Graças
aos esforços do intrépido explorador
Volothamp Geddarm (provavelmente mais conhecido
através de Faerûn como "Volo,
aquele matreiro de língua afiada"),
uma incompleta – mas especialmente útil
– pesquisa sobre os dragões atualmente
ativos na região Norte da Costa da Espada
foi compilada, impressa e energeticamente vendida
em forma de livrete nas principais ruas de Águas
Profundas, Inverno Remoto e Lua Argêntea.
Uma cópia da obra acabou caindo nas mãos
de Elminster do Vale das Sombras, que, depois
de muito bufar, viu-se forçado a transcrevê-la
para Comum (corrigindo seus execráveis
e constantes erros gramaticais), além
de acrescentar algumas informações
de jogo específicas do D&D
e remover certas declarações ("para
dar alguma chance de combate a esses veneráveis
seres", o Velho Mago apressou-se em dizer)
de modo a produzir o texto que você está
prestes a ler. Atenção, aventureiros:
o trabalho de Volo não lista todos os
dragões ativos do Norte; apenas aqueles
que conseguiram ocupar e manter um território
conhecido e respeitado por outros dragões
são retratados em sua pesquisa. Dragões
lich e dragões mortos, mesmo os mais
famosos, foram omitidos. De outra forma, Volo
seria um velho rabugento e senil muito antes
de ver sua imensa obra terminada e impressa
– e mesmo uma edição da
Dragon Magazine que reproduzisse uma
porção considerável de
tal pesquisa ocuparia por si só grande
parte da estante de um indivíduo!
Alfabeticamente, o primeiro grande dragão
do Norte atualmente ativo é Arauthator,
"as frias garras da morte que aguardam
no gélido fim do mundo"[1].
Esse velho dragão branco é famoso
por seu grande tamanho e selvageria. Por quase
um século ele tem defendido seu território
da ambição de outros dragões,
assassinando muitos de seus próprios
descendentes no processo. "Velha Morte
Branca" (ou simplesmente "Morte Branca"),
como os mineiros e mateiros do Norte o conhecem,
é claramente mais ardiloso do que a maioria
dos dragões brancos. Ele utiliza armadilhas
e magias para surpreender seus inimigos em batalha
e para atacar dragões invasores de uma
posição superior, ao invés
de adotar o estilo "caçar-impetuosamente-o-inimigo-e-vingar-se-a-qualquer-custo"
tão comum à sua espécie.
Arauthator parece ser o maior espécime
de sua sub-raça, mas apesar de todo o
seu tamanho, o velho dragão branco move-se
com muita agilidade e furtividade. Ele é
conhecido por causar grandes avalanches e até
mesmo por erguer e lançar imensos pedregulhos
a longas distâncias – não
apenas sobre as cabeças de orcs e humanos
intrusos, mas também para criar barreiras
a fim de aprisionar rothés e outras grandes
bestas alpinas dentro de vales montanhosos de
modo a devorá-los despreocupadamente.
Morte Branca patrulha seu território
incansavelmente, mantendo-se atento a mais ínfima
mudança em suas terras. Ele controla
seus hábitos a fim de evitar possíveis
armadilhas de inimigos e uma dieta exagerada
que possa resultar no desaparecimento de algumas
de suas espécies prediletas. Estas constantes
buscas já resultaram na aniquilação
de, ao menos, uma comunidade de gigantes do
gelo (Bulindiful, uma fortaleza subterrânea
que se localizava no coração do
Monte Halaragh, ao oeste das minas de Mirabar,
na região próxima às montanhas
da Espinha do Mundo) e na destruição
de todo o pico de uma montanha (A Espada de
Sardin, outrora um posto de observação
acima do Surbrin superior), além do soterramento
da fortaleza bugbear que existia em seu interior.
