Mintiper Lua Prateada é um dos lendários
bardos dos Reinos Esquecidos, e contos de suas
aventuras têm sido há muito recontados
ao redor do fogo da lareira através
do Norte em formas musicais, poéticas
e narrativas. Transcrito no Reduto dos Sábios
em Lua Argêntea pelo Guardião
do Reduto, o Livreto de Mintiper é uma
compilação das baladas, poemas
e contos do Harpista Solitário. Páginas
selecionadas deste diário foram anotadas
e passadas para as mãos deste cronista
e vão ser reveladas aqui em uma coluna
periódica.

Folhas de Ouro
O outono volta a derramar folhas de ouro
Para reis das florestas, um adequado manto.
Ninfas da floresta choram frias lágrimas
de mágoa,
Ainda assim a bela Hamagess inicia seu
canto
– poema geralmente recontado atribuído
a Mintiper Lua Prateada
Ano da Queda da Lua (1.344 CV)
Observações do Guardião
Muitas vezes confundidas com os Pergaminhos
de Nether [1], as Folhas de Ouro são
um obscuro fenômeno mágico que, acredita-se,
ser único na parte mais ao norte da Floresta
Alta, especificamente na região das florestas
que estão próximas à cidade de Everlund e são
comumente conhecidas como as Florestas de Turlang [2].
As Folhas de Ouro têm a forma natural de folhas
de carvalho feitas de ouro puro, cada uma das
quais inscrita com as runas de uma magia arcana
individual [3]. Não mais do que uma
dúzia de tais dourados pergaminhos foram recuperados
de uma vez numa mesma estação, cada um encontrado
próximo à base de árvores antigas, que acredita-se
terem sido grandes entes em séculos passados.
Tomado em face de valor, as duas primeiras
linhas do poema de Mintiper aparentam descrever
as mutáveis cores das terras florestadas mais
ao norte. No entanto, aqueles que são familiares
com a lenda das Folhas de Ouro crêem que Mintiper
esteja insinuando a época do ano em que tais
tesouros da Arte foram reunidos. A referência
aos reis das florestas é interpretada como “Governantes
dos Bosques”, um titulo pelo quais os entes
da Floresta Alta são mais comumente referidos,
gerando a localização geral onde as Folhas
de Ouro podem ser reunidas [4].
Numa interpretação mais direta, as próximas
duas linhas novamente se referem ao ciclo da
vida, morte e renascimento. “Ninfas da Floresta” é uma
denominação comum para as dríades e seus gêneros,
e a referência a “frias lágrimas de mágoa” sugere
a chegada do inverno. Hamagess é um nome obscuro,
algumas vezes empregado pelos fiéis de Mielikki
para a Nossa Senhora da Floresta, e seu cântico
pode ser visto com uma promessa de que o ciclo
da vida vai continuar e que o inverno vai ser
de comprimento finito. Porém, mais uma vez,
as palavras de Mintiper podem ser interpretadas
em um outro nível, desta vez aludindo a um
conto obscuro de séculos passados.
Antes da queda de Netheril, quando os elfos
de Eaerlann governavam a Floresta Alta, ali
apareceu uma hamadríade experiente em feitiçaria
cujo domínio da Arte dizia-se rivalizar com
os mais aplicados Altos Magos élficos. Hamagess,
como ela é algumas vezes conhecida, diz-se
ter nascido do coração de Turlang, a primeira
ninfa da floresta que nasceu de um ente e não
de um carvalho normal. Turlang e Hamagess governaram
a Floresta Alta como rei e rainha através de
um milênio antes da queda de Chifre Ascal no
Ano da Maldição (882 CV), pondo em risco a
Floresta Alta com a mácula do Abismo. Conta-se
que Hamagess deu sua vida para formar um manto
vivo ao redor da Floresta Alta de modo a protegê-la
da infestação causada pela vegetação deformada
do Abismo [5]. Ainda que sua morte tenha
sido uma ocasião de grande tristeza para as
raças que vivem em harmonia com as grandes áreas
florestadas, diz-se que as canções de Hamagess
ainda vagam com o vento através das Florestas
de Turlang a cada outono, sussurrando palavras
de conforto e mágica para seu companheiro.
