A Realidade
Elminster descobriu que a verdade sobre
as Moedas Gentis é certamente agradável.
Ele apelou para seu senso de bondade e sua esquisitice,
e não tem a intenção de
revelá-la para ninguém.
Ele ainda ajudou a doadora das moedas dando-lhe,
de suas próprias provisões de
magia, um anel da invisibilidade, um
anel de telecinésia e uma varinha
fantasma, detalhados no Guia de Armas
e Equipamentos (Arms & Equipment
Guide). Elminster os deixou sob o travesseiro
da doadora depois de aparecer em seus sonhos
como dois olhos prateados, e dizer-lhe seus
poderes e como usá-los cada vez que fosse
fazer suas doações. Ela está
fazendo isto, acreditando que os itens vieram
da deusa Sêlune.
A “Moedas Gentis” não é
uma liga de viúvas ricas que contrata
ladrões afinal, mas uma mulher solitária
de cerca de trinta invernos, Jaranthra Wynkle
(CB humana Mag2). Solitária, muito educada
e eloqüente, e muito simples em sua aparência
pessoal, roupas e comidas preferidas, ela é
a única filha de Randurass Wynkle.
Randurass fez uma vasta fortuna, criando e vendendo
vários seladores para barris, convés
de embarcações e velas de navios
(como o “urlog” e o “remenda-sempre”,
e a cola que fixa o remenda-sempre, a “pára-sombras”).
A Maioria destas “fórmulas secretas”
deixaram de ser usadas, já que eram caras
e duravam somente uma estação,
na melhor das hipóteses. Randurass afogou-se
em um naufrágio saindo do Portal de Baldur
em 1369 CV, quando estava em uma viagem de negócios
(seu corpo foi recuperado e identificado). Sua
morte veio catorze anos depois de sua desagradável
e arrogante esposa Ammura perecer de febre.
Randurass deixou cerca de 6 milhões de
peças de ouro e vinte e três propriedades
de aluguel em Athkatka e Berdusk para sua única
filha, Jaranthra.
Jaranthra prontamente encontrou-se romanticamente
assediada pela maioria dos camaradas de bebida
de seu pai e associados nos negócios,
um grupo misto de homens ávidos duas
décadas mais velhos e de outros grosseiros,
de gostos não sofisticados.
Ela corretamente compreendeu que sua repentina
atratividade nada tinha a ver com a sua aparência,
sua fala e suas maneiras, mas se baseava somente
em sua situação como uma herdeira
solteira e estupidamente rica. Escondendo seus
títulos de propriedade e algum de seu
“dinheiro para despesas” em dois
caixões novos e selados, Jaranthra converteu
o resto das moedas de seu pai em gemas. Contratando
dois bandos de aventureiros (um para vigiar
o outro e prevenir uma traição)
como seus guarda costas, ela deixou Athkatla
em direção a Saerloon, comprando
caros vinhos como uma “carga de despiste”
e (com um bigode falso) posando de mercador
de vinhos. Comprando carroças para embarcar
os caixões e o vinho (os caixões
escondidos em duas caixas de vinho especialmente
construídas), ela uniu-se a uma caravana
que seguiu terra adentro.
Uma vez que alcançou Saerloon, Jaranthra
despachou seus acompanhantes (mas os deixou
com o vinho – exceto por duas caixas “especiais”
– e as carroças), livrou-se do
seu disfarce, e alugou um quarto em uma casa
de festas, onde contratou uma madame para incrementar
sua aparência com cosméticos. Como
havia previsto, o resultado fez Jaranthra parecida
com um monte de matronas sembianas idosas tentando
encobrir sua falta de beleza. Ele mudou-se para
Selgaunt e misturou-se bem, comprando muitas
propriedades sob vários nomes falsos,
e tornando-se uma senhora de muitas terras.
A fascinação pessoal de Jaranthra
sempre foi o estudo dos portais, e um dos momentos
mais excitantes de sua vida foi encontrar um
antigo diário em uma loja de Selgaunt
que também era um guia para um segredo
de um mercador morto a muito tempo: um trio
de ligações entre portais
antigos que este havia descoberto e que o permitia
entregar rapidamente e disfarçadamente
pequenos itens, documentos e mensagens (por
preços muito salgados). Esta informação
estava sob um difícil feitiço
de ocultamento e ela nunca suspeitaria de nada
se o encanto não estivesse desvanecendo.
O segundo momento de excitamento foi descobrir
que os portais ainda existiam, funcionavam
e aparentemente havia sido esquecido por outras
pessoas. Ela sozinha usa uma ligação
entre um depósito em Suzail e um telhado
em Arabel; uma entre outro depósito em
Suzail e uma pequenina ilhota rochosa em um
charco dentro de uma floresta próxima
a Everlund; e, passando por um determinado caminho
por um trio de árvores próximas
umas das outras (de onde se avista o charco)
em Everlund, chega-se a uma ligação
com um beco sem saída escuro em Águas
Profundas.
Ela comprou os dois depósitos em Suzail,
o edifício abaixo do telhado em Arabel,
e três construções em Águas
Profundas agrupadas no fim do beco (que permitiu
a ela fechá-lo), e agora vive em Suzail,
Águas Profundas, Arabel e Everlund, usando
os portais para mover-se entre estas cidades.
Ela não deseja revelar este segredo para
ninguém, por nenhum pagamento.
Elminster não se importou em revelar
onde suas moedas estão escondidas ou
quem as guarda ou a própria Jaranthra.
Ele anda está tentando descobrir como
ela aprendeu que seu prazer na vida seria dar
presentes anônimos, sorrateiros e inesperados
em forma de moedas para aqueles que necessitam.
Ele suspeita que ela ajude lojistas e artesãos
porque seu pai fez milhões explorando
tais pessoas, mas isto é somente um palpite.

Sobre o Autor
Ed Greenwood é o homem que lançou os Reinos
Esquecidos em um mundo que não os esperava.
Ele trabalha em bibliotecas, escreve fantasia,
ficção científica, terror, mistério e até estórias
de romance (às vezes coloca tudo isto em um
mesmo livro), mas está ainda mais feliz escrevendo
Conhecimento dos Reinos, Conhecimento dos Reinos
e mais Conhecimento dos Reinos. Ainda existem
alguns quartos em sua casa com espaço para empilhar
seus escritos.
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