Arauthator é de longe muito mais astuto
e paciente do que a maioria dos dragões
brancos. "A faísca da vingança
ainda alimenta o fogo que aquece seu coração
de modo a guiá-lo através dos
séculos", escreveu o sábio
Amorthas de Ruathym[2],
"mas ele a oculta sob grandes abafadores
de paciência e cálculos frios,
um ponto que outras asas brancas [dragões
brancos] poderiam explorar e atacar". Ninguém
sabe porque Arauthator comporta-se dessa maneira,
mas está claro que o velho dragão
faz uso dessa paciência para antecipar
e preparar-se contra ataques de dragões
rivais e hordas orcs crescentes, além
dos remorhazes que vagam pelo Mar do Gelo Eterno.
Ele também reserva seu tempo para desenvolver
novas magias de alerta que reagem à aproximação
de outros dragões e de artefatos mágicos.
Arauthator é um mímico habilidoso
e conhece o idioma Comum bem o bastante para
se fazer passar por um mineiro perdido ou garimpeiro
ferido. Ele consegue ocultar-se habilmente sob
a neve, simplesmente agitando suas asas e erguendo
a neve do solo enquanto cava uma grande cova,
onde se deita e deixa que a neve caia novamente
sobre ele, cobrindo-o como um manto rústico.
Arauthator geralmente cochila quando deitado
sobre (ou sob) a neve, mas ele jamais dorme
ao pressentir o perigo se aproximando (ele consegue
sentir o cheiro da maioria dos animais e bestas,
inclusive de humanos, até cerca de 1,5
km ou mais ao vento). Há muito ele dominou
a paciência necessária para permanecer
imóvel por dias a fio, seja empoleirado
na encosta de uma montanha ou deitado sobre
a neve de um vale profundo. Presas e inimigos
geralmente não notam sua presença
até ser tarde demais.
Morte Branca tem em sua própria sobrevivência
o seu maior objetivo, mas diferente de muitos
dragões, ele é cauteloso ao extremo.
Ele considera a manutenção constante
de seus domínios como crucial para se
fortalecer, embora ele tenha escolhido não
interferir com as criaturas e habitantes do
Vale do Vento Gélido. Essa abstinência
deu-se mais por hábito do que por boa
vontade; a região, outrora, era parte
do território do dragão conhecido
pelos humanos como Morte Glacial, e os dois
dragões viviam sob a sombra de uma trégua
inquieta, ignorando um ao outro e cuidando de
seus próprios territórios, ao
invés de se destruírem em uma
batalha pelo controle da Geleira Reghed. Ao
invés de tentar expandir seu território,
Arauthator se concentra em escavar túneis
cada vez mais profundos nas terras frias que
formam o Mar do Gelo Eterno, devorando todas
as criaturas subterrâneas que encontra
(principalmente gnomos), desenterrando suas
próprias gemas preciosas e tesouros minerais
e protegendo seu reino contra invasões
subterrâneas à medida que extermina
todos os atacantes em potencial. Essas incursões
subterrâneas parecem atrair os remorhazes
que habitam as vastas áreas glaciais
ao norte da Espinha do Mundo, e Arauthator trava
constantes batalhas contra esses vermes do gelo,
devorando todos os remorhazes que derrota. Gigantes
e gnomos do Norte referem-se a essas profundas
escavações como "os Túneis
do Dragão" e costumam descrevê-los
como sendo formados por ao menos seis complexos
de túneis separados que se expandem por
uma larga área ao norte do covil do dragão.
Diversos observadores também mencionaram
que o dragão mata os remorhazes com prazer
e costuma brincar com os monstros, arremessando-os
de um lado ao outro como bonecos de pano antes
de matá-los ou encolhendo suas asas e
arrastando-se pelo gelo para encontrá-los
e combatê-los de igual para igual.
O Covil de Arauthator
Arauthator vive em Presa Solitária, uma
montanha que se ergue imponente sobre o Mar
do Gelo Eterno, centenas de quilômetros
ao norte do Salão de Mitral, e cujo formato
lembra um imenso canino de dragão. Aventureiros
audaciosos afirmam que a montanha pode ser vista
no horizonte além dos frios e turbulentos
picos que formam a montanhosa região
norte da Espinha do Mundo. Acredita-se que exista
uma entrada subterrânea a algumas centenas
de quilômetros a noroeste do covil, através
de fendas glaciais produzidas pelo próprio
Arauthator (em algum lugar próximo à
cadeia de pináculos rochosos conhecidos
como As Presas do Dragão do Mundo); a
montanha, por outro lado, tem uma única
entrada visível: uma longa e estreita
trilha que se origina de uma imensa cratera
no topo, estendendo-se por seu interior até
a superfície de um profundo lago congelado.
