Copilamos
e traduzimos abaixo a entrevista de Sean K.
Reynolds e Thomas Reid, autores de Champions
of Valor (Campeões de Valor), novo
livro lançado para os Reinos Esquecidos
nos Estados Unidos, que trata sobre organizações
e personagens valoroso de Faerûn.
Wizards of the Coast: Para
começar, como o livro Champions of
Valor define valor?
Sean K Reynolds: Deixe-me citar
eu mesmo no livro: O uso da palavra "valor"
no título é significante; significa
“coragem e bravura”, “as qualidades
de um herói” e “coragem excepcional
em face ao perigo”. Este livro é
sobre personagens valorosos – personagens
que poderiam ser bons ou em alguns casos meramente
neutros, mas são grandes e heróicos
enfrentando os maiores perigos de Faerûn.
Wizards: Que informações
e conselhos o livro dá para interpretar
personagens valorosos?
SKR: No início, damos
exemplos de arquétipos valorosos de cada
classe e raça, trazendo exemplos de fontes
do mundo real, mítico, literário
e de cinema – e damos um exemplo do arquétipo
em termos do cenário dos Reinos Esquecidos.
É dito sobre como os heróis valorosos
não são absolutamente perfeitos,
e damos exemplos de falhas em heróis
valorosos e exemplos faerunianos (por raça,
religião ou nacionalidade) de porquê
os heróis cometem tais falhas. É
também dito sobre vingança e a
necessidade de compaixão, que poupa inimigos
que deveriam ser mortos ou capturados, na esperança
de redimi-los, e como lidar com conflitos com
amigos PJs não tão valorosos.
Wizards: O título do
livro leva imediatamente os paladinos à
nossa mente. Quais novas informações
o Champions of Valor pode trazer para
esta classe – existem talentos e classes
de prestígio para que me faça
repensar meu paladino de Torm do 12º nível?
Novas informações sobre potenciais
montarias de guerra? E como o conceito de valor
abrange as classes além do paladino?
Thomas M Reid: Sim, existem
seções do texto que cobrem estes
assuntos. Eric Boyd escreveu uma boa seção
sobre variações de montarias de
guerra para o livro, e incluímos muitos
talentos, algumas Classes de Prestígio
e uma seção inteira de níveis
de substituição para satisfazer
paladinos aficionados por aí. Mas nós
não paramos nos paladinos. De fato, nós
fomos além dos paladinos e focamos conscientemente
nossos esforços sobre cada classe, mostrando
como elas poderiam ser jogadas de uma maneira
valorosa.
SKR: Existem talentos e classes
de prestígio que cabem bem para paladinos,
mas acho que uma das coisas que Thomas e eu
somos mais orgulhosos são os muitos conjuntos
de níveis de substituição
que nós colocamos no livro, muitos deles
diretamente relacionados com as várias
ordens de paladinos. Se você não
está familiarizado com a mecânica,
níveis de substituição
é uma maneira de “trocar”
certas habilidades de classe em níveis
específicos dentro da classe.
Por exemplo, os níveis de substituição
Leão Dourado são específicos
para paladinos da Ordem do Leão Dourado
de Torm (que se dedica a curar as feridas causadas
pelas ações de Torm no Tempo das
Perturbações); estes trocam a
habilidade de expulsar mortos-vivos por um bônus
sagrado para todas as jogadas de proteção
por uma hora por dia, trocam a habilidade de
remover doenças para a habilidade de
reparar áreas de magia morta ou selvagem,
e dá um ataque extra por dia se for usado
somente contra Cyricistas, Banitas, e Zhentarim.
Wizards: Já que os Reinos
Esquecidos incluem os de tendência na
maioria maligna como os tocados pelos planos
e meio-demônios, que tipo de cenários
de fundo valorosos podemos esperar para personagens
bondosos?
TMR: Eu não sei se deixamos
muito cenários de fundo como oferecemos
em variações nos padrões
que podem fazer um personagem particularmente
bom ao lidar com coisas como demônios
e tocados pelos planos. Mas a este respeito,
nós temos belos talentos e níveis
de substituição que lidam com
isto perfeitamente.
