitas ambições para si.
Novos vilões irão surgir, grandes
batalhas serão travadas, heróis
cairão e mesmo após cinqüenta
livros sobre o elfo drow e seus companheiros,
Salvatore não o faria de qualquer outra
maneira.
"Os últimos quatro livros - a série
Path of Darkness - são realmente eu introduzindo
a mim mesmo para os personagens mais do que
qualquer outra coisa", explica Salvatore.
Ele prontamente reconhece que havia momentos
em que ele necessitava dar um tempo de Drizzt
- uma necessidade surgida de sua certeza de
que ele nunca seria levado a sério como
um autor de fantasia graças a seus romances
num mundo dividido, apesar de seu sucesso financeiro
e para com os leitores e críticos. Sua
resposta para esta autocrítica foi escrever
a serie Demomwars, o ultimo livro do qual (Immortalis)
chegou em Maio de 2003; ele terminou de escrever
o livro em Agosto de 2002. ("A maneira
que eu me senti quando terminei aquele livro
foi indescritível. A única analogia
que eu posso fazer é que me senti da
mesma maneira quando terminei de ler O Senhor
dos Anéis"). Os livros da Demonwars
culminaram com uma oportunidade dele refletir
sobre sua carreira, seus objetivos pessoais
e sua base de fãs, dando a ele o incentivo
para ir mais a fundo nos livros de Drizzt. "Havia
duas coisas que eu precisava completar na série
Path of Darkness", ele diz. "Primeiramente,
eu teria que separar Entreri e Jarlaxle um do
outro para que eles pudessem ter sua própria
série longe de Drizzt. Eu queria ver
quem era Entreri distante de Drizzt. E eu teria
que realmente torturar Wulfgar, trazê-lo
de volta através de uma longa e dolorosa
jornada. Eu não queria fazer isto rapidamente;
dois dos livros realmente mostraram o que teria
acontecido a ele nos seis anos anteriores".
No livro final da Path of Darkness,
Sea of Swords, Salvatore sentiu que havia
amarrado todos os finais perdidos, porém
"algo aconteceu deixando uma cicatriz permanente
em Drizzt, e quando você ver o que acontece
em The Thousand Orcs, o Drizzt no final
deste novo trabalho é mais parecido com
o Drizzt de A Estilha de Cristal... apenas
louco, realmente louco". Na realidade,
explica Salvatore, o novo caminho que ele colocou
o drow deixa Drizzt imaginando se a introspecção
do elfo, os discernimentos que ele criou para
si e todas suas justificativas para o mundo
como um todo, são apenas "tagarelices
inúteis".
"Você verá um Drizzt muito
diferente nos próximos dois livros",
ele tanto promete... e alerta.
Para Salvatore, tem sido um caminho desafiador
trazer Drizzt e companhia durante todo o percurso
desde da Trilogia do Vale do Vento Gélido
em 1988 para estas ultimas series de livros;
neste meio tempo, a base de fãs cresceu
para tal nível que cada novo livro de
Drizzt é tanto uma capa dura quanto um
bestseller do New York Times. Mas o sucesso
apenas vem através da perseverança
e foco, como Salvatore aprendeu enquanto considerava
a morte - e subseqüente ressurreição
- do bárbaro Wulfgar.
"Eu estava sempre em cima do muro sobre
em que ponto este cara deveria voltar, e as
cartas apontavam cinqüenta a cinqüenta"
ele admite. "O catalisador para fazê-lo
foi em primeiro lugar a grande briga que tive
com a TSR - eles iam contratar outra pessoa
para escrever os livros de Drizzt com Wulfgar
de volta, e eu sabia que se eu não o
fizesse, alguém o faria. Eu sabia que
se eu o trouxesse de volta, isto chatearia algumas
pessoas; se eu não o trouxesse de volta,
isto chatearia algumas outras pessoas".
