“Tome um fôlego profundo, aperte sua têmpera
firmemente com as duas mãos, e leia”, Filfaeril
disse alegremente. “E tente entender e relembrar
do que está escrito também, porque eu irei
fazer uma pergunta ou duas sobre isto mais
tarde”.
“Fee”, Azoun perguntou lamentosamente, “porquê está fazendo
isto? Não poderia somente...”.
“Vai matar alguém? Vai torcer meu pescoço?
Vai fazer você gerar outro —”
“Muito bem, muito bem, muito bem!”, disse
apressadamente o Rei de toda Cormyr, quase
arrebatando o pergaminho, sob o doce sorriso
de Filfaeril. “Sua escravizadora”, emendou,
após respirar.
“Seu bárbaro”, ela respondeu carinhosamente,
o beijando.
O documento prossegue:
2. Proclamação
Nenhuma ação de nossa parte a não ser os
informes seguintes de desempenho para o Mestre
das Listas.
-
Os arautos formalmente
informam os lordes locais dos itens relevantes
no itinerário
da visita, e postam proclamações públicas
sobre o mesmo (1) e um “pronunciamento” (fazem
um anúncio público, seguindo um texto preparado
no palácio com foco no que a Coroa quer que
os cidadãos saibam e no desejo do convidado
em encontrar com representantes, descontentes,
antigos conterrâneos, enviados comerciais,
e relacionados).
-
A postagem de proclamações pode ser
delegada aos Dragões Púrpuras ou aos oficiais
locais da corte, mas pronunciamentos não.
Eventos posteriores variam de visita para
visita, de acordo com as especificidades do
itinerário, mas uma listagem típica é exibida
aqui, numerada continuamente com os passos
precedentes assim como as comunicações da seqüência
usual dos acontecimentos. Consultas ao Encarregado
de Protocolo e aos Arautos da Corte bem como
a providência de todos os seguintes passos
de uma visita deve assegurar que maiores desastres
diplomáticos sejam evitados.
3. Chegada
A chegada sempre envolve uma cerimônia, seja
no porto ou em uma praça ou caminho adequado,
com fanfarras e/ou discursos de boas vindas.
Depois segue-se uma parada e/ou um cortejo
escoltado (desfile e/ou transporte escoltado
a uma residência real).
A quantidade de pompa e cerimônia varia com
o desejo do visitante, preocupações com segurança,
locais de chegada (grande cortejo saindo dos
portos de Suzail, sim — grande cortejo saindo
dos portos para cidadela na base naval em Marsember,
não — acompanhamento por guardas de honra,
provavelmente sim).
Mestre dos Banquetes e Arautos
da Corte cuidam dos detalhes da cerimônia
-
O Mestre dos Cavalos providenciará coches
cobertos (coches abertos somente se a segurança
e o clima permitirem, se somente o clima
for a preocupação, os coches fechados ainda
assim devem estar prontos e próximos em
caso de mudanças
repentinas).
-
O Mago de Guerra da Corte cuida
de escoltas e proteções.
-
Os Altos Cavaleiros atuam
como agentes da coroa para determinar exatamente
quantas pessoas estão na comitiva estrangeira
e se assegurar que eles permaneçam na comitiva.
Se alguém se desviar, deverá ser seguido
(com a ajuda dos Magos de Guerra).
-
Os Dragões Púrpuras formarão
a escolta uniformizada e a guarda de honra.
4. Apresentação à Corte
Geralmente ocorre no mesmo dia da Chegada,
a menos que a viagem ou a saúde das personalidades
visitantes requeiram atitude diferente. A apresentação
envolve uma cerimônia completa e formal com
discursos, possível trocas de presentes e boas
vindas por parte da coroa.
-
O Mestre dos Banquetes e os Arautos
da Corte verificam os detalhes da cerimônia,
obtendo a aprovação da Coroa ou Regente,
Mago Real, Encarregado do Protocolo, Alto
Lorde Marechal ou Lorde Protetor Interino
do Reino.
-
O Encarregado do Protocolo reúne
uma lista das pessoas selecionadas que receberão
convites.
-
Os Pajens Reais entregam
os convites.
-
Os Altos Cavaleiros e Magos de
Guerra (os designados pelo Mago Real)
fazem os arranjos de segurança em consulta
com o Alto Lorde Marechal.
-
Os Organizadores observam
a disposição dos Chefes de Cerimonial e dos Dragões
Púrpuras.