Se seu sopro tocar uma brilhante folha amarela
ao ser levada pelo vento até o solo diante
do tronco principal de um ente há muito adormecido,
ela deixa em seu turbilhão uma folha de ouro
puro inscrita com os ensinamentos de uma magia
rara ou única. Através destas Folhas de Ouro
a floresta pode ser defendida contra ameaças
próximas para sua existência [6].
Notas do Cronista
[1] Os Pergaminhos de Nether são 100
folhas de platina e ouro cuja descoberta precipitou
a ascensão de Netheril como um império de magos
humanos. Consistindo de dois conjuntos de 50
pergaminhos cada, credita-se os escritos dos
Pergaminhos de Nether ao Criador das Raças,
que compôs coletivamente a base no que a Arte
da feitiçaria moderna é constituída. Um conjunto
completo, conhecido para os elfos como os Quess’Ar’Teranthvar,
diz-se ter sido transformado por um Alto Mago élfico
em uma fina faia dourada com folhas de ouro,
que estava em Myth Drannor na Torre da Canção
do Vento quando a Cidade da Canção foi invadida
por demônios. Porém, sua atual localização é desconhecida.
O destino do outro conjunto de Pergaminhos
de Nether é completamente desconhecido, mas,
em várias ocasiões através dos anos, uma série
de especulações não concretas têm sido feitas,
onde um ou dois dos Pergaminhos de Nether foram
recuperados, o que leva alguns sábios a especular
que este conjunto não é mais uma coleção separada,
mas pergaminhos individuais espalhados através
dos Reinos.
[2] As Florestas de Turlang foram
uma vez o lar de Turlang, o Pensativo, o governante
de centenas ou mais entes que habitam a Floresta
Alta e respectivos anciões das incontáveis
dríades, hamadríades, centauros, korreds, leprechauns
e outros povos fada que residem dentro das
profundezas das grandes florestas. Desde a
destruição do Forte Portão do Inferno no Ano
da Manopla (1.369 CV), Turlang e a maior parte
de seus entes subalternos se moveram para leste
e sul dentro da Floresta Alta, animando árvores
de dentro das profundezas da floresta para
espalhar uma linha de árvores através do Vale
Alto para conectar com as Florestas Longínquas.
Depois da partida dos Governantes dos Bosques,
as Florestas de Turlang têm se tornado uma
região silenciosa habitada somente pelas árvores
antigas, outras vegetações e abundante vida
selvagem. No cuidado com as diversificadas
personalidades de seus atuais entes guardiões,
os vários trechos de áreas selvagens ainda
abrangem desde jardins de árvores imaculadas,
densas florestas puras e intocadas até florestas
escuras, misteriosas e aparentemente assombradas,
ainda que seja a mão da natureza responsável
por distorcer lentamente os maiores aspectos
não naturais das mesmas.
Recentes intrometidos que adentram o atual
Lar dos Governantes dos Bosques descobriram
que os entes não deixaram a velha corte de
Turlang desprotegidas em sua ausência. Aqueles
que procuram causar o mal ou saquear as Florestas
de Turlang percebem sua passagem frustrada
em cada curva pelos grossos arbustos, espinhos
afiados e vinhas entrelaçadas que aparentam
brotar ao longo da trilha escolhida, não importa
quantas vezes os intrusos mudem seu curso.
Súbita chuva pesada rapidamente apaga incêndios
espalhados nesta área, e mesmo a mais fraca
brisa aparenta regularmente chicotear com pesados
arbustos contra intrusos com força destrutiva.
[3] As Folhas de Ouro são equivalentes
a páginas soltas em um grimório de mago, não
exatamente pergaminhos cuja magia pode ser
liberada pela leitura das runas inscritas.
[4] As Folhas de Ouro podem ser colhidas
em qualquer lugar dentro das Florestas de Turlang
onde os carvalhos crescem durante a estação
de outono, ainda que a maioria tenha sido encontrada
apenas na parte mais ao norte da Floresta Alta
alcançando sua cor máxima ao cair das primeiras
folhas. Como um bom número de Folhas de Ouro
foram trazidas para fora das profundezas da
Floresta Alta com o passar dos anos, exemplos
destas páginas de magias podem também ser encontradas
espalhadas através dos Reinos.
