Filfaeril suspirou. "E aonde o
brinquedinho de Vangey nos enviou agora?"
Azoun piscou para ela. "Bem, isto é
obviamente um telhado, e como também
é óbvio, estamos em Arabel –
veja esta série de lâminas de neve,
se projetando das telhas de ardósia?
Elas cortam a neve depositada em fatias, e assim
o acúmulo de toda uma face do telhado
nunca cai de vez nas ruas quando o degelo chega,
evitando um grande deslizamento que poderia
matar dezenas ou então despedaçar
ou enterrar carroças."
"Dragão do meu coração,"
disse Filfaeril gentilmente, voltando a fitar
o seu lorde com uma conhecida expressão
em seus olhos, "você entendeu minhas
palavras, mas não o significado. Eu estou
ciente de que isso é um telhado, e não
me importo nem um pouco onde nos reinos ele
é mais comum. O que eu realmente estou
é: como, por todos os hobgoblins felizes
que dançam nas Terras Rochosas, nós
vamos descer daqui?”
"Ah", o Rei concordou contente. "Ah,
sim. Uh-hum..."
Ele piscou de novo, e voltou-se vagarosamente
para observar tudo em volta, e com uma expressão
esperançosa em sua face que dizia a toda
a Arabel que o rei esperava uma resposta para
esta questão espinhosa, com relação
a pular daquele telhado e se apresentar. Preferivelmente
antes da noite cair.
Aventureiros sempre são vistos em perseguição
pelos telhados, escondendo-se nos telhados,
ou pulando pelos telhados. Ajuda saber se quando
pular em um fará você cair através
dele – ou escorregar impotente, até
cair na rua abaixo.
Muitos telhados possuem clarabóias (geralmente
muito bem fechadas pela parte de dentro –
com barras cruzadas deslizando em feixes de
metal ou madeira, correntes ou mesmo com grandes
parafusos apertados em barras diagonais –
que previnem que intrusos venham de cima, se
esta pessoa não estiver usando um machado
ou uma chuva de meteoros), conectando
o sótão às armações
do telhado. Este acesso permite reparos na chaminé
e no telhado, e um lugar para os moradores esconderem
itens de valor.
Nos Reinos, colocar quantidades de moedas em
cofres metálicos escondidos em nichos
localizados na parte da chaminé próxima
ao telhado (sempre ocultos em pedras soltas),
é um dos truques favoritos, ficando em
segundo lugar em popularidade em relação
a se por valores sob as tábuas do piso
ou enterrados no piso poeirento do porão,
porém sendo mais popular que enterrar
um cofre em um bosque próximo (ou no
pasto, ao longo de uma cerca).
Alguns poucos e sólidos edifícios
antigos têm vigas ou suportes nos telhados
grandes o suficiente para permitir que cavidades
escondidas sejam colocadas dentro deles: os
que quiserem procurar são aconselhados
a olhar para construções duplas
(colunas colocadas lado a lado ou se tocando).
Uma será inquebrável e faz parte
da estrutura, e a outra irá conter locais
escondidos, freqüentemente em uma “frente
falsa” removível.
Telhados das cabanas rurais de troncos são
armações com madeira trançada
(em filas de triângulos com vigas internas)
que repousam em paredes laterais de troncos,
e um poste no centro dos cômodos que as
sustentam. Estes postes são freqüentemente
apertados, para firmar a estrutura, com cunhas
de madeiras encaixadas entre o topo do poste
e as fileiras de vigas.
Telhados são cobertos tanto com troncos
selados com musgos e ardósia, ou com
troncos (as vezes vistos em cortes longitudinais,
em forma de “metade de círculo”)
usados como base, cobertos com ardósia,
e coberto novamente com pedaços de madeira
ou palha. Ardósia ou telhas são
muito pesadas e caras, o que faz o seu uso quase
inteiramente urbano, exceto nas soleiras das
portas ou nas mesas das casas de fazenda –
ou no topo dos edifícios mais robustos
(como templos ou fortes, onde se proteger dos
efeitos de projéteis de fogo pode ser
uma preocupação), em áreas
próximas de jazidas desta pedra.
Ventanias severas podem acarretar a ruína
de quase qualquer tipo de telhado, mas os de
telha ou ardósia podem se converter em
mísseis mortais quando os pinos de madeira
que os seguram perdem a batalha contra a tempestade.
Magos de guerra veteranos sabem como usar feitiços
explosivos para despejar deliberadamente em
um grupo de inimigos pesados e pontiagudos pedaços
de ardósia do telhado ou cacos de telhas
afiados como adagas.
Telhados de palha são comuns onde os
pântanos próximos podem prover
os juncos necessários. Onde construtores
qualificados deste tipo de telhado estão
ausentes, camadas espalhadas de lama mantêm
o telhado de palha precariamente construído
livre de ser soprado pelo vento, ou de vazar
copiosamente a cada chuva forte.
As habitações mais pobres têm
telhados cobertos com grama, freqüentemente
plantadas com trepadeiras espinhosas que mantém
o solo para que este não seja levado
pelos ventos quando estiver seco, e para desencorajar
animais a fazer dele sua toca. Exceto por um
sótão baixo criado pelas tábuas
que cruzam as vigas das treliças do telhado,
e subpisos, quando a casa é construída
em um terreno em declive, as casas de fazenda
quase sempre têm apenas um andar térreo,
e nunca qualquer tipo de “topo”
habitável (nós poderíamos
dizer “andar superior”). Por contraste,
a maioria das tavernas e estalagens tem extensos
sótãos, usados para armazenagem
de baús de viagem, mobília em
reparos ou excedente, e para os seus servos
dormirem (para aqueles que não dormem
na cozinha ou estábulo), apenas porque
suas treliças são muito maiores.
Estas treliças grandes permitem as pessoas
ficarem de pé nestas salas desde que
a área tenha altura suficiente.
Excitante, hein? Então, corajosamente,
nós investigaremos canos de esgoto da
próxima vez. Ah...e chaminés.
Para não falar das cercas de fazenda.
Desafios perigosos são estas cercas e
um aventureiro prevenido é um aventureiro
formidável.

Sobre o Autor
Ed Greenwood é o homem que lançou os Reinos
Esquecidos em um mundo que não os esperava.
Ele trabalha em bibliotecas, escreve fantasia,
ficção científica, terror, mistério e até estórias
de romance (às vezes coloca tudo isto em um
mesmo livro), mas está ainda mais feliz escrevendo
Conhecimento dos Reinos, Conhecimento dos Reinos
e mais Conhecimento dos Reinos. Ainda existem
alguns quartos em sua casa com espaço para empilhar
seus escritos.
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