5. Banquete de Estado
O banquete é geralmente realizado na tarde
do mesmo dia da Apresentação. Todas as preparações
para o banquete são semelhantes às da Apresentação,
com o acréscimo das Cozinhas Reais e Serventes,
que devem aderir ao itinerário.
6. Reunião de Protocolo
Geralmente ocorre durante a noite ou ao amanhecer
do dia imediatamente seguinte ao Banquete de
Estado. Os mesmos oficiais da corte envolvidos
na Apresentação, recebem (privativamente) os
enviados estrangeiros da personalidade visitante.
-
O itinerário deve ser confirmado e
a aprovação obtida para todas as mudanças.
-
Os altos Cavaleiros
e Magos de Guerra serão incumbidos de provir esta reunião de
absoluto sigilo, sob o protocolo de extrema
discrição.
7. Audiência Real
A audiência é geralmente realizada depois
do banquete-do-alto-sol no dia seguinte ao
Banquete de Estado. A audiência é uma discussão
relaxada e privada entre a Coroa ou Regente
e a personalidade visitada.
-
Servos e atendentes
devem estar presentes da forma que foi
determinada pelo itinerário
e suas mudanças na Reunião de Protocolo.
-
Os mesmos oficiais
da corte indicados para a Apresentação conduzirem as mesmas funções.
Convites devem ser limitados aos nobres essenciais
e funcionários.
-
O Mago Real determina
aquilo que os Altos Cavaleiros e Magos
de Guerra devem
ouvir em sigilo, sob protocolo de extrema
discrição
(2). Sua decisão é comunicada depois ao Mestre
das Listas, ao Sábio Real, e a Coroa, mas não é compartilhada
com nenhum de nós.
8. Recepção
O festim da tarde deve ocorrer no mesmo dia
que a Audiência Real quando possível, com um
jantar em câmara privada, descanso e banho
para as personalidades visitantes entre os
eventos, se necessário. Somente uma lista seleta
de pessoas é convidada.
A recepção consiste de bebidas, conversas,
e entretenimentos leves (menestréis em palcos)
com o objetivo de encorajar uma amistosa confraternização
entre os visitantes e a corte.
-
A família real pode aparecer separadamente
em roupas casuais, sem os paramentos reais,
o que exigirá total segurança.
-
Todas as preparações e oficiais da
corte envolvidos no Banquete de Estado desempenham
funções idênticas aqui.
O braço de Filfaeril é removido do pescoço
de Azoun momentaneamente, e então iremos
ver o que eles descobrem sobre esta misteriosa
passagem secreta no nosso próximo artigo.
Notas de Rodapé:
1. O Mestre das Listas é o arquivista da
Corte Real (um papel desempenhado no palácio
pelos Escribas Reais). Para um exemplo de uma
proclamação, veja a cena de abertura do conto "The
Long Road Home" no livro The Best of
the Realms Book II: The Stories of Ed Greenwood,
publicado pela Wizards of the Coast em 2005.
Aqueles não familiarizados com Cormyr são
avisados que o Palácio Real e a Corte Real
são dois edifícios diferentes em Suzail. O
Palácio permanece nos Jardins Reais, ao norte
da Corte, com o “Lago Azoun” entre eles. Ele
se situa “atrás” da Corte Real, a qual é bastante
escondida da visão do público. A Corte Real é uma
vasta série de edifícios conectados onde a
maioria dos cortesãos trabalha e onde muitos
vivem. Isto é tudo que a maioria dos cormyrianos
vêem do que é coloquialmente chamada de “Corte”,
significando os cargos onde gente bem vestida
aparece diante do monarca ou encontra-se socialmente
com ele ou com funcionários da corte, ou local
onde enfrentam a justiça.
2.“Protocolo
de extrema discrição” pode
ser asperamente traduzido como “espionagem”.
Isto geralmente envolve sigilo e muitos observadores
disfarçados com apoio e supervisão mágica dos
Magos de Guerra. Os espaços para cargos que
requerem esta função são preenchidos na medida
do possível, entre aqueles que têm pronto acesso
via passagens secretas, visores ocultos e assemelhados.

Sobre o Autor
Ed Greenwood é o homem que lançou os Reinos
Esquecidos em um mundo que não os esperava.
Ele trabalha em bibliotecas, escreve fantasia,
ficção científica, terror, mistério e até estórias
de romance (às vezes coloca tudo isto em um
mesmo livro), mas está ainda mais feliz escrevendo
Conhecimento dos Reinos, Conhecimento dos Reinos
e mais Conhecimento dos Reinos. Ainda existem
alguns quartos em sua casa com espaço para
empilhar seus escritos.
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