Introdução
Estou contente com o modo como As Fronteiras
Prateadas se revelou. Jason Carl fez grandes
coisas interessantes, e Rich Baker fez trabalho
de escrevente, tricotando tudo e preenchendo
todos os espaços entre os desenhos. O
resultado é tanto útil quanto
"delicioso". Nenhum livro ainda (e
certamente nenhum livro de jogo!) já
teve espaço bastante entre suas capas.
Para apertar tudo naquela "delícia",
nós tivemos que omitir muitas aparas.
O que se segue não é algo que
foi cortado do livro. Ao invés disso,
é algo novo (ou melhor, adaptado de algumas
de minhas notas antigas de Conhecimento dos
Reinos) que foi escrito para endereçar
um comentário para um Mestre que queira
fixar sua campanha na Gema do Norte. Ao ler
As Fronteiras Prateadas, ela disse, "eu
sinto como se tivesse lido um panfleto turístico
sobre Washington, D.C. Eu sei um pouco sobre
muitos edifícios cívicos importantes
mas se eu for morar lá, não sei
onde eu vou comprar meu leite!".
Bom argumento! (resposta rápida: o Mercado,
de um de balde tirado de cabras ou vacas que
estejam lá para este propósito.
Duas moedas de cobre por jarro, metade disso
para uma caneca, mas traga seu próprio
recipiente).
Assim, para aquele Mestre e para os muitos fãs
que queiram ver mais de Lua Argêntea,
aqui está uma pequena porção
das aparas

Meu Pedaço
de Lua Argêntea
Um afinador de harpas eu sou. Um fabricante
de cordas, para falar verdade. Nem de finos
fios de metal nem da estranheza mágica
que os elfos realizam, mas do modo antigo. Nas
terras selvagens, eu cacei e fiz armadilhas
nos dias que já passaram, não
para conseguir carne e peles, mas para conseguir
o pelo da juba dos rothé e dos cavalos
selvagens, e o intestino de wyverns e dragões
de fogo, para fazer as melhores magicamente
melhoradas. Eu esculpo as melhores flautas em
osso de wyvern também.
Assim, dado o pomposo estado
de grandeza pessoal, por que vocês nunca ouviram
falar de mim? Bem, eu não nasci para cidades
- todo o fedor e aglomeração e barulho e desagrado
e ladrões, com tantas pessoas ávidas confinadas
juntas como porcos em um matadouro. Não para
mim. Eu caminho com minha própria sombra e fico
feliz.
Mas Lua Argêntea… sim, o Grande País Prateado
é diferente. Lá eu vou com prazer, ver as pessoas
e saber que não estou sozinho em meu amor à
música e sua beleza, e não a única besta que
tem pensamentos amáveis nesta terra fria e arranhada
de rochas e árvores sem fim e ventos que sopram.
Deixe-me levá-lo à minha Lua Argêntea.
Não os grandes salões e torres e guardas em
armaduras brilhantes que você ouve dos outros,
preste atenção. Eu lhes contarei sobre as pequenas
calçadas em que ando, e as pessoas que eu conheço,
e tudo o que isso cheira e se parece, e os contos
que eles contam.
Como a maioria das pessoas selvagens, eu tenho
meus lugares favoritos, e também ruas inteiras
das quais eu nunca me aproximo, assim outros
podem contar coisas diferentes sobre a Gema
do Norte. O que vou cuspir na sua direção é
a minha pequena fatia desta grande cidade.
Portão dos Caçadores
Nós começamos por onde eu sempre começo: deslizando
para dentro através do Portão dos Caçadores,
com um aceno para os guardas que me conhecem
e uma pausa paciente antes do "Posto de Vigia"
que os flanqueia. Este Posto é mais do que uma
pequena cabana de madeira que contém uma mago
em serviço que olha através de uma gema da
visão para ter certeza de que todos que
entram são o que parecem ser. Ninguém se apressa
ou corre aqui, porque ele tem uma varinha
de imobilizar pessoas e sabe-se mais o que
- e os guardas são veteranos Cavaleiros em Prata,
e a maioria deles pode manusear lâminas rápida
e seguramente, não como os soldados gordos e
suados de Athkatla e tipos assim, que rosnam
e balançam sua alabardas, mas não podem correr
mais rápido do que uma lesma com pressa.