É aqui que Arauthator lança a
maioria de suas magias contra intrusos que buscam
alcançar a vasta rede de cavernas existentes
nas profundezas do lago, onde ele reside.
O interior do covil do velho dragão branco
é um mistério; poucos são
aqueles que se aventuram em suas cavernas e
sobrevivem para se vangloriar. No entanto, sabe-se
que o covil de Morte Branca possui uma grande
ponte de ossos, uma caverna repleta de fragmentos
minerais metálicos, uma câmara
central de trabalho e armazenamento (onde Arauthator
mantém víveres e alguns artefatos
mágicos capturados), e uma antiga estrutura
de ferro que Morte Branca utiliza como prisão
para humanos e outros seres menores que planeja
devorar mais tarde. De acordo com o relato de
um antigo prisioneiro, a estrutura de sua jaula
– um curioso recinto cilíndrico
dividido em várias câmaras internas
– era muito semelhante à de um
navio gnomo construído para navegar pelos
céus e através das muitas esferas
de cristal que formam a existência.
Um túnel repleto de armadilhas eleva-se
do fundo da montanha (sobre o lago congelado),
conduzindo à entrada de uma série
de túneis laterais que penetram novamente
no gelo; muitos desses túneis terminam
em imensas cachoeiras congeladas – formadas
por gemas preciosas – que caem sobre montes
de tesouros guardados em pequenas plataformas
suspensas sobre um imenso abismo de gelo. Algumas
dessas cachoeiras, porém, conduzem diretamente
ao fundo do abismo, local onde Arauthator repousa.
Morte Branca aprecia muito seu tesouro e, ocasionalmente,
deslizar sobre suas magníficas cachoeiras,
ronronando de felicidade. Deitado em sua costumeira
e inestimável cama de diamantes, na última
e mais profunda câmara do covil, Arauthator
vigia todas as plataformas que abrigam seus
tesouros. Ele geralmente chega até sua
cama através de seu magnífico
e querido rio de gemas, deslizando alegremente
sobre ele. O abismo em que repousa é
largo o bastante para permitir o vôo do
velho dragão, logo, Arauthator pode ascender
rapidamente do fundo de seu covil até
qualquer uma de suas plataformas. Para sair
de seu covil, Morte Branca costuma voar até
a borda do túnel que conduz a seus tesouros
(e que termina em uma grande abertura no topo
do abismo), deslizando por ele até o
rio congelado e então voando através
da imensa cratera no topo da montanha. Arauthator
não possui servos em seu covil.
Os Domínios de Arauthator
De Presa Solitária, Arauthator controla
um vasto território que se estende desde
a Corredeira Fria, no oeste, (embora não
se alimente dos habitantes do Vale do Vento
Gélido, Morte Branca já matou
diversos dragões que tentaram invadir
ou fixar-se ali) até o Monte Caumarath,
no leste (um imenso pico localizado no limite
norte das Montanhas de Gelo, a noroeste da Cidadela
Adbar). O limite norte de seu território
é desconhecido até mesmo pelos
mais eruditos, mas a extensão sul dos
domínios de Arauthator é determinada
pelas montanhas da Espinha do Mundo, que se
estendem rumo ao leste até a Passagem
Caída, onde a fronteira volta-se para
sudeste em um grande arco que abrange todas
as terras ao norte do Salão de Mitral
e da Cidadela das Muitas Flechas. Todas as criaturas
que habitam este vasto e rochoso ermo (que se
estende até a nascente do Rio Surbrin)
vivem sob a sombra dos desígnios e prazeres
de Arauthator, exceto aqueles que buscam abrigo
na Floresta da Lua ou na Floresta Fria, uma
vez que o velho dragão branco nunca caça
presas ocultas sob as árvores. Com a
ascensão da civilização
na região, centrada principalmente na
cidade de Lua Argêntea, a supremacia de
Arauthator sobre essa parte de seu território
pode ser testada em breve.