Quando a TSR tornou-se parte da Wizards of the
Coast e a relação de Salvatore
com o editor mudou para melhor, ele encontrou-se
considerando as ramificações do
arco de histórias que ele havia estabelecido
para Wulfgar e como aquele arco foi forçado
a jogar a si mesmo para fora. "Eu o trouxe
de volta após seis anos de torturas no
Abismo. Se eu não der a ele algumas cicatrizes
- emocionais, não necessariamente físicas
- não seria realista. E isto é
difícil de se escrever para pessoas lendo
um livro de fantasia. Existe todo um grupo de
fãs que não esperam isto de um
livro de Drizzt. Eles esperam cimitarras rodopiando
e criaturas morrendo. Eles querem aventuras
limpas, rápidas e evasivas, e isto é
o que Drizzt tem sempre sido, porém quando
eu sou forçado a fazer algo um pouco
diferente com uma série, existem pessoas
que não querem me acompanhar. Eu posso
aceitar isto. Eu ainda irei fazer isto à
maneira que eu acho que deve ser feita".
No final, Salvatore reconhece que Spine of
the World, o livro da Path of Darkness
que destaca a transformação de
Wulfgar, está provavelmente no topo das
listas dos fãs dos livros favoritos de
Drizzt.
The Thousand Orcs, no entanto, está
fadado a dar alto valor a estas listas teóricas.
Ao reler o livro para começar a escrever
a seqüência, The Lone Drow,
Salvatore está satisfeito com como a
nova trilogia se inicia. "É a primeira
vez que um livro de Drizzt desenvolveu várias
diferentes linhas de histórias, sem agrupá-las",
ele nota. "The Thousand Orcs não
se agrupa no final - existe um numero de pendências,
então eu tenho muito trabalho".
Na verdade, ele sabe exatamente como a trilogia
iria se desenrolar em 2004 com The Two Swords,
e embora ele não dissesse nada em especifico,
ele prometeu que "esta serie iria abrir
mais possibilidades para Drizzt do que fechar
portas".
Uma porta que foi aberta por algum tempo é
o rumor vigente que a Fireworks Entertainment,
produtora do sucesso sci-fi Andrômeda,
comprou os direitos para uma série de
televisão baseada nos Reinos Esquecidos.
Logo atrás disto vieram sussurros de
uma minissérie de um Elfo Negro ou um
longa metragem. E se fosse dada a oportunidade
a Salvatore de escolher quem interpretaria alguns
de seus principais personagens? "Há
dois anos atrás, eu teria dito Antonio
Banderas como Drizzt", comenta. "Eu
não sei se ele ainda se encaixa no papel,
mas a maneira que ele se moveu e atuou em A
Máscara do Zorro foi, na minha opinião,
como Drizzt da Estilha de Cristal".
Escolher Bruenor pode ser um pouco mais desafiador.
"Vin Diesel encolhido por computor",
sugere Salvatore.
Salvatore é um bom esportista quando
joga tais jogos hipotéticos, em parte
porque ele é extremamente ligado na realidade
do negócio que ele está dentro.
Ele sabe melhor do que lê quadros de mensagens
que revisam seu trabalho mais uma vez - "a
razão pela qual eu não faço
isso é para minha própria sanidade",
ele nota, apontando que autores terminam sendo
atormentados constantemente entre a imprensa
que os presa como grandes autores e aqueles
que os abominam como autores ruins. E enquanto
assistia o número de seus livros capa-dura
de Drizzt dobrando e triplicando com os anos,
ele tornou-se esperto o suficiente para saber
que listas como a do The New York Times,
não necessariamente dizem a ele muito
sobre os dólares e centavos de seu sucesso.
"No final, eu pego meus balancetes de royalties
para saber como andam as vendas", ele diz
brincando. Quando A Estilha de Cristal
foi pela primeira vez publicado quatorze anos
atrás, sua percepção era
muito diferente - ele imaginou o mundo mudando
de repente. Mas após dirigir sua Mercedes
de doze anos de idade que "fazia barulho
como um caminhão Mack", até
a livraria local para ver seu romance na prateleira,
nada mais realmente mudou. Na verdade, até
hoje, ele ainda dirige a mesma Mercedes e ela
ainda soa como um caminhão. "Após
o lançamento do livro", relembra,
"eu ainda tinha outros problemas e tinha
crianças pequenas na época, que
tinham fraldas que precisavam ser trocadas.
Eu ainda trabalhava o dia todo - e foi assim
por anos depois que eu comecei a publicar. Você
tem que; Você não ganha muito dinheiro
no começo como você pensa que vai
ganhar. Assim, você aprende a manter tudo
em perspectiva".