A pé, não há nenhuma taxa para entrar em Lua
Argêntea, e você não verá nenhum cidadão conhecido
ou guarda montado pagando, ou que tenham pelo
menos uma carroça ou carruagem. Uma carroça
vazia custa 1 PC (exceto recipientes vazios,
lonas e cordas) e 4 PC se carregada (não importa
quão pequena seja a carga), e visitantes montados,
carregados em carruagens ou dentro de carroças
custam é 1 PC por cabeça. Se você apear bem
longe da vista dos portões e conduzir a besta
de carga, sua entrada será gratuita - mas não
se os guardas verem uma sela debaixo de todas
as bolsas e cordas que você organizou artisticamente
sobre o velho Casco de Trovão.
Tentando trapacear os guardas fazendo-os pensar
que é um Argenteano, certo? Bem, tenha certeza
de chamar esta entrada de "Portão do Arco",
como em flecha, ou se você realmente está tentando
posar como alguém de sangue Argenteano, este
é o "Portão do Espadachim", depois do aventureiro
que morreu guardando a entrada quebrada do portão
contra quarenta orcs numa noite fria há sessenta
invernos atrás. Ou então o conto se vai.
Se precavia, entretanto: Os guardas vêem muitas
pessoas que tentam passar despercebidas para
o Mercado com bens para vender e estão observando
falsos "cidadãos" ou pessoas que deixam seus
amigos e uma carroça na floresta e marcham para
vários portões trazendo sacos de mercadorias
de cada vez. Pague o "ponto" (como a moeda de
cobre é chamada por aqui; uma moeda de prata
é uma "cabeça brilhante" e uma peça de ouro
é um "vislumbre" ou "um pequeno sol" se você
estiver se sentindo todo formal e bárdico -
e eu ouço o Banco Sul e as principais pessoas
que moram a leste do Mercado terem seus próprios
nomes bonitos para as moedas, também) e apenas
entre sem qualquer preocupação.
Você pode ter que pagar para entrar se for realmente
um cidadão e não trouxer um meio de transporte,
mas seja advertido: Os guardas o segurarão até
que um segundo mago possa ser trazido para investigar
sua mente… e realmente quer isso? Tem
algum segredo que você se importe de toda Faerûn
saber? Nesse caso, você deve ser justo ao longo
se sua vida para ser um deus, ou talvez os deuses
devam dinheiro a você - e de qualquer
modo, você não precisa perder tempo me escutando!
Porém, todo o resto de nós seria mais sábio
se apenas entregássemos uma moeda, enviássemos
um gracejo gentil com um bom cumprimento e passássemos
sem dizer nada.
O Que Faz as Carroças Rangerem
Outra coisa: Qualquer um pode pensar em carroças
estrangeiras trazendo comida e bens de longe
para o Mercado nos meses sem neve, mas quantos
de vocês alguma vez viram carroças nos portões
de qualquer cidade e viram seus ciclos de tráfego?
Bem, no Portão dos Caçadores, pense nisto: Carroças
entram não apenas vindas de longe, mas também
das vizinhanças. Esses vindas das florestas
trazem peles curtidas, peles frescas e três
tipos de madeira: lenha, madeira para construção
e madeira para ser esculpida. Eles levam de
volta bens extravagantes, ferramentas, facas,
roupas, mapas, rodas de carroça, trenós e arreios.
Aquelas vindas das fazendas trazem feno, verduras
e legumes de mesa - e levam de volta esterco,
arreios, roupas e às vezes roupas limpas das
lavanderias.