Hábitos e Façanhas de
Arauthator
Morte Branca gosta de alimentar-se principalmente
de gigantes do gelo adultos (uma iguaria cada
vez mais rara nos dias de hoje), embora também
aprecie muito a carne de remorhaz e de cervos
do norte. Rothés e várias espécies
de ursos também encontram seu lugar na
dieta de Arauthator, bem como outros dragões
que se atrevam a desafiá-lo. O velho
dragão não aprecia tanto a carne
de orcs, bugbears e outros seres goblinóides,
embora tais criaturas constituam os principais
elementos de sua alimentação;
sem a presença de Arauthator, o número
de hordas orcs assolando a região Norte
da Costa da Espada seria, sem dúvida,
muito maior e freqüente.
Arauthator é conhecido por usar uma magia
capaz de derreter gelo para facilitar
suas escavações e para transformar
lagos congelados em bolsões d'água
temporários. Ele controla seus hábitos
alimentares de forma a evitar um padrão
que possa ser explorado por inimigos. Todos
os dias o velho dragão costuma fazer
uma longa e atenta patrulha sobre parte de seu
território, além de uma breve
incursão em terras próximas. Arauthator
alimenta-se ao menos uma vez ao dia, geralmente
devorando alguma presa que encontre durante
sua longa patrulha. Caso esteja muito distante
de seu covil, ele pode resolver descansar sobre
o pico de alguma montanha (certa vez, corajosamente,
repousou sobre o topo da Colina de Berun, no
território do dragão verde Claugiyliamatar),
embora prefira dormir sobre sua cama de gemas
preciosas em Presa Solitária. Em raras
ocasiões, o velho dragão permanece
em seu covil por três ou mais dias, aperfeiçoando
uma nova magia ou bolando novas armadilhas.
Arauthator emprega uma vasta quantidade de magias-armadilhas
e de detecção (sendo grande parte
das armadilhas relacionada ao frio), além
de manipular magias poderosas e especialmente
efetivas contra outros dragões (tal como
paralisar asas [3]).
O velho dragão prefere travar violentas
e velozes batalhas aéreas ao ar livre
ao invés de voar por entre picos montanhosos,
escondendo-se enquanto lança suas magias.
Arauthator é famoso por derrotar e assassinar
o venerável dragão vermelho Rathalylaug
em uma espetacular batalha ao pôr do sol
sobre os céus da cidade de Inverno Remoto,
no Ano do Grimório (1324 CV). Triunfante,
o dragão branco sobrevoou a cidade, apavorando
seus habitantes. Mesmo com o sangue do agonizante
Rathalylaug chovendo sobre a cidade –
e sua inútil trilha de fogo[4]
devastando a cidade – Arauthator lançou
um ataque à torre da feiticeira Shareera,
que faleceu vítima dos destroços.
Alguns magos também se recordam de Arauthator
por ter assassinado o mago Phaurothlin da Irmandade
Arcana[5],
congelando-o vivo e lançando seu corpo
inerte contra uma sólida encosta montanhosa,
despedaçando o indefeso feiticeiro em
minúsculos fragmentos de gelo. Dizem
que o arrogante mago cometeu o erro de desafiar
o dragão branco pela posse de um grimório
desenterrado do túmulo de gelo de um
antigo mago de Netheril durante uma de suas
incursões subterrâneas ao norte
de Mirabar.
Arauthator tem cerca de doze ou mais grimórios
escondidos em seu covil e trabalha pacientemente
para aprender e dominar todas as magias existentes
neles. Ele obviamente transcendeu a tradicional
limitação dos dragões brancos
em lidar com magia, cujas adaptações
verbais únicas lhes permitem lançar
apenas magias arcanas de 1º nível
– mas seus limites pessoais ainda são
desconhecidos. Muitas décadas atrás,
Morte Branca impressionou muitos espectadores
(em sua maioria magos) que participavam da Feira
de Magia na orla ocidental de Var, o Dourado,
pela facilidade com que atirou o dragão
azul Eltagrathuuloor contra a encosta do Monte
Gundar (nascente do Rio Gundar). O golpe foi
tão poderoso que provocou uma avalanche,
trazendo grande parte do pico abaixo e sobre
seu rival, soterrando Eltagrathuuloor vivo.
