Peixe Grande
Os mais terríveis vilões
das lendas e baladas são arquimagos,
liches, monstros fortemente inteligentes, e
outros seres possuindo magias poderosas, habilidades
excepcionais, ou que estão livres das
necessidades divididas por muitos.
Além destes, os mais perigosos (e bem
mais freqüentemente negligenciados) vilões
encontrados realmente nos reinos são
pessoas de alguma prosperidade e intelecto afiado,
que não possuem necessidades financeiras
desesperadas para se arriscarem em pequenos
roubos ou trapacear e furtar constantemente,
mas, ao invés disto, dispõem de
recursos para planejar elaboradamente, e agir
lenta e pacientemente, até que o momento
correto para ações audaciosas
ocorra.
Pessoas que têm tempo para aprender detalhadamente
sobre suas vítimas (e mesmo tornarem-se
amigas daqueles que pretendem enganar) freqüentemente
obtêm grande sucesso como raptores de
nobres (prendendo herdeiros, amados ou mesmo
chefes de Casas, em troca de resgates) ou manipulando
membros da nobreza, chefe de guildas, e mercadores
do tipo “peixe-grande”, como os
proprietários de frotas navais. Manipuladores
geralmente procuram ofícios nobres e
títulos para si próprios, ou a
adoção de políticas oficiais
que os enriqueçam (graças às
posses ou aos negócios que já
tenham adquiridos). Por exemplo, fazer com que
um rei deseje uma marinha irá enriquecer
somente os comerciantes locais e de confiança,
que fornecem navios, cordas, madeira adequada
para a construção naval, assim
como os próprios construtores. Controle
a maioria destes ofícios e quaisquer
embarcações adequadas que possam
ser compradas para o início da marinha
e sua fortuna estará feita.
Manipuladores trabalham pacientemente para “aconselhar”
governantes, ou herdeiros de governantes, ou
orientar os resultados das decisões para
seus próprios benefícios. Eles
geralmente gastam fundos para subverter pessoas
de importância, não apenas usando
propinas e extorsões, mas freqüentemente
por meios mais sutis como fingir amizade e dar
presentes. Mais de um nobre de Cormyr usaram
estes últimos métodos tão
bem que possuem bajuladores que voluntariamente
os avisam de ataques ou investigações
vindouras, sem que haja um sentimento de obrigação,
mas de amizade.
Manipuladores freqüentemente arranjam vias
longas e tortuosas para enriquecer a si próprios,
tais como se unir a consórcios comerciais
e depois preparar “acidentes” para
derrubar seus sócios, mantendo-se como
“inocentes” e o mais devagar possível
quanto à busca da sucessão para
aliviar suspeitas. Por mais que se mantenham
longe das mortes e da má sorte, eles
movem-se inexoravelmente um passo a frente para
herdar tudo, ou para envolver-se no controle
de algo de interesse – algo que esteja
concentrando poder financeiro em uma terra,
cidade ou região.
Alguns manipuladores em Amn até mesmo
conseguiram secretamente um quase monopólio
de suprimentos de certas mercadorias em uma
área, e assim puderam lentamente fixar
(aumentar) os preços.
Um deles fez isto tão primorosamente
que, quando se sentiu em dificuldades e um rival
tentou arruiná-lo através de leis
que passaram a forçá-lo a vender
seus negócios, ele (soluçantemente)
os vendeu para si mesmo – ou melhor, para
uma dezena de firmas rivais das quais ele, através
de uma série de “encarregados”
que nada sabiam de seu chefe máximo,
estava por trás.
Manipuladores realmente bons que se tornam amigos
de nobres freqüentemente mostram-se seus
confidentes de confiança quando querem
começar a arruinar estes mesmos nobres:
desavisado sobre quem seu inimigo realmente
é, o nobre volta-se cada vez mais para
os conselhos e o apoio de seu “leal amigo”.
Liches e outros mortos vivos geralmente precisam
manipular outros para conseguir itens de seu
passado, ou libertar suas criações
usadas como serviçais – e todos
os manipuladores acham utilidade em contratar
aventureiros e pessoas comuns para fazer “o
trabalho sujo” e para provê-los
com materiais que podem ser usados incriminá-los
quando a verdade sobre seus crimes vier à
tona. Manipuladores geralmente acham a disseminação
estratégica de rumores armas mais efetivas
do que facas afiadas usadas em becos.
Bons manipuladores sempre planejam uma maneira
de se safarem caso as coisas dêem erradas:
muitos deles têm planejado seu próprio
cadafalso, mortes falsas, ou o podem simplesmente
“desaparecer” e escapar. Além
disso, rumores de um fora da lei desaparecido
e a espreita pode ser uma poderosa arma contra
um governante, ou (através do medo) pode-se
forçar as pessoas a certos preparativos
ou a mesmo a fugir. Nos dias do princípio
do Zentharim, Manshoon espalhou rumores de sua
própria morte várias vezes para
ver quem iria fazer o quê na luta para
assumir o controle da Rede que ele criou. Não
somente fez muitos rivais eliminarem uns aos
outros, como pode atacar aqueles que fizeram
tolices depois que apareceu do seu esconderijo
(de onde observava tudo).
Como Storm Mão Argêntea freqüentemente
diz aos jovens Harpistas: “Nós
caçamos e bradamos atrás do homem
que rouba nossa cesta de ovos. O ladrão
mais esperto é o homem que nos manipula
para comprar as mercadorias que precisamos em
sua loja e nos cobra em excesso uma peça
de cobre a cada vez que fazemos isto. Ele tira
muito mais de nós, sem ter de fugir para
lugar nenhum ou sofrer com nossa fúria.
De fato, às vezes nos o exaltamos por
este nos fornecer aquilo que queremos ou precisamos,
e nunca olhamos além de seu sorriso convidativo.”
Leia mais sobre vilões no livro Champions
of Ruin (Campeões da Ruína),
suplemento para os Reinos Esquecidos.

Sobre o Autor
Ed Greenwood é o homem que lançou os Reinos
Esquecidos em um mundo que não os esperava.
Ele trabalha em bibliotecas, escreve fantasia,
ficção científica, terror, mistério e até estórias
de romance (às vezes coloca tudo isto em um
mesmo livro), mas está ainda mais feliz escrevendo
Conhecimento dos Reinos, Conhecimento dos Reinos
e mais Conhecimento dos Reinos. Ainda existem
alguns quartos em sua casa com espaço para empilhar
seus escritos.
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