Taxas, Impostos e Como Evitá-los
Além das taxas de licença
para comerciar, por animal ocupando estábulos
e por “passagem pelo portão”
e de “embarque” de mercadorias,
a maioria das cidades sembianas coletam uma
“taxa por cabeça” anual dos
seus residentes, independentemente de lhes prover
ou não serviços em troca.
Tais taxas vão de 1 PP pelo aluguel de
um quarto de solteiro em uma casa alta ou pela
posse de uma minúscula cabana, aumentando
para 1 PO para o arrendatário de um piso
de uma casa alta, até 3 ou 5 PO taxados
aos proprietários de uma casa alta. Taxas
para mansões de qualquer tipo começam
com um valor maior que o triplo destas quantidades
(18 PO por ano é a mais barata taxa cobrada;
geralmente cobra-se 25 PO ou acima disto para
uma casa grande ou mais por algo com grandes
pátios ou construções externas).
Então, apesar de Melvos Forjaestrelas
poder certamente manter uma grande mansão,
ele não quer propagar seu sucesso tão
audaciosamente (para ladrões ou conspiradores
que queiram “espremê-lo” ou
“afaná-lo”, por agir contra
suas atividades mercantis, até que suas
perdas o forcem a vender tudo para eles). Então
ele mantém sua casa alta, e vive quietamente
– mas muito ativo – dentro dela,
visitando sua chácara no interior a cada
semana, ficando por até seis noites nos
meses mais quentes (a menos que doenças,
distúrbios na cidade ou hostilidade de
adversários comerciais façam uma
ausência maior aconselhável).
A Casa Forjaestrelas fica no lado oeste da Rua
Sundultarm, em uma das melhores darths do nordeste
de Saerloon – uma vizinhança conhecida
como Vento Uivante. Esta vizinhança tem
este nome por causa do barulho criado quando
qualquer coisa mais forte que uma brisa sopra
sobre as delgadas estátuas que decoram
os topos dos telhados e as ornamentações
das estruturas maiores e mais altas.
Existem taxas em Sembia para transferência
de escritura, registro de navios e para centenas
de outras pequenas coisas, mas não há
uma taxa geral sobre o lucro ou algo que tribute
os negócios privados. Como a maioria
dos sembianos, Melvos Forjaestrelas está
ciente de todas as taxas aplicáveis e
os detalhes dos regulamentos a respeito de seus
cumprimentos, e habilmente arranja seus contatos
para escapar da maioria deles. Uma boa maneira
de irritar um sembiano é tentar expandir
interpretações sobre quando uma
taxa particular é aplicável ou
deve ser paga.
Lucros são maiores, é claro, se
as mercadorias são importadas ou exportadas
sem pagar a passagem pelo portão ou as
taxas portuárias (particularmente no
caso de alguns tipos de itens como armas ou
objetos mágicos, sobre os quais as maiores
taxas são cobradas). Quase todo sembiano
velho o suficiente para andar e falar é
culpado de evitar abrir mão de algumas
moedas escondendo certa quantidade de mercadorias
(pagando o que é de direito por duzentos
e quarenta e dois potes, por exemplo, mas na
verdade embarcando duzentos e quarenta e oito),
mas poucos arriscam estimativas falsas (encobrindo
armas com uma camada profunda de potes e afirmando
que a carroça está somente repleta
de potes) ou omitem carregamentos inteiros.
Isto provavelmente não se deve a falta
de audácia ou excesso de honestidade,
mas meramente ao fato de que poucos sembianos
possuem ou podem sustentar o aluguel de mais
de um navio mercante, ou mover potes (ou armas)
suficientes para fazer a fraude valer a pena.
A maioria dos sembianos, incluindo Melvos Forjaestelas,
não tem interesse em pagar ao governo
mais do que o mínimo de impostos e taxas
que forem inevitáveis, e operam em um
ambiente mercantil onde a privacidade sobre
seus próprios negócios é
boa prática e hábito diário
(a não ser quando chega a época
de comentar sobre triunfos e fazer chacota sobre
erros, depois que estes se tornam história).
A maioria dos “bons comerciantes”
(um termo sembiano para qualquer um com dom
para negócios, o que compreende pelo
menos nove entre dez sembianos) tem alguns segredos
que são ansiosamente escondidos das autoridades,
rivais comerciais, vizinhos que querem fazer
algumas pratas vendendo informações
sobre o que ouvem e vêem e de membros
da família.
Neste respeito, Melvos Forjaestrelas é
um comerciante muito bom. Ele não se
importa em esconder seu negócio de fabricação
de vinhos (das rudes safras dos Vales até
a exportação em pequenos barris
para os portos do Mar Interno como o barato
e refrescante “alivia garganta”)
ou seu negócio paralelo de consertar
telhados em Saerloon, seu investimento em uma
loja de sapatos dirigida pelo filho de um amigo
(a Pés Finos de Olanthiir, na rua Scorneel)
ou sua sociedade, via um anel de moedas
de nove investidores (nós poderíamos
dizer um cartel ou holding)
chamada a Palma Cheia de Sundul, e duas casas
altas de aluguel na Rua Pranthar.
Entretanto, ele se mantém muito quieto
sobre os seus outros interesses – as “poucas
coisas escondidas” que lhe trazem cinco
sextos de seus lucros.
No próximo artigo dê uma olhada
em algumas práticas comuns em Sembia
– incluindo algumas clandestinas –
nas quais um típico mercador como Melvos
se engaja.

Sobre o Autor
Ed Greenwood é o homem que lançou os Reinos
Esquecidos em um mundo que não os esperava.
Ele trabalha em bibliotecas, escreve fantasia,
ficção científica, terror, mistério e até estórias
de romance (às vezes coloca tudo isto em um
mesmo livro), mas está ainda mais feliz escrevendo
Conhecimento dos Reinos, Conhecimento dos Reinos
e mais Conhecimento dos Reinos. Ainda existem
alguns quartos em sua casa com espaço para empilhar
seus escritos.
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