Arauthator considera a dragonesa branca Arveiaturace
uma parceira aceitável, quando se sente
inclinado a tanto. Ele utiliza a magia enviar
mensagem para convocá-la até seu
covil para um afago ocasional, sempre a presenteando
com algumas gemas de seu tesouro após
o acasalamento, mas escoltando-a firmemente
até os limites de seu território
para assegurar-se de que ela não chocará
suas crias em seus domínios. No passado,
sua parceira costumava ser a gigantesca dragonesa
branca Ghaulantatra, a "Velha Mãe
Dragão" adorada como deusa por algumas
tribos orcs. Arauthator não demonstrou
qualquer remorso quando o beholder Thaluul destruiu
Ghaulantatra, clamando seu lar para si (em algum
lugar nas montanhas ao norte da Passagem Alta,
entre o Delimbiyr e as Terras Arruinadas).
A paixão de Arauthator por uma boa luta
o tornou respeitado – e evitado –
por outros de sua espécie. Somente os
dragões mais jovens, ambiciosos e confiantes
ousam desafiá-lo, quase sempre encontrando
a própria morte. Arauthator não
faz alianças e ignora solenemente as
propostas de união de outros dragões.
Ele anseia ardentemente por encontrar seus próprios
tesouros e criar suas próprias magias,
dificilmente deixando-se atrair para fora de
seus domínios pela promessa de gemas
ou poderes mágicos. A expectativa de
uma boa luta contra outro dragão sempre
o interessa, mas ele é sábio demais
para deixar as terras que conhece tão
bem apenas pelo prazer de uma boa batalha, uma
vez que os verdadeiros inimigos sempre acabam
indo até ele, mais cedo ou mais tarde.
Ele também é paciente e calculista
demais para se deixar guiar pela raiva, e parece
nutrir alguma admiração por inimigos
astutos e capazes. Morte Branca já saudou
bandos de aventureiros que poderia ter aniquilado
facilmente, geralmente após testemunhar
algum estratagema ardiloso e inteligente ou
mesmo extremamente corajoso.
Arauthator parece especialmente ocupado ultimamente,
desenvolvendo novas magias e procurando túmulos
de magos enterrados há muito tempo em
seu território para aumentar seu conhecimento
e poder. Ele também parece extremamente
cauteloso acerca de intrusos em seus domínios.
Elminster é de opinião de que
o velho dragão branco talvez tenha testemunhado
a abertura de um portal de outro plano e horrorizou-se
ao perceber a facilidade com que inimigos desconhecidos
e com poderosas habilidades mágicas podem
penetrar em seu covil sem que ele perceba.
O Destino de Arauthator
Provavelmente Morte Branca sofrerá uma
morte violenta, mas ele começa a parecer
eterno e certamente astuto demais para ser facilmente
derrotado por qualquer dragão rival.
Rumores afirmam que ele estaria contratando
aventureiros experientes, através da
magia enviar mensagem, para recuperar os tesouros
de dragões mortos por ele, ao invés
de abandonar seu território para pegá-los
pessoalmente. Esta prática aparentemente
prudente pode oferecer a um inimigo a oportunidade
perfeita para lançar magias prejudiciais
(talvez explosivas) ou maldições
nos tesouros recuperados por Arauthator –
e, certamente, aventureiros traiçoeiros
podem fingir trabalhar para o dragão,
aguardando por uma oportunidade para chegar
tão perto de Morte Branca como a maioria
dos humanos nunca sequer teve a esperança
de fazer.