SKR: Uma coisa que fizemos
foi criar um novo conjunto de regiões
– regiões Boas – Você
seleciona esta região no momento da criação
do personagem, ao invés da região
geográfica, e ela determinará
sua língua, deuses favoritos, talentos
regionais disponíveis e equipamento bônus.
Alguns das mais interessantes regiões
Boas são as de Nascimento sob a Atenção
Celestial (onde uma divindade ou outro ser celestial
está observando você), de Nascimento
de Escolhido (onde você é um descendente
de um escolhido de uma divindade), e a Guardada
pela Tríade (onde você foi deixado
nas escadarias de um templo quando criança
e cresceu na igreja). Nós também
expandimos várias organizações
que tem propósitos valorosos, e em cada
uma delas é explicado o que um PJ valoroso
precisa para unir-se ao grupo e os benefícios
de fazê-lo.
Wizards: E sobre as ordens
de cavalaria dos Reinos? Existe alguma incursão
ao Monastério da Rosa Amarela, aos Estrelas
Lunares, aos Mulhorandi… e, é claro,
aos famosos Harpistas? Existe o perigo de rivalidades
entre grupos bondosos, onde cada lado tem boas
intenções que não se combinam?
TMR: Nós incluímos
informações sobre várias
das organizações benignas conhecidas,
mas realmente tentamos ampliar e cobrir alguns
grupos pouco conhecidos do que focar mais uma
vez nos mesmos grupos já vistos nos livros.
Nós pegamos informações
de uma variedade de fontes, incluindo artigos
da antiga Polyhedron etc., para levar alguma
luz a grupos mais obscuros. Nós também
criamos alguns novos tipos de organizações
para mostrar ao Mestre como fazer a mesma coisa
em sua própria campanha dos Reinos Esquecidos.
SKR: Este é um tópico
muito caro em meu coração (para
o suplemento web de Crenças e Panteões,
eu fiz uma grande lista de todas as ordens oficiais
de paladinos e ordens boas de monges em Faerûn
que eu pude encontrar). Neste livro nós
damos a cada uma um roteiro, explicando quem
são, a quem servem, quais são
seus objetivos, e quaisquer regras de multiclasse
que tenham. Todos os três grupos que você
pediu foram mencionados, apesar deles também
terem sido cobertos em outros livros (como o
Cenário de Campanha dos Reinos Esquecidos
e Waterdeep: City of Splendors [Águas
Profundas: Cidade dos Esplendores]) então
usamos este livro para detalhar aqueles que
não tinham ficado muito tempo sob os
holofotes. Nós não criamos especificamente
rivalidades entre estes grupos, a menos que
estes sejam famosos por elas, mas o primeiro
capítulo cobre uma variedade de situações
em que dois grupos valorosos podem se opor um
ao outro, particularmente nas diferenças
que acontecem quando grupos leais se opõem
a outros leais, caóticos se opõem
a caóticos, e leais se opõem a
caóticos.
Wizards: Houve alguma discussão
sobre como o livro se relaciona com seu livro
congênere, o Champions of Ruin
(Campeões das Ruínas)? Vocês
podem nos falar como os livros se completam
– por exemplo, Champions of Ruin
contém campeões do mal, filosofias
do mal… nós veremos suas contrapartes
em Champions of Valor?
SKR: Nós rascunhamos
o Champions of Ruin enquanto estávamos
trabalhando neste livro (CoR ainda não
estava finalizado quando estávamos escrevendo
CoV) e nossos esboços incluíram
uma estrutura similar com objetivos opostos.
Existe um capítulo inteiro sobre organizações
do bem, outros sobre PdMs (colocados como aliados
ou personagens coadjuvantes para PJs valorosos,
incluindo alguns que podem ser adequados como
variações de montarias especiais
de paladino ou companheiros “animais”
), a interpretação de reparação
de infrações e por aí vai.
Wizards: Colocando de lado
Champions of Ruin, existem também
paralelos percebidos entre este livro e o Book
of Exalted Deeds (Livro dos Feitos Exaltados)
e alguns que se estendem à sua antítese,
o Book of Vile Darkness (Livro da Vilania
Sombria). Como Champions of Valor se
relaciona com estes livros – por exemplo,
existe mais materiais nobres que serão
abordados?
