Alguns faerunianos do continente dizem que humanóides
e outras criaturas maiores, muitas delas com
membros extras e estranhos poderes, habitam
a oculta e raramente visitada ilha reino de
Nimbral. Ainda há outras histórias sobre exuberantes,
profundas e intermináveis florestas habitadas
por elfos (ou seres como eles) que podem se
tornar invisíveis e se teleportarem quando
quiserem. As histórias contam que os habitantes
atormentam os intrusos com feitiços e repentinas
"estocadas vindo de lugar nenhum", com lâminas
envenenadas. Alguns povos de Faerûn acreditam
que Nimbral é uma ilha de mulheres cruéis que,
através dos séculos usando feitiços em seus
recém nascidos, conseguiram mudar suas raças
e ganharem caudas e membros extras, além de
habilidades mágicas inatas. Estes seres supostamente
habitam em Nimbral sob o comando das bruxas
e usam portais para alcançar certas florestas
do continentes e cidades onde procriam com homens
que nunca desconfiam de suas verdadeiras naturezas
e origens. Ainda há outros que acham que a ilha
serve como uma colônia secular para poderosos
e disciplinados arcanos que usam feitiços e
criaturas encantadas para afastar intrusos e
espalhar histórias fantásticas (com as anteriores)
sobre o que realmente existe em Nimbral.
A maioria das histórias de Nimbral concordam
em duas coisas, entretanto: em suas florestas
profundas e verdes (matas temperadas dominadas
por árvores altas e sombrias como carvalhos
e olmos) e na Caçada Voadora, cavaleiros de
armaduras de vidro que cavalgam pegasi (*) e
chamam o local de lar. Lendas sobre este esplêndido
espetáculo aéreo deu a Nimbral seu apelido mais
famoso no continente: o Reino da Caçada Voadora.
Alguns nomeiam a ilha como o Paraíso Marinho,
pois seus pequenos portos servem de refúgio
nas tempestades para marinheiros cansados a
oeste das rotas marítimas ao longo da península
de Chult, e que partem para a aparentemente
extensão sem fim do oceano não mapeado.
Muitos habitantes do continente tiveram a existência
da Caçada Voadora dramaticamente provada no
Ano do Escudo, quando uma Caçada Voadora voou
através do Mar Sem Rastros e atacou navios piratas
nas Ilhas Nelanther -- a primeira destas incursões
que se tem memória. Eles deixaram vários navios
fora da costa de Tethyr em chamas e a deriva,
com suas tripulações massacradas. Muitos nas
terras costeiras louvaram este feito, mas as
ações da Caçada Voadora despertaram a insegurança
em saber qual seria o próximo alvo e que terras
estariam a salvo de seus ataques. Navios voadores
da terra de magos de Halruaa velejaram os céus
até Nimbral logo após esta incursão. Alguns
pensaram que os magos governantes da Terra dos
Navios Voadores queriam desencorajar, em uma
discussão face-a-face, qualquer possibilidade
dos nimbraneses se tornarem algum tipo de piratas
aéreos, saqueadores da costa ou conquistadores
de terras.
O que seguiu-se destas conversas permaneceu
desconhecido, mas rumores entre os marujos nos
portos acima e abaixo da Costa da Espada e no
Mar Reluzente sugerem que os nimbraneses estariam
se vingando de ataques piratas e não começando
qualquer campanha de ataques ou expansão. (Entretanto,
outros marinheiros noticiaram ter encontrado
cavernas em ilhas pequenas e isoladas com tropas
nimbranesas e com penas de pegasus, rações para
montarias, e "cartas estelares" para auxiliar
em vôos noturnos. Além disso, escravistas calishitas
costumam insultar a Caçada Voadora como inimigos
cruéis e bandidos, culpando-os por muitos desaparecimentos
e "estranhas doenças" (um termo local para má
sorte), sugerindo uma história de conflito entre
os nimbraneses e todos aqueles que vêm capturar
escravos em seus limites.
O povo de Nimbral parece auto-suficiente e não
enviam navios regulares para comerciar com a
Faerûn continental. Alguns marinheiros e sábios
das terras do interior de Faerûn acreditam até
que esta terra é puramente lendária, outros,
como os monges do Forte da Vela, anseiam por
mais informações sobre esta ilha remota e reclusa.
Os eruditos, por sua vez, aplicam o termo "nimbranês"
para designar coletivamente o povo da ilha,
"nimbrano" para designar suas profissões, estudos,
crenças e costumes e "nimbriano" para os itens
feitos por eles. Sendo assim, um Cavaleiros
da Caçada Voadora é um nimbriano, vestindo uma
armadura nimbriana e membro do povo nimbranês.
A história de Nimbral permanece obscura em sua
grande parte, mas sabe-se que os elfos da lua
colonizaram esta ilha florestal de feras selvagens
a muito tempo atrás, e que eles, mais tarde,
recepcionaram humanos de Halruua que (ao contrário
da maior parte deste reino comandado por magos)
devotavam Leira, deusa das ilusões. Casamentos
interraciais tornaram-se comuns. Os elfos que
não desejaram viver tão próximo aos humanos
gradualmente partiram, até que não existissem
mais quase nenhum elfo de sangue puro. Não há
registro de conflito entre elfos e humanos habitantes
de Nimbral, talvez por que nenhum dos dois grupos
raciais tem sido suficientemente numeroso para
superpovoar a ilha.
Leia mais o que os olhos vêem primeiro em
Nimbral no próximo capítulo.
(*)NT: "Pegasi" é o plural de "pegasus".

Sobre o Autor
Ed Greenwood é o homem que lançou os Reinos
Esquecidos em um mundo que não os esperava.
Ele trabalha em bibliotecas, escreve fantasia,
ficção científica, terror, mistério e até estórias
de romance (às vezes coloca tudo isto em um
mesmo livro), mas está ainda mais feliz escrevendo
Conhecimento dos Reinos, Conhecimento dos Reinos
e mais Conhecimento dos Reinos. Ainda existem
alguns quartos em sua casa com espaço para empilhar
seus escritos.
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