A Magia de Arauthator
Morte Branca conhece e manipula uma respeitável
quantidade de magias-armadilhas, de detecção
e combate, embora a maioria não passe
de variantes de magias arcanas conhecidas. Ele
também demonstrou habilidade para desenvolver
meios mágicos para ativar varinhas capturadas
em outros locais, de forma que ele pode acioná-las
e utilizá-las contra intrusos em seu
covil sem precisar tocá-las diretamente.
Deve-se enfatizar que o conhecimento humano
acerca da magia de Arauthator é perigosamente
incompleto. No entanto, graças a longas
e cuidadosas observações feitas
pelo Sábio Felandaert do Forte da Vela,
ao menos três magias específicos
do dragão são atualmente conhecidas:
Arauthator utiliza a magia vórtice
de frio tanto em combate quanto na forma
de armadilha, lançando-a em alcovas tentadoras
e passagens ocultas nas paredes de seu covil.
Ele utiliza derreter gelo principalmente
para auxiliá-lo durante suas incursões
através do gelo glacial em sua busca
constante por tesouros, mas sabe-se que certa
vez ele utilizou essa magia para afogar uma
tribo de orcs, inundando os túneis subterrâneos
sob a geleira onde se encontravam (a magia evitou
o re-congelamento da água exposta temporariamente).
Arauthator usa paralisar asas, uma
magia conhecida por muito poucos dragões,
em violentas e velozes batalhas aéreas
contra outros dragões.
Vórtice de Frio
Transmutação
Nível: Fet/Mag 5
Componentes: V
Tempo de Formulação:
1 ação
Alcance: Médio (30 m
mais 3 m/nível)
Efeito: Uma pequena partícula
de poeira (veja abaixo)
Duração: Permanente
até se descarregar
Teste de Resistência:
Reflexos (metade) e Fortitude (veja o texto)
Resistência a Magia:
Sim
Esta magia cria uma pequena centelha que pode
ser lançada sobre uma criatura designada
ou permanecer imóvel em um local escolhido
pelo conjurador. No primeiro caso, é
preciso ser bem sucedido em um ataque de toque
para atingir o alvo, mas em caso de falha a
centelha permanecerá imóvel junto
ao mesmo. Esta magia é acionada quando
alguma criatura viva passar a 1,5 m da centelha.
Quando isso ocorre, a magia ativa-se automaticamente.
O ar dentro de uma área esférica
de 6 m de raio ao redor da centelha começa
a girar violentamente e, com um silvo ensurdecedor,
começa a esfriar rapidamente, envolvendo
todos os objetos sólidos na área
de alcance com uma atmosfera gélida e
mortal. O frio inflige 1d4 pontos de dano por
frio para cada nível do conjurador (até
o máximo de 10d4) a todas as criaturas
dentro da área de alcance da magia. Objetos
desprotegidos também sofrem o mesmo dano.
As criaturas que falharem em um teste de Reflexo
também sofrem os efeitos da magia lentidão
por 1d4 rodadas. Uma vez ativado, o vórtice
de frio desaparece após uma rodada, sem
deixar nenhuma umidade, rajadas de vento ou
qualquer vestígio de gelo.
Derreter Gelo
Transmutação
Nível: Fet/Mag 2
Componentes: V
Tempo de Formulação:
1 ação
Alcance: Médio (30 m
mais 3 m/nível)
Área: 3 m2/nível
(veja texto)
Duração: Instantânea/2d4
horas
Teste de Resistência:
Nenhum
Resistência a magia:
Não
Esta magia provoca a vaporização
de gelo sólido e não mágico,
dissipando-o na atmosfera ao redor do conjurador
sem a formação de névoa
ou água. A magia afeta uma área
de até 3 m2 e uma profundidade que varia
de 3 cm a 1,5 m; o conjurador pode lançar
essa magia verticalmente a fim de abalar a estrutura
de uma parede de gelo. Nenhum gelo (natural
ou mágico) irá se formar na área
afetada pelas próximas 2d4 horas. Gelo
encontrado no interior de massas orgânicas
(tal como num corpo congelado) não é
afetado por essa magia.