Ele também reconhece que, quanto mais
ele deseja que os fãs o acompanhem de
uma serie para outra, muitos preferem aquilo
que já conhecem. "As pessoas têm
expectativas quanto aos livros de Drizzt",
ele afirma. "Então eu dou um tempo
e faço algo como Demonwars. Eu digo às
pessoas com entusiasmo que este é meu
melhor trabalho, uma grande série, uma
importante série. Mas as pessoas gostam
de Drizzt; é difícil para eu romper
com os leitores de Drizzt. As pessoas têm
expectativas de um autor. Na verdade, eu não
acho que Star Wars: Vector Prime ou O
Ataque dos Clones sejam tão diferentes
de um livro de Drizzt em termos de ritmo. Eu
costumava dizer inequivocamente que a série
Demonwars é meu melhor trabalho; eu ainda
acho que Mortalis é o melhor livro
que já fiz pois eu dei muito de mim naquele
livro. Mas quando tudo for dito e feito, eu
não vou ser conhecido como o cara que
matou Chewbacca em Vector Prime, e eu
não serei conhecido como o cara que criou
Corona, e eu não serei conhecido como
o cara que produziu a encenação
de Star Wars Episódio II. As pessoas
que lembrarem de mim vão lembrar como:
o cara que criou Drizzt Do´Urden. E eu
não tenho nenhum remorso disto. Muitos
autores desejam ter isto".
Em apoio ao ultimo livro de Drizzt, Salvatore
fará uma turnê de autógrafos
por oito cidades dos E.U.A, mas para aqueles
que não podem encontrar o autor em pessoa,
dêem uma olhada em sua página
na internet. Lá, os fans podem encomendar
livros autografados ou personalizados capa-dura
de The Thousand Orcs por cerca de trinta
dólares, através de um sistema
único de cadastro virtual patenteado
pelo próprio Salvatore. Leva algum tempo
para os fãs receberem seus livros - não
é Salvatore realmente que cuida e atualiza
este site ("Eu mantenho meu webmaster em
contato com meu publicitário para que
ele possa ter acesso a cópias previamente
e outras informações promocionais
como, onde eu estarei em turnê, coisas
como isto"), e tornar o livro autografado
e enviado requer sincronia entre autor e webmaster,
principalmente pela natureza das turnês
de Salvatore e prazos de entrega dos livros
- mas vale a pena esperar. Além do cadastro
virtual o site oferece resenhas, salas de bate
papo, quadro de mensagens, entrevistas e hospeda
outros materiais de apoio ao impressionante
montante de trabalho de Salvatore. Leitores
podem descobrir alguns dos hábitos de
leitura de Salvatore (ele é fã
de James Joyce, no entanto ele acrescenta que
sente-se bem lendo livros de Shannara de Terry
Brooks, relendo Tolkien, Michael Moorcock ou
Fritz Lieber, se e quando tem chance de ler)
e aprender mais sobre sua cartas e manuscritos
que foram doados para o colégio onde
ele foi educado, Colégio Estadual de
Fitchburg em Fitchburg, Massachusetts. Você
pode descobrir algumas coisas mais pessoais
- o fato de que ele tem um gato malhado chamado
Guenhwyvar pode não alterar suas perspectivas
sobre seu trabalho, mas é algo trivialmente
engraçado. Talvez mais comprometidos,
fãs podem perguntar questões específicas
sobre Salvatore e ver sua resposta para algumas
intrigantes perguntas sobre seu trabalho e considerações
nos negócios. E é claro, lá
existe grande quantidade de informação
sobre Drizzt, tanto do passado como do presente.
Então quais as novidades sobre o futuro
de Drizzt? Quando o primeiro livro da Hunter´s
Blade Trilogy chegou às lojas em Outubro
de 2003, parte destas questões foi respondida.
Já para o livro seguinte, o The Thousand
Orcs - que culmina em uma batalha sangrenta
que deixou os fãs espantados e paralisados
por muito tempo - Salvatore previu um caminho
negro. "Drizzt vai precisou ser resgatado",
ele deu a dica, "emocionalmente e fisicamente,
porém mais emocionalmente. Drizzt estava
em apuros - grandes apuros".

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