SKR: Nós quisemos nos
certificar que as idéias trazidas pelo
LoED foram cobertas pelo CoV. Em particular,
a seção de compaixão e
misericórdia reitera as afirmações
feitas no LoED, existem cinco novos talentos
nobres no CoV, e damos exemplos de como redimir
itens mágicos malignos. Você não
precisa do LoED para usar o CoV, mas se tiver
ambos você poderá usar um para
suplementar o outro.
Wizards: De que maneiras as
divindades do bem terão papéis
neste livro? Podemos esperar mais talentos de
Iniciados para divindades benignas?
TMR: Bem. Obviamente, as divindades
benignas desempenham um papel importante no
jogo, particularmente com as classes divinas.
Então, positivamente, as entidades do
bem desempenham uma parte proeminente do livro.
Os níveis de substituição
são geralmente ajustados para personagens
que seguem uma divindade específica,
por exemplo.
SKR: O livro começa
com um olhar sobre quantas divindades boas existem
em Faerûn em comparação
às neutras e malignas (existe um número
desproporcionalmente maior de entidades benignas),
e usa isto para apontar que o bem é uma
força significante nos Reinos Esquecidos.
Entretanto, ao invés de detalhar como
cada igreja ou divindade interfere nos assuntos
do mundo, o livro deixa estas coisas como pano
de fundo para que possamos focar nos PJs como
as verdadeiras estrelas do espetáculo.
Afinal, se a Igreja de Torm está cuidando
de tudo, porque nos incomodar com um paladino
de Torm? No lugar disto, nós empurramos
os PJs para a ação com as várias
igrejas dando-lhes suporte. Isto faz as ações
dos PJs mais significantes. Uma das maneiras
de como nós fizemos isto foi com os talentos
de iniciados, e existem vários deles
no livro.
Wizards: O Champions of
Valor irá alcançar as regiões
do Oriente Inacessível e o Sul Brilhante?
Alguns sentem, que estas áreas tendem
a ser negligenciadas, enquanto a Costa da Espada
recebe maior atenção.
TMR: A base deste livro é
mais sobre atitude do que localizações
regionais. Realmente não temos uma presença
forte em algum lugar específico. Mas
nós tentamos colocar informações
sobre vários grupos valorosos por toda
Faerûn.
SKR: Bem, você não
verá muitas pessoas de caráter
valoroso vindas de Thay, mas fãs de Rashemen,
Aglarond e das terras do Sul Brilhante ficarão
felizes em ouvir que nós não as
negligenciamos neste livro. Não demos
uma atenção específica
(já que, afinal, cada um possui seus
próprios livros), mas eles foram mencionados
aqui e ali, particularmente onde existe algum
material sobre Nobanion (venerado pelos wemics
de Shaar).
Wizards: Existem materiais
para dragões benígnos, para se
opor ao maligno Culto do Dragão (existe
um rumor de um seita conhecida somente por Garras
Gentis).
TMR: Sim, os Garra Gentis foi
um grupo desenvolvido e escrito por Ed Greenwood
para um velho artigo para a revista Polyhedron
que eu peguei e trabalhei. É um grupo
de humanóides, mas você poderia
dizer que existem poucos dragões que
são patronos do grupo, ao invés
de membros ativos e isso faria sentido.
SKR: Alguns materiais, mas
não muitos, particularmente porque o
livro foca nos PJs (e dragões PJs ainda
são uma parte estranha das regras, então
nós não quisermos gastar um monte
de páginas em uma parte obscura do jogo)
e em parte porque dragões como um todo
(mesmo os dragões bons) não tendem
a ser valorosos. Entretanto, existe uma organização
valorosa chamada Escudo de Presas, que não
somente possui um dragão de bronze no
grupo, mas tem o Culto do Dragão como
seu grande inimigo em particular. Existe também
uma narração sobre os Garras Gentis,
uma organização valorosa fundada
pelo dragão de aço Zundaerazylym,
que quer unir as civilizações
humanas e dracônicas para o bem maior
de todos.

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