[5] O manto vivo que envolve a Floresta
Alta é algo semelhante a uma poderosa proteção
ou mythal menor. Enquanto permanecer, vegetação
nativa dos Planos Inferiores, tais como árvores
víbora, não podem crescer dentro das fronteiras
da Floresta Alta, e a mácula dos demônios dos
Planos Inferiores não pode corromper qualquer
planta que cresça dentro dos confins das grandes
florestas (acredita-se que a Floresta Horrenda é uma
exceção do tipo para estas restrições). Se
Turlang e seus aliados obtiverem sucesso em
seus esforços para estender a fronteira até o
extremo norte da Floresta Alta para agregar
as Florestas Longínquas, então a forma duradoura
de Hamagess vai lentamente purificar também
estas florestas de suas máculas de séculos
idade.
[6] O Livro de Hamagess é um
grimório arcano único, reunido pela arquidruida-maga
meio-elfa Dalanaer Llundlar de Árvores Altas
no Ano do Cajado (1.366 CV). O Livro contém
mais do que a metade das Folhas de Ouro que
foram recuperadas, e vai continuar a crescer
enquanto aqueles que veneram Mielikki fizerem
contribuições adicionais.
Mintiper Lua Prateada contribuiu com uma
folha inscrita com a magia de 6º nível conhecida
como germinar cajado de Hamagess, detalhado
abaixo. Esta magia é mais comumente usada quando
um arquimago deseja armar um pequeno grupo
com artifícios mágicos de disparo individual
que possam todos serem liberados em uma única
rodada, e isso foi usado para grandes efeitos
pelos pequenos grupos de elfos verdes contra
grandes grupos de guerra orc.
Germinar Cajado de Hamagess
Transmutação
Nível: Brd 6, Fet/Mag 6
Componentes: V, G, M
Tempo de Execução: 1 minuto
Alcance: Toque
Alvo: Um cajado mágico
Duração: Instantânea
Teste de Resistência: Vontade anula
Resistência à Magia: Sim
Esta magia afeta somente bastões, cajados
e varinhas de madeira de fabricação mágica
que são utilizados pelos magos e que tenham
mais do que duas cargas restantes. Esta magia,
ou variações similares, pode afetar tais pelo
menos uma vez a cada trinta dias. Quando conjurada
sobre tais itens, a magia germinar cajado
de Hamagess faz com que pequenos galhos
brotem ao longo do comprimento do alvo. Pelo
menos um único galho pode ser criado para cada
dois níveis de experiência do conjurador, ainda
que menos possam ser criados se desejado. O
número de galhos é ainda limitado pelo numero
de cargas do item alvo, como explicado abaixo.
Como escolhido pelo conjurador, esta magia
direciona um único efeito mágico do item mágico
alvo e o número correspondente de cargas exigidas
para liberá-las para dentro de cada galho criado
(perceba que os efeitos pela ruptura do item
original, tais como o poder golpe de retaliação de
um cajado do poder, um ataque mágico
e o bônus de dano, ou qualquer outro efeito
não fortalecido pelas cargas não pode ser conduzidos
para dentro de um galho). Cada galho pode,
então, ser arrancado e utilizado como um único
item mágico de disparo capaz de liberar somente
o efeito mágico escolhido ao custo das cargas
extraídas. Uma vez conjuradas, cargas extraídas
para dentro dos galhos por esta magia não podem
ser restauradas (ainda que seja possível recarregar
o alvo original se isso normalmente for possível).
O uso desta magia sempre gasta uma carga a
mais do que o total necessário para ativar
o poder e os efeitos imbuídos em todos os galhos,
sem levar em consideração o número total de
galhos criados. Além disso, no mínimo uma carga é obrigada
a permanecer dentro do item mágico original
após a conjuração. Como tal, o número de cargas
disponíveis limita o número de galhos que podem
ser criados.
Uma vez criado, cada galho possui uma única
palavra de ativação, como especificado durante
a conjuração do criador. Cada galho é obrigado
a ser usado dentro de vinte e quatro horas
a partir de sua criação ou a magia desaparecerá e
as cargas serão perdidas. Um galho não pode
ser recarregado, e seus efeitos mágicos funcionam
no mesmo nível que o do item original.
Os componentes materiais para esta magia
são o bastão, cajado ou varinha mágica que é o
alvo e um galho verde (apenas arrancado) de
uma árvore da mesma espécie daquela que foi
usada para criar o item de madeira. Esta árvore é obrigada
a ter se desenvolvido por, no mínimo, e ao
mesmo tempo estar em contato com um item utilizando
um encantamento, em qualquer uma entre suas
raízes, armazenado em um buraco dentro dela,
ou então que a árvore tenha crescido ao redor.
Também, a árvore é obrigada a ter estado em
contato contínuo com esse item encantado no
momento que o galho verde é arrancado.
Referências
Introdução
Referências gerais a Mintiper Lua
Prateada são citadas na primeira coluna do “Livreto
de Mintiper”
Folhas de Ouro
-
Os Pergaminhos
de Nether são discutidos
nos suplementos FR5 – The Savage Frontier,
págs. 3 e 60; The North: The Wilderness,
págs. 8, 62 e 81; REF5 – Lords
of Darkness pág. 39; Cormanthyr: Empire
of Elves, págs. 33, 34 e 158 a 160; Netheril: The
Winds of Netheril, págs. 5, 6, 8 a
9 e 10; e Netheril: Encyclopedia
Arcana,
pág. 8.
-
As Florestas de Turlang
e Turlang, o Pensativo, são discutidos
nos suplementos The
North: The Wilderness, págs.
52, 58 e 68; e FR5 – The Savage Frontier,
págs. 10 e 49.
-
Eaerlann é discutida
nos suplementos FR5 – The
Savage Frontier, págs. 39, 49 e 51; The
North: The Wilderness, págs.
7 a 8, 13, 52 a 53, 55 a 58 e 61; The
North: Cities,
pág. 61; Cormanthyr: Empire of
Elves, pág. 33 e 34; e Netheril: The
Winds of Netheril, págs. 5, 16, 65
e 91.
-
A Queda de Netheril é datada
nos suplementos Cormanthyr: Empire
of Elves, pág. 35; e Netheril: The
Winds of Netheril, págs. 11 a 12.
-
Hamadríades foram mais
recentemente detalhadas no Monstrous Compendium Annual, Volume
3, pág. 34.
-
A queda de Chifre Ascal é datada
no suplemento Hellgate Keep, pág. 8. Os
esforços para impedir a mácula dos tanar’ri
de se espalhar da infectada Floresta Alta são
descritos no mesmo suplemento, pág. 5.
-
Árvores víbora são descritas
no suplemento Planes
of Chaos: Monstrous Supplement,
págs. 30 a 31; e na aventura For Duty
and Deity, págs. 63 a 64.
-
Os druidas de Árvores Altas são
discutidos nos suplementos FR5 – The Savage
Frontier, págs. 6, 8 e 49; e The North: The
Wilderness, págs. 20, 51 a 53, 55 a 57
e 67 a 68. A Casa Llundlar, conhecida por seus
muitos membros meio-élficos, é discutida
no suplemento Cormanthyr: Empire of
the Elves, pág. 115.

Sobre o Autor
Eric L. Boyd escreveu artigos
para a Dragon Magazine, Dungeon
Adventures, e Polyhedron Magazine.
Seus créditos no desenvolvimento de
jogos incluem Faiths & Avatars (Crenças & Avatares), Volo's
Guide to All Things Magical (Guia de Volo
para Todas as Coisas Mágicas), Powers & Pantheons (Poderes & Panteões), Demihuman
Deities (Divindades Semi-Humanas), Drizzt
Do'Urden's Guide to the Underdark (Guia
de Drizzt Do'Urden para o Subterrâneo), Cloak & Dagger (Manto & Adaga),
e o Faiths & Pantheons (Crenças & Panteões).
Em adicional escreve sobre seu jogo mundial
favorito, Eric dirige o desenvolvimento de
um grupo de software em Ann Arbor, Michigan.
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