Paralisar Asas
Encantamento (Compulsão) [Ação
Mental]
Nível: Fet/Mag 3
Componentes: V, G, F
Tempo de Formulação:
1 ação
Alcance: Médio (30 m
+ 3 m/nível)
Alvo: Criatura Alada
Duração: 1 rodada/nível
(D)
Teste de Resistência:
Vontade (metade)
Resistência a Magia:
Sim
As asas do alvo ficam paralisadas. A criatura
afetada não pode usar suas asas para
voar, nadar, atacar ou para executar qualquer
outra ação que envolva movimentá-las.
Caso a criatura-alvo esteja voando ao ser afetada
por essa magia, ela cairá e sofrerá
dano normal por queda. Se a criatura-alvo for
bem sucedida em seu teste de resistência,
suas asas ficarão apenas parcialmente
paralisadas. Sua velocidade de vôo será
reduzida pela metade e sua habilidade aérea
cairá uma categoria. Caso a criatura-alvo
afetada utilize suas asas para nadar, sua velocidade
de nado também será reduzida.
Atacar com as asas resulta em uma penalidade
de circunstância de -2.
Foco Arcano: um par de pregos de ferro.
Arauthator, a Velha Morte Branca:
Dragão branco velho, Feiticeiro 5 *;
ND 19; dragão Enorme (frio); DV 24d12+120
mais 5d4+20 (308 PV); Inic. +4; Desl.: 18 m,
cavando 9 m, voando 60 m (ruim); CA 31 (toque
8, surpresa 31); BBA +24/+19/+14/+9; Agr +46;
Atq corpo a corpo: mordida +36 (dano 2d8+9),
2 garras +31 (dano 2d6+4), 2 asas +31 (dano
1d8+4), cauda +31 (dano 2d6+4), esmagamento
+36 (dano 2d8+13); Face/Alcance: 3 m x 6 m/3
m; AE habilidades similares a magia, presença
aterradora, sopro (frio, 15m cone, resistir
CD 29); QE andar sobre o gelo, características
de dragão, imunidades, lufada de
vento, lutar às cegas, névoa de
gelo, névoa, redução
de dano 10/+1, RM 21, sentidos aguçados,
subtipo frio; TR Fort +19, Ref +14, Von +15;
For 29, Des 10, Con 21, Int 16, Sab 13, Car
15*
*Arauthator transcendeu a tradicional limitação
dos dragões brancos em lidar com magias.
Ele recebe um bônus de +1 em Carisma por
seus níveis adicionais como Feiticeiro.
**Arauthator é muito mais inteligente
que a maioria dos dragões brancos. Ele
utiliza armadilhas e magias para surpreender
seus inimigos em batalha e para atacar dragões
invasores de uma posição superior,
ao invés de adotar o estilo "caçar-impetuosamente-o-inimigo-e-vingar-se-a-qualquer-custo"
tão comum à sua espécie.
Perícias e Talentos:
Blefar +26, Concentração +34,
Conhecimento (arcano) +34, Criar Armadilhas***
+15, Diplomacia 4, Esconder-se -1, Furtividade
+12, Identificar Magia +44, Intimidar +4, Observar
+27, Ofícios: moldar gemas +9, Ouvir
+27, Procurar +27; Arrebatar, Ataque Poderoso,
Ataques Múltiplos, Iniciativa Aprimorada,
Inversão, Investida Aérea, Pairar,
Prontidão.
*** Maiores detalhes sobre essa perícia
podem ser encontrados no suplemento Song
and Silence (Canção e Silêncio).
Idiomas: Comum, Dracônico,
Gigante, Gnomo.
Andar sobre o Gelo (Ext): Esta
habilidade funciona como o feitiço patas
de aranha, mas as superfícies que
o dragão pode escalar devem ser de gelo.
Seu efeito é permanente.
Características de Dragão:
imune a efeitos de paralisia e sono;
visão no escuro 18 m; visão
na penumbra.
Habilidades Similares a Magia:
3x/dia – lufada de vento, névoa
congelante, muralha de gelo; 1x/ dia –
controlar o clima; todas como um Feiticeiro
de 8º nível; resistência CD
12 + nível do feitiço.