Algumas carroças de comércio das Fronteiras
norte e leste trazem barras de metal trabalhado,
pedras preciosas e às vezes carvão para Lua
Argêntea, e eles trazem de volta todos os tipos
de bens manufaturados dos artesãos da cidade
e de comerciantes estrangeiros que vieram ao
Mercado. Ah, e se você for muito velho ou fraco
para cavalgar ou andar e manejar espadas para
se defender, todas estas carroças o levarão
como passageiro, também -não salte e se atire
muito suavemente em nenhuma, as passagens podem
ser caras. Até mesmo para Quaervarr ou Everlund,
a tarifa custa tipicamente 2 a 4 moedas de ouro,
dependendo de sua habilidade para pechinchar
(e um mínimo de 4 a 8 se você possuir um baú
ou bolsa que você necessite carregar).
Hollowhar
Uma vez dentro do portão, eu me volto para o
canto oeste, não diretamente ao longo do interior
dos muros onde as carroças de esterco rangem
e os Cavaleiros em Prata, mas acima da estreita
travessa pavimentada que vai para sudoeste da
Vigília Oeste. Mais propriamente, é chamada
de Torre da Vigília Oeste; esta é o mais ocidental
das duas torres do portão. Esta é aquela que
possui todas aquelas bandeiras de verdes e douradas
penduradas para esconder os guarda se lavando,
atrás (e por que esconder as calças? Talvez
seja porque muito desses tagarelas altos e guerreiros
severos gostem de usar roupas de baixo de seda,
entretanto possa ser que eles tenham um cuidado
pela modéstia e discrição. Eu nunca perguntei).
Você deve saber, as bandeiras comemoram batalhas
- e por que eles lembram algumas e não todas
as batalhas é um dos grandes mistérios de Lua
Argêntea. Do topo ao fundo, da mais velha à
mais nova, as batalhas são como se seguem: Racha
Crânios (uma rixa de inverno contra os orcs
da Presa de Granito) em 614 CV; o Campo de Fogo
(uma derrota dos mesmos orcs graças às magias
do velho Truesilver) em 628 CV; A Ponte de Thadanthiir
(em que os orcs invadiram a própria cidade mas
retrocederam) em 631 CV; Presa Quebrada (uma
grande vitória sobre os orcs) em 634 CV; Queda
do Lobo (a Senhora Lobo derrota uma horda de
orcs) em 882 CV; a Queda dos Crânios (na qual
a Alta Senhora dos Harpistas, Alustriel, nos
ajudou a derrotar outra horda de orcs) em 1235
CV; Ossos Ambulantes (derrota de uma horda de
mortos-vivos) em 1272 CV; e o Triunfo do Luar
(os heróicos mercenários Homen do Luar derrotam
uma horda de orcs) em 1343 CV.
Voltando para a travessa da qual eu falava.
É chamada de Travessa dos Catadores de Nozes,
e não é extensa: ao redor de uma curva suave
até um local de debate com um cruzamento cheio
e grande, a Rua Lavarpard, que é densamente
plantada com a grama macia e parecida com musgo
conhecida como haethindel, ou algo assim. Nada
a desgasta, e ela parece como a seda mais macia
sob os pés. Sim, você pode comê-la isto, mas…
ho, amarga! Tão amarga quanto o beijo de um
orc em uma tempestade de granizo! (Urrhmph.
Não pergunte).
Ah, mas eu posso falar de forma bela quando
a fantasia me leva: a corrida curta e curvada
da Travessa dos Catadores de Nozes vê a sempre
curta Rua Bosque Druin se ramificar, para o
oeste (encurvar seu próprio caminho para o norte
e oeste, para o Caminho da Muralha). Catadores
de Nozes e Bosque Druin são o coração da minha
fatia de Lua Argêntea - um pequeno canto da
cidade chamado "Hollowhar" por razões que eu
nunca soube com certeza, mas que provavelmente
tem a ver com uma família antiga que se assentou
e construiu aqui, apenas para desaparecer a
muito tempo e deixar para trás apenas seu nome.
Mais de uma realização do muitos podem reivindicar,
eu suponho.
