“Uma
mão lava a outra” diz o ditado. É um
grande clichê, mas também é uma
grande verdade. Vilões, principalmente,
gostam de formar alianças para cumprir
objetivos comuns, ou ao menos relacionados.
Estas alianças costumam ser curtas,
ou podem ser apenas arranjos econômicos,
mas elas sustentam ambos os lados, já que
juntos eles têm maior chance de incomodar
os aventureiros. Neste artigo de Ganchos Para
Aventuras nos Reinos Esquecidos iremos conhecer
uma situação que envolve grupos
diferentes se aliando para dar trabalho aos
PJs.

O rio Delimbiyr nasce nas Montanhas Inferiores
e corre para o sul e para o leste, passando
pela Floresta Alta, pelos Charcos Elevados
e pelo Vau da Adaga para desembocar na Costa
da Espada. Apesar de nas Cachoeiras Resplandecentes,
próximo de Água Ruidosa, o Delimbiyr
deixar de ser navegável, ele é completamente
navegável de Água Ruidosa até a
costa e acima das cachoeiras até quase
sua nascente. Além disso, há muito
comércio girando sobre suas águas,
principalmente de Água Ruidosa até a
costa. O transporte de bens pelo rio tem sido
preferido a partir de Água Ruidosa,
tanto porque a partir dali os custos são
menores quanto porque os bandidos têm
infestado as estradas da região. Entretanto,
o rio possui seus próprios perigos.
Piratas utilizando barcas operam de tempos
em tempos nas águas abaixo de Água
Ruidosa, onde podem se esconder entre seus
ataques nos pequenos afluentes vindos dos Charcos
Elevados. Estes piratas não costumam
ser um grande problema; eles apenas atacam
uma ou duas vezes e depois desaparecem por
alguma razão.
Então, relatos chegam a Secomber e Água
Ruidosa de que um novo grupo de piratas que
não está roubando bens. Ao invés
disso, eles obstruem o rio e exigem um pedágio
para que os barcos passem. Assim que passam
os dias, as duas cidades enviam forças
para eliminar estes piratas, mas estes parecem
possuir magia (ou sorte, ou um bom planejamento)
do seu lado, já que o clima está sempre
a seu favor. Alguns são capturados ou
mortos, mas o grupo não pára
e os capitães de barcos e barcaças
ainda pagam pedágio para navegar adiante
suas naus.
Em Secomber, uma comerciante chamada Sultai
Orero tem sofrido muitas perdas para estes
piratas, e exige que algo seja feito a respeito
disso. Já que, de alguma forma, estes
piratas têm escapado das autoridades
regularmente, ela pensa que as autoridades
não são mais confiáveis,
e volta-se para os aventureiros. Ela está disposta
a oferecer uma recompensa formidável – e
até mesmo uma parceria com os PJs que
possuírem uma inclinação
para os negócios.
d100 Motivações |
01-55 |
Sultai
está genuinamente preocupada com
seus negócios e realmente pretende
investir nos PJs. |
56-80 |
Sultai não
está contratando os PJs de forma
alguma. Uma das bruxas (veja abaixo)
a personifica através de magia
e contrata os PJs. As bruxas querem livrar-se
de seus “parceiros” piratas
e pensam que este é o melhor meio
de acabar com esta relação. |
81-00 |
Sultai
quer vingança. Ela tentou fazer
negócio com os piratas, mas eles
se recusaram, portanto agora quer eliminá-los.
Seus negócios são uma preocupação
secundária no momento. |
d100 Complicações |
01-30 |
Os
piratas não possuem um mago entre
eles. Na verdade, eles fizeram um trato
com uma convenção de bruxas
que vivem nos Charcos Elevados, e estas
forneceram um controle do clima como
apoio, além de auxílio
com outras magias e até mesmo
intervenção física,
em troca da metade dos lucros. As bruxas
estão usando o dinheiro para algum
projeto não relacionado com os
piratas, e irão encontrar outros
meios de conseguir dinheiro caso os piratas
sejam eliminados. |
31-50 |
As bruxas não
são reais. Ao invés disso,
são a criação de
um grupo de fadas malignas que vivem
nos Charcos Elevados. Com este subterfúgio,
as fadas se protegem de serem descobertas
caso os piratas sejam capturados. |
51-75 |
Um
rival de Sultai está tomando vantagem
da situação e fazendo com
que seus capitães paguem aos piratas
para saquear as naus pertencentes à Sultai
(ou aquelas que carregam mercadorias).
Este rival espera tirá-la do negócio
sem se envolver pessoalmente. |
76-00 |
As naus que pagam
pedágio aos piratas ainda estão
sendo atacadas e destruídas de
tempos em tempos. As bruxas usam ilusões,
morto-vivos e até mesmo criaturas
do rio para destruir os barcos que possuem
o tipo de mercadoria que desejam. |

Sobre o Autor
Robert Wiese é um veterano
dos escritórios da RPGA onde
trabalhou durante sete anos sendo um membro
desde os idos de 1991. Nesse tempo ele escreveu
mais de 60 enredos de aventura para o clube,
alguns artigos para a revista Polyhedron,
e o Living Force Campaign Guide (esse último com Morrie Mullins). Ele também
desenvolveu campanhas de Living Greyhawk e Living Force junto
com maravilhosos membros. Agora ele trabalha
na Universidade
de Nevada em Reno no departamento de Bioquímica,
provando que você nunca deve dizer aonde irá terminar. |