Lutar às Cegas (Ext):
Arauthator move-se e luta usando sentidos não
visuais (faro). Invisibilidade e escuridão
são irrelevantes, embora ele seja incapaz
de discernir seres etéreos. Graças
a essa habilidade, Arauthator não precisa
fazer testes de Observação ou
de Ouvir para perceber criaturas dentro de uma
área de alcance de 72 m.
Névoa de Gelo (SM):
Esta habilidade é similar ao feitiço
névoa sólida, com uma
diferença: a névoa cria uma fina
camada de gelo sobre qualquer superfície
com que tenha contato, criando um efeito similar
ao do feitiço área escorregadia.
Arauthator é imune a esse efeito devido
a sua habilidade para andar sobre o gelo.
Presença Aterradora (SM):
Esta habilidade causa efeito automático.
Ela afeta apenas os oponentes com dados de vida
ou níveis menores que os de Arauthator.
A criatura afetada precisa ser bem sucedida
em um teste de resistência de Vontade
(CD 26) ou entrará em pânico. Sucesso
indica que o alvo é imune à presença
aterradora de Arauthator por um dia.
Sentidos Aguçados: Arauthator
enxerga quatro vezes melhor que um humano na
penumbra e duas vezes melhor sob a luz normal.
Sopro (Sob): Arauthator pode
soprar um cone de frio com alcance de 15 m a
cada 1d4 rodadas; dano por frio 8d6. Um ataque
de sopro permite um teste de resistência
de Reflexos (CD 29) para reduzir o dano à
metade. Até onde se sabe, Arauthator
é imune ao seu próprio sopro.
Subtipo Frio: Imune a dano por frio;
recebe o dobro de dano por ferimentos causados
pelo fogo, exceto quando um teste de resistência
que reduza o dano à metade seja permitido,
então ele recebe metade do dano se bem
sucedido e o dobro do dano se falhar.
Magias Conhecidas:
(6/7/7/6/5/3; CD base = 12 + nível da
magia): 0 – abrir/fechar, detectar
magia, detectar venenos, ler magias, mão
mágicas, marca arcana, prestidigitação,
raio de gelo, resistência; 1º
– alarme, detectar portas secretas,
identificação, proteções
conhecidas, ventriloquismo; 2º –
boca encantada, detectar pensamentos, derreter
gelo, invisibilidade; 3º – bola
de fogo, clarividência/clariaudiência,
respirar na água; 4º –
paralisar asas, vórtice de frio;
5º – enviar mensagem.
Pertences: Incontáveis
gemas e diamantes de formatos imperfeitos, além
de várias moedas totalizando aproximadamente
10,000 PO; 1 diamante no valor aproximado de
5,000 PO; picareta de guerra da pedra do
massacre do refúgio*, um bastão
da prontidão (72,00 PO); meia dúzia
de grimórios (conteúdo determinado
pelo Mestre); e os destroços de um antigo
navio aéreo em ruínas construído
por gnomos.
* Este artefato mágico é descrito
em detalhes no suplemento Magia de Faerûn.
NOTAS
1. Como foi
descrito pelo sábio Myrindas de Kirporto,
em Dragões Que Você Deve Conhecer
(1354 CV). Dragon Magazine 230, página
37.
2. Em Lendas
Famosas (publicado em 1344 CV) e Conhecimentos
do Norte, Dragon Magazine 230, página
39.
3. Descrito
no livro-acessório Draconomicon
(FOR 1), página 76.
4. Idem note
3, página 75.
5. Este grupo
de magos malignos, sediados em Luskan, é
descrito no Volo's Guide to the North,
páginas 121-125.

Sobre o Autor
Ed Greenwood é o homem que
lançou os Reinos Esquecidos
em um mundo que não os esperava. Ele trabalha
em bibliotecas, escreve fantasia, ficção científica,
terror, mistério e até estórias de romance (às
vezes coloca tudo isto em um mesmo livro), mas
está ainda mais feliz escrevendo Conhecimento
dos Reinos, Conhecimento dos Reinos e mais Conhecimento
dos Reinos. Ainda existem alguns quartos em
sua casa com espaço para empilhar seus escritos.
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