Então aqui estamos nós. Não um canto fascinante
da Gema do Norte, preste atenção, mas um canto
útil.
Uma Olhada Adiante
Eu conheço o melhor de Hollowhar, e isso é tudo
do que falarei aqui. Eu posso dizer que o próximo
bairro (sul de Lavarpard) é localmente conhecido
como Torre do Falcão, depois de uma mansão distinta
uma vez possuída por um falcoeiro. Ele está
há muito tempo em sua sepultura, mas o lugar
ainda está em pé. Eu não estou falando de nomes
oficiais em mapas, note, ou qualquer coisa maior
que algumas ruas - ruas que na Torre do Falcão
hoje abrigam trapaceiros, bardos, escribas,
guias e aventureiro para se contratar.
Os melhores silos secos da cidade (devido estarem
mais distantes do alcance de inundação do Rauvin)
são as mais ao leste de Hollowhar, cruzando
"o Funil" (a garganta norte do Mercado, na direção
do Portão dos Caçadores e alargando-se ao caos
real das baias e currais mais próximos do rio).
Esses silos-porões são cavados fora de pedra
sólida e é a bem guardada coluna vertebral da
cidade, contendo comida suficiente para nos
manter por todo o severo inverno e um verão
sem colheitas a seguir.
O resto de nós tem que sobreviver com silos
menores. Na extremidade oeste de Hollowhar fica
o mais velho e mais frágil distrito de armazéns
de Lua Argêntea. Embora ele tenha seus porões,
todos são coroados por enormes e velhos barracões
de armazenamento feitos de pedra ao nível da
rua, dando lugar para a madeira nos níveis superiores.
Alguns desses celeiros foram construídos ao
redor das sobras de velhas mansões com torres
que ainda podem ser vistas ainda empurrando-se
para fora dos cantos. Estas poucas ruas são
conhecidas como Silos de Madeira, por razões
óbvias. Embora a maioria dos armazéns ainda
sirva para armazenamento, cada vez mais eles
estão sendo convertidos para abrigos de carruagem
onde são armazenadas carroças para os Argenteanos
que moram em outro lugar da cidade, e são consertadas
e são repintadas. Também há pelo menos duas
lojas que eu conheço em Silos de Madeira: um
insuflador de vidro e um artista que trabalha
em prata.
Assim esses são os vizinhos e tudo o que eu
disse sobre eles.
Um Buraco Escondido
Oh, mais uma coisa sobre as ruas de Hollowhar:
algum contrabandista ou outro há muito tempo
construiu um esconderijo exatamente no local
de debate na Catadores de Nozes e Bosque Druin.
Você viu as setas apontando o norte que adornam
o teto das cisternas em cada local de debate
em Lua Argêntea, né? Bem, o grande ladrilho
a oeste (ao longo da Bosque Druin) daquele local
de debate pode ser virado um pouco no sentido
horário para expor um buraco minúsculo debaixo
de sua extremidade que deixa seus dedos entrarem.
Erga a pedra e você estará olhando o interior
re um recipiente de pedra enterrado e rachado
do tamanho de um pequeno barril apo fundo: tão
fundo quanto a extensão do braço de um homem,
e tão largo quanto o seu tórax.
Às vezes há mensagens secretas lá, arranhadas
em pedras achatadas; algumas vezes encontrei
adagas lá com sangue de alguém na lâmina… outras
vezes encontrei coisas sobre as quais não direi
mais nada. Sussurros locais dizem que certa
vez a abertura foi encontrada cheia de cabeças
cortadas!
Toda Hollowhar e a maioria das Quadras deste
lado da cidade conhecem este "buraco escondido",
mas pelo menos dois tipos de pessoas (e talvez
muitos mais) saibam tudo sobre como encontrá-lo
e abri-lo. Se estiver atrás de um local para
estocagem privado, é melhor comprar um porão
e procurar pelas pequenas móveis "pedras escondidas"
nas paredes da maioria delas. As cavidades atrás
de algumas desses podem (e tem) mantido cadáveres
de bom tamanho.

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