A grande Faerûn não sabe ainda, mas uns poucos
membros da jovem geração de elfos procuram algo
diferente da corrente atividade dos seus semelhantes
nos últimos milhares de anos, ou mais. Eles
estão tentando descobrir um novo reino élfico.
Jovens de todas as raças e descendências se
tiverem a chance, se reúnem sem a presença de
nenhum adulto para discutir seus planos para
o futuro, seus sonhos de como o mundo a sua
volta deverá ser, e sua esperança (e medos ocultos)
de como tudo vai se passar.
No inicio da primavera do Ano de Tankard, em
um canto da Cidade dos Mortos em Águas Profundas
(que além de hospedar funerais e enterros, nota-se
também que é utilizado pelos cidadãos como um
parque, local para almoçar, debates e reuniões,
encontros secretos de amantes, pratica de exercícios,
disputa de duelos, menestréis - e aqueles que
um dia almejam ser um - em performance, e mais
uma diversidade de outras coisas), quatro elfos
da lua ainda na flor da idade se encontram para
um lanche vespertino regado a geléia de mintberry
(trazido por Oenel da loja de seus pais), queijo
duro (comprado de uma caravana proveniente das
terras atrás de Tethyr), e um vinho tinto brando
(feito em Neverwinter, comprado na Almaeko Importações,
situada na Estrada do Dragão - e universalmente
chamado de "sublime" pelos quatro amigos).
Todos os quatro cresceram em Águas Profundas,
morando com seus pais proprietários de lojas
e ouvindo contos de profundas e verdejantes
florestas e terras incólumes dos calçamentos
de pedra e rodas de carruagens e barulhos e
sujeira, mas tocada apenas por poucas famílias
em incursão para os arredores de Ardeep, para
o topo do Rochedo da Tumba da Virgem, e, para
a agora desaparecida alameda de árvores ao longo
da estrada entre Águas Profundas e Rassalantar.
Eles contaram histórias de grandes reinos élficos
que floresceram antes "da maré de humanos e
orcs que chegou já conflitando entre si, passando
por cima de todos que estavam no meio da contenda".
E sonharam correndo livres pela floresta, longe
de toda a multidão e mau cheiro, e o sempre
constante aperto, por espaço, para realizar
vendas, para ganhar umas poucas moedas, e enfim,
aperto por um pouco de tempo e lugar para a
solitude. As melhores noites eram aquelas tomadas
pela suave névoa marítima e os céus repletos
de fulgentes estrelas, quando a cidade dava
a impressão de uma quietude, as pessoas iam
aos telhados e levantavam os olhares, narrando
contos sob vozes silenciosas, e sonhavam...
Estes quatro queriam fazer de seus sonhos realidade.
Ou melhor, o sonho: uma nova terra para os elfos,
em algum lugar, onde eles poderiam viver. Um
lugar que possam chamar de próprio, um lugar
o qual se possa orgulhar, um lugar onde todos
eles possam se refugiar quando todos os humanos
que falam dos elfos como "povo em extinção"
que eram "muito delicados e fracos para conquistar
qualquer lugar, e então fogem e fogem novamente,
até que tenham que quase fugir dos lugares para
correr e se esconder". Oh, estariam os elfos
na posição de ter que construir uma vida de
sucesso em Águas Profundas, como o notório Elaith
Serpent - mas quem gostaria de algo assim? Para
se tornar mais inescrupulosos e ávidos do que
os humanos, somente para conquistar um lugar
entre eles?
Sobre estas coisas, e muito mais, o quarteto
conversou naquela tarde, estimulados pelo vinho,
até que um deles - Tasar Taurntyrith - olhou
para seu reflexo na garrafa, ondulado, e disse,
"Se humanos são como este saurot [taint-rot,
no moderno idioma élfico], não é de se estranhar
que eles pensam e agem como tais!".
Neste ponto Rauvelore Bhephel contraiu sua face
ferozmente e olhou para seus amigos ao redor
e falou, "Mas é isso! Os humanos agem, eles
vão ao intuito e fazem as coisas! Maethe [talvez,
no idioma élfico moderno, uma palavra agora
usada em idioma comum] cabeçudos, destroem as
coisas... mas eles o fazem mesmo, e concluem
com êxito algumas coisas! Sempre que nossa blesséd
[família imediata, a contração de "most-close-blesséd-kin"]
faz algo audaz, nada mais que 'Isto é a coisa
mais inteligente a se fazer'? Como deveríamos
nós, falar sobre isto ou aquilo, quando nossos
clientes tagarelam na loja? Como se isto é o
melhor que os aethen [outros, moderno idioma
élfico para os não-elfos] nos vêem? ".
Os olhos de Nremyn Sarsantyr brilham de excitação
com as palavras do seu amigo, e ele suspende
a mão pedindo silêncio... Mas quando o faz,
acena com a cabeça lentamente e apenas diz,
"Você fala a verdade, Rauve".
Oenel Mrhulaedir, que nunca usa duas palavras
quando uma seria o suficiente, diz calmamente,
"Vamos fazer isto. Por favor".
Whereupon Tasar se inclina para frente e fala
excitadamente, "Estou pensado muito sobre tudo
isso, e estou ansioso para ver este sonho se
tornar real. Eu quero viver em um novo reino
para nosso povo - a magnífica terra da Árvore
do Alvorecer!".
Leia mais sobre os candidatos a fundadores
de Árvore do Alvorecer no próximo artigo.

Sobre o Autor
Ed Greenwood é o homem que lançou os Reinos
Esquecidos em um mundo que não os esperava.
Ele trabalha em bibliotecas, escreve fantasia,
ficção científica, terror, mistério e até estórias
de romance (às vezes coloca tudo isto em um
mesmo livro), mas está ainda mais feliz escrevendo
Conhecimento dos Reinos, Conhecimento dos Reinos
e mais Conhecimento dos Reinos. Ainda existem
alguns quartos em sua casa com espaço para empilhar
seus escritos.
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