“Podemos corrigir aquela frase para ‘amedrontado
e privilegiado e em outro lugar’, talvez”,
sugeriu a Rainha Dragão.
“Minha rainha”, O Rei de Cormyr
retrucou, pondo um braço ao redor dela, “seu
desejo, como sempre, me comanda”.
“Bem, agora”, Filfaeril observou,
enquanto o anel de Vangerdhast brilhava vivo, “isto é que é uma
revelação!”
Enquanto Cormanthyr crescia em sua grandeza,
Abrigo de Sember era amplamente deixado para
os elfos insanos ou doentes. O local de nascimento
e partos do reino (onde as crianças élficas
podiam nascer entre as coisas verdes que crescem
e aprender as maneiras das florestas, ao invés
do barulho e confusão de Myth Drannor
ou do cansaço de Tel-quessir doentes
e exaustos) tinha sido movido para Árvores
Emaranhadas, uma comunidade fervilhante dentro
de uma vasta barreira labiríntica de árvores
vivas. A maioria dos elfos que habitava entre
os Picos do Trovão, Mar da Lua, Orla
do Dragão, e Lagoa do Dragão
trazia seus filhos para lá para viverem
em relativa segurança dos adversários.
Elfos muitos frágeis e doentes eram
levados para a remota tranqüilidade de
Abrigo de Sember.
Depois da queda de Myth Drannor (e dos ataques
a Árvores Emaranhadas que deixaram-na
amplamente arruinada e abandonada), a área
recentemente protegida pela névoa do
Abrigo de Sember novamente tornou-se um tipo
de refúgio, com a ajuda de alguns humanos
poderosos e meio-elfos druidas trabalhando
em suas fronteiras. Um destes era Aubaerus,
o Mestre dos Corvos, a quem Silvanus concedeu
uma vida muito longa em troca de sua dedicação
a tarefa. Aubaerus ainda está vivo e
são até hoje, seis séculos
e meio depois de executar seu primeiro auxílio
no “Isolamento do Abrigo de Sember”.
Os elfos receberam uma lição
no conflito em que Cormanthyr foi destroçada — não
importa o quão impressionante e protegido
um assentamento possa ser, ele é um
alvo fixo que os adversários podem por
fim superar com ataques repetidos.
No final do Ano do Destino (714 CV), os mais
poderosos e influentes elfos sobreviventes
de Cormanthyr tomaram a decisão de não
fundar novos assentamentos em Abrigo de Sember.
Ao invés disto, eles adotaram um estilo
de vida nômade. Milhares de árvores-casa
e cavernas-esconderijo foram construídos
por toda a área, ajudada pela tradicional “jardinagem” élfica
dos bosques para moldar o crescimento das árvores
e arbustos em lugares determinados, dando-lhes
as formas desejadas. Desta forma, os elfos
criaram muralhas naturais e emaranhadas que,
em combinação com as irregularidades
do terreno, encaminhavam os intrusos ao longo
de certas rotas por tornar impossível
o movimento em outras direções.
Famílias élficas “dentro
de Sember” moviam-se constantemente,
nunca se aglomerando em grande número,
exceto para responder a intrusos.
Povoamentos existentes tais como Aluiantl,
Llanthorn, e Muirllar foram abandonados. Aluiantl,
que era conhecida por ser conhecida dos adversários
de Cormanthyr, foi até preenchida de
armadilhas para receber os intrusos, e de vales
povoados com animais carnívoros da floresta
a poços de espinhos (magicamente alterados
de espinheiros vivos naturais) e até de
gigantescas quedas preparadas de árvores
imensas e delicadamente equilibradas — e
ainda crescentes!
Bandos errantes aparte, como o liderado por
Alok Lança de Prata, os elfos desapareceram
do contato humano, e uma história espalhou-se
de que eles todos morreram ou foram levados
por grandes malignidades que os espreitavam,
oriundas de magia morta-viva decaída,
doenças, monstros e demônios que
vagam ainda na área. Luvon Mantoverde,
o solitário e visível enviado élfico, ‘confirmou’ estas
ameaças e a retirada de todos, menos
de um punhado de Tel-quessir aterrorizados
ou insanos (repetidamente — e, é claro,
falsamente — informando isto a todos
os que perguntavam para onde os elfos haviam
ido partindo das terras ao leste dos Picos
do Trovão; um engodo que Elminster e
outros aliados dos elfos confirmavam conscientemente).
Rumores foram plantados que magias rastejantes
de mortos vivos se alimentavam e consumiam
itens mágicos élficos e que monstros
rondavam as terras ermas consumindo moedas
ou gemas, desencorajando assim caçadores
de tesouros.
Até hoje, não existem assentamentos
permanentes (ao menos, da forma como os humanos
entendem o termo) em Abrigo de Sember. Um viajante
não observador e descuidado que atravessasse
a região poderia até mesmo pensar
que se tratava de um lugar de natureza intocada — mesmo
que se caminhasse embaixo de muitos dos literalmente
milhares de trazaethe sobre sua cabeça.
(Trazaethe é uma palavra ás vezes
expressa como trazaith, significa “casas
vivas das árvores”. Ela se refere às
habitações tamanho família
que consistiam de câmaras ligadas por
galhos superiores, intrincados e vivos, de árvores
grandes).
Um aglomerado de habitações élficas
(sempre ligadas por pontes de cordas, cordas
ou escadas) de tamanho igual ao de uma aldeia
ou de uma pequena vila é conhecido como
um miior (flor compartilhada). Abrigo de Sember
continha centenas de miior. Diferentemente
de outros assentamentos no solo, entretanto,
estes eram ocupados somente de tempos em tempos.
Como resultado de seus estilos de vida, os
elfos de Sember conhecem intimamente as localizações
precisas de não somente marcos e trilhas,
mas de habitações, armadilhas,
e milhares de locais escondidos (principalmente
em árvores, mas também em fendas,
cavernas na floresta e até em porões
cobertos por vegetação de edifícios
hoje desaparecidos). Os elfos de Sember têm
muito poucas posses. Seus adornos geralmente
têm dupla função caso sejam
itens do dia-a-dia ou tripla função
caso sejam itens mágicos. Por exemplo,
um pingente de gemas pode funcionar como lente
de aumento, ter uma cavidade oculta para carregar
pó mágico ou medicinal, e ter
os poderes de uma lanterna da revelação,
um amuleto de proteção contra
veneno, uma pérola do poder, ou um medalhão
de pensamentos. Os elfos de Sember sempre sabem
os locais mais próximos onde as armas,
magias, comida e outros suprimentos (bandagens, água
limpa, talas, mantos, cobertores e camas de
lona) estão armazenados.
No nosso próximo artigo, iremos
descobrir onde o Rei e a Rainha de Cormyr terminaram
e explorar outra faceta do Conhecimento dos
Reinos com eles.

Sobre o Autor
Ed Greenwood é o homem que lançou os Reinos
Esquecidos em um mundo que não os esperava.
Ele trabalha em bibliotecas, escreve fantasia,
ficção científica, terror, mistério e até estórias
de romance (às vezes coloca tudo isto em um
mesmo livro), mas está ainda mais feliz escrevendo
Conhecimento dos Reinos, Conhecimento dos Reinos
e mais Conhecimento dos Reinos. Ainda existem
alguns quartos em sua casa com espaço para
empilhar seus escritos.
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