O
Sábio do Vale das Sombras tem algo a
dizer sobre muitas coisas. Apesar de ter as
paginas da revista Dragon, Dungeon
Adventures e da Polyhedron Newszine,
o Velho Mago ainda tem mais a falar sobre os
Reinos. Sem querer enfurecer o arquimago, decidimos
que seria melhor dar a ele uma coluna semanal
na qual vamos debater os melhores pontos.
Escute bem, jovem...

Outrora odiado publicamente por seus atos autoritários
de extorsão de bens e riquezas, tanto
dos habitantes locais quanto de quaisquer caravanas
transeuntes que ele julgasse pouco defendidas,
Buorstag (atendendo à “sugestão”
dos Zhentarim) se tornou mais justo e discreto
nos últimos tempos. Ele não mais
apreende bens alheios publicamente ou reivindica
pagamentos em troca de proteção,
embora ainda cobre uma pequena taxa de qualquer
pessoa que venha a requisitar uma escolta armada,
além de ainda se ater a uma interpretação
pouco consistente da justiça. Elminster
acredita que este bom comportamento tem origem
nos desígnios dos Zhentarim (principalmente
após o momento de fragilidade provocado
pela destruição do Forte Zhentil)
de não criar qualquer pretexto capaz
de motivar Maalthiir de Colina Longínqua
a tentar se apoderar de Voonlar, evento que
seria muito bem aceito pelo governo de Sembia.
Altos impostos resultam em altos preços,
e em Voonlar a receita tributária ultrapassa
em 30% o valor padrão de tributos de
qualquer outra cidade da região, o que
substitui os atos aleatórios de extorsão.
O estabelecimento desta alta receita fez Buorstag
compreender a sabedoria do sistema da “manopla
suave”.
A lei em Voonlar é ditada pelo Bron,
mas tanto cidadãos quanto visitantes
podem se confortar no fato de que o princípio
fundamental da justiça voonlarrana agora
se baseia no lucro. Na prática, o clero
de Cyric, os Zhentarim, o Bron e seus delegados
estão acima da lei; eles têm total
impunidade para agirem como bem entender dentro
dos limites do território voonlarrano.
Todos os outros estão seguros contanto
que sejam cuidadosos e evitem ser taxados como
inimigos públicos.
Os altos impostos cobrados por Buorstag recaem
tanto sobre os cidadãos quanto sobre
os visitantes, mas em troca ele preserva a segurança
de Voonlar. Ele administra uma justiça
dura, mas justa de modo a não prejudicar
o fluxo do comércio, e tanto cidadãos
quanto visitantes estão sujeitos às
suas decisões. Plumas Vermelhas em uniformes
e qualquer um suspeito de ser um Harpista ou
um agente de Colina Longínqua são
considerados inimigos públicos e serão
atacados à primeira vista. Os guardas
se esforçam para capturar tais inimigos
com vida, embora muitos acabem seriamente feridos
ou mesmo inválidos ao tentar resistir
à prisão. Uma vez capturados e
enviados para um "interrogatório
cuidadoso" (entenda-se tortura), muitos
inimigos públicos são executados.
Em casos de identificações equivocadas,
apenas agentes Zhentarim capazes de recorrer
a auxílio mágico imediato são
libertados; todos os outros são assassinados
e seus corpos enterrados de modo a evitar grandes
repercussões.
As execuções são realizadas
na Garganta e normalmente envolvem lentos desmembramentos;
um membro por hora. O infame criminoso é
amarrado a uma estrutura em forma de “X”
formada por grandes cepos que acomodam os braços
e pernas. Após os desmembramentos, seu
torso e sua cabeça são mantidos
intactos e ele é abandonado para sangrar
até a morte, encarando o Vale das Sombras,
seus restos agonizantes servindo como aviso
para aqueles que viajam por aquela estrada.
Apenas os magos são decapitados e esse
procedimento visa a segurança pública.
Buorstag possui diversos pergaminhos contendo
falsas e comoventes acusações
que ele costuma ler em público de modo
a justificar qualquer execução
que tenha ordenado. Aventureiros que entrarem
em combate direto com um delegado serão
considerados membros dos Harpistas e serão
trucidados imediatamente.
Todos os bens e posses de um criminoso executado
são confiscados pelo Bron para compor
o erário da cidade. Ele alega que essas
e outras riquezas acumuladas são gastas
no reparo de estradas, na realização
de patrulhas e na limpeza de patrimônios
públicos. Um voonlarrano honesto, durante
uma conversa particular, certa vez admitiu que
pouca coisa realmente chega a ser feita na região.
Infratores Recentes
A Aventura de uma Vida: Um
grupo de aventureiros oriundo do Vale das Sombras
chegou a Voonlar recentemente e seus membros
foram detidos sob a acusação de
serem agentes espiões a serviço
do governo de Colina Longínqua. A maga
foi decapitada por conjurar uma magia de sono
durante uma briga de taverna, já que
era óbvio que se tratava de uma espiã
Harpista. O clérigo do grupo, um fiel
devoto de Tymora, foi executado por desmembramento.
Os membros remanescentes do grupo estão
sendo mantidos encarcerados na Torre da Tranca,
e ainda não se sabe quais são
os planos do Bron para lidar com eles.
Una-se aos Zhentarim: Um agente Zhentarim
visitou a cidade há algumas semanas,
manifestando sua opinião pessoal acerca
do Bron e de sua administração
e compartilhando-a de bom grado com quem estivesse
disposto a ouvi-lo. Após uma noite particularmente
selvagem, regada a vinho, mulheres e música,
o Zhent desapareceu. Embora a história
oficial seja de que ele teria deixado a cidade,
muitos cidadãos acreditam que o Bron
e seus delegados lhe fizeram uma visitinha durante
a noite. A história que corre entre os
cidadãos é de que o Bron teria
amarrado, amordaçado e enterrado vivo
o pobre coitado em algum lugar nos arredores
da cidade.
Golpes de Amor: Os hábitos
pessoais de Marsara Storntil, a única
mulher entre os delegados do Bron, têm
sido alvo da especulação discreta
e silenciosa de muitos fofoqueiros da cidade.
Toda semana, uma maga Zhentarim chamada Tamelia
(NM hf M7) visita Voonlar e passa boa parte
do tempo com Marsara. Certa vez um pretendente
bêbado abordou a delegada e a questionou
sobre esse assunto; Marsara surrou tanto o infeliz
colono que ninguém mais ousou tocar no
assunto em público novamente.
Nota: As estatísticas
apresentadas aqui são referentes aos
sistema Advanced Dungeons & Dragons.

Sobre o Autor
Ed Greenwood é o homem
que lançou os Reinos Esquecidos
em um mundo que não os esperava. Ele
trabalha em bibliotecas, escreve fantasia, ficção
científica, terror, mistério e
até estórias de romance (às
vezes coloca tudo isto em um mesmo livro), mas
está ainda mais feliz escrevendo Conhecimento
dos Reinos, Conhecimento dos Reinos e mais Conhecimento
dos Reinos. Ainda existem alguns quartos em
sua casa com espaço para empilhar